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22 DE DEZEMBRO DE 1989

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I significativa. No entanto, ainda não deverá ser em 1990 que se assistirá a uma redução importante dos desequilíbrios internacionais (gráfico 4). Poderão, portanto, continuar a verificar-se algumas tensões no comércio internacional, que poderão materializar-se em medidas proteccionistas, à semelhança do que tem vindo a acontecer (neste aspecto são de realçar os mercados dos semicondutores e do aço).

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A ineficácia das recentes intervenções dos principais bancos centrais para estabilizarem as cotações das suas moedas em relação ao dólar aponta para que se mantenha a instabilidade cambial.

Esta instabilidade, dado o fraco crescimento dos preços das matérias-primas (pelo menos em relação ao crescimento do comércio) leva a admitir que a situação de endividamento dos países do Terceiro Mundo — cujas receitas de moeda estrangeira dependem em grande medida das receitas de exportação destes produtos — não deverá sofrer melhoria significativa, apesar de se terem verificado desenvolvimentos positivos em alguns países na primeira metade de 1989. Esta situação tem levado a um reequacionar do problema da dívida do Terceiro Mundo, admitindo-se o implemento de esquemas alternativos de financiamento do desenvolvimento destes países.

A economia comunitária deverá continuar a evoluir favoravelmente. Com efeito, a construção europeia criou um conjunto de factores que estimularam e dinamizaram as economias dos países membros, sendo de destacar entre estes factores os fundos estruturais, a crescente rendibilidade do investimento (o capital produtivo tem aumentado cerca de 3% ao ano, contra 2% nos meados dos anos 80) e o clima de confiança criado nos agentes económicos.

O nosso país beneficiará deste clima. Inserido na economia europeia, mas mantendo laços estreitos com outros países, Portugal poderá tirar partido tanto do dinamismo da Comunidade como do da economia mundial para continuar a fase de expansão do produto e de melhoria do nível de bem-estar iniciada em 1985.

A economia portuguesa

Evolução reconto

31 — A economia portuguesa manifestou um forte dinamismo nos últimos quatro anos. O produto interno bruto, que havia já aumentado cerca de 4% em 1988, deverá registar em 1989 um crescimento entre 4'12% e 4*l4% — como estimativa prudente, não sendo de excluir uma taxa de 5% —, ultrapassando não só a meta pre-

conizada mas também o crescimento médio dos últimos três anos (que se situou em 4 V4 %) (gráfico 5).

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Este dinamismo reflecte a reacção positiva dos agentes económicos portugueses na modernização e desenvolvimento da economia e o padrão de política macroeconómica prosseguido, o que abre perspectivas favoráveis sobre a inserção de Portugal no mercado intemo.

A evolução dos principais agregados macroeconómicos começa a dar sinais de uma certa inflexão no padrão de crescimento da economia. Há um reforço do papel da procura externa, que está a evoluir a um ritmo mais rápido do que a procura interna. Pode notar-se no gráfico 6 que em 1989 o crescimento ficará a dever-se às exportações e ao investimento, ao contrário do que aconteceu entre 1986 e 1988, anos em que o consumo privado havia registado uma contribuição significativa para o crescimento do PIB.

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O crescimento das exportações, em particular, poderá ser da ordem dos 10,5% em volume, ultrapassando consideravelmente as previsões iniciais e situando-se cerca de dois pontos percentuais acima da média do período 1986--1988.

A procura interna, por sua vez, progride a ritmo mais consentâneo com as principais vulnerabilidades estruturais, reduzindo-se assim a pressão sobre a balança comercial.

A evolução favorável da actividade económica continuou a repercutir-se de forma positiva no mercado de trabalho, mantendo-se a taxa de desemprego a um dos mais baixos níveis da Europa — 5,9% em sentido lato e