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II SÉRIE-A — NÚMERO 24

PROJECTO DE LEI N.º 279/VII

ELEVAÇÃO DA SEDE DA FREGUESIA DE ARRANHÓ À CATEGORIA DE VILA

Apresentação

A localidade de Arranhó, pertencente à freguesia do mesmo nome, no concelho de Arruda dos Vinhos, distrito de Lisboa, situa-se no extremo sudoeste do concelho, confinando com os concelhos de Loures, Mafra e Sobral de Monte Agraço, sendo atravessada pela EN 115.

Razões de ordem demográfica

Arranhó é a maior povoação do concelho de Arruda dos Vinhos, tanto nos Censos de 1981 como nos de 1991. Não existindo mais nenhuma vila naquele município, além da sede do concelho, é legítimo que esta povoação aspire a esta classificação, como modo de reconhecimento do seu contínuo desenvolvimento e progresso social. Entre os censos populacionais de 1981 e 1991, a freguesia de Arranhó foi a primeira com o maior crescimento no concelho — 12,2% —muito superior à média, que foi de 4%, contando com 2468 habitantes (Censos de 1991).

Razões de ordem histórica

Acerca do topónimo Arranhó pouco se sabe, já que não é vocábulo derivado do latim, nem se vislumbram nele prefixações de origem árabe ou de qualquer outra língua conhecida. No entanto, uma tradição oral com mais de 150 anos refere que a palavra teria provindo do português quinhentista «arranhou», vocábulo que, em termos semân-ticos", teria tido a sua proveniência no episódio concreto de alguém se ter arranhado numa das agrestes espécies vegetais que, outrora, predominavam nas imediações do actual agregado populacional.

Sendo sede de freguesia do mesmo nome e a segunda maior do concelho de Arruda dos Vinhos, quer em área geográfica quer em densidade populacional, foi Arranhó dotada, já no longínquo ano de 1504, de uma capela própria, autónoma, onde o culto era seguido e praticado por todos os fiéis residentes na região. Tal construção deveu-se à piedade e à benfeitoria de D. Catherina Annes, mulher de Afonso de Athayde Lourenço, fidalgo que foi da corte de D. Manuel I.

Possuidor, no então pequeno burgo de Arranhou, de casa senhorial e de vastas terras de pão e vinho, este nobre, profundo devoto do diácono e mártir São Lourenço, escolheu-o para orago da nova capela, tendo-se conservado este santo como padroeiro da freguesia até aos dias de hoje.

Sua mulher, possuidora de profunda religiosidade e caridade cristã, ordenou que todos os anos se rezasse uma missa e se cantasse outra na capela, de que havia sido fundadora e benfeitora, tendo também mandado que se distribuísse pão cozido e um almude de vinho a quem àquelas missas assistisse. Tal é a notícia que nos transmite a lápide existente na capela, hoje tornada igreja matriz da freguesia de Arranhó. O templo, de uma só nave e de média dimensão, sofreu mais tarde os efeitos perniciosos do terramoto de. 1755, tendo sido rapidamente reconstruída a parte afectada, conforme se pode ler numa inscrição no coro da capela.

Em 3 de Janeiro de 1584 o bispo atropolinado de Lisboa, D. Jorge, concede a Arranhó o alvará de parochia,

ficando a rhesma com obrigação de, anualmente, pagar ao bispo de Lisboa 30 alqueires de trigo ou o equivalente em outros cereais.

Consta que, na deslocação da corte do rei Venturoso de Lisboa para Arruda, onde este veio refugiar-se de uma peste que, ao tempo, grassava na capital, o monarca terá parado em Arranhó, em cuja capela rezou.

Do século xvi ao século xvni nada se sabe de concreto sobre a localidade, com excepção de que continuou a ser uma pacata aldeia, cujas gentes trabalhavam o campo. No século xrx, porque confina e se encontra intimamente ligada à região saloia, Arranhó contribuiu, em escala muito razoável, para o abastecimento de produtos agrícolas à cidade de' Lisboa.

Por esta época, era grande proprietário, na freguesia, José Falcão de Gamboa Encerrabodes, «barão de Arruda, par do reino, capitão-mor da vila d'Arruda» (1778-1870), cujos domínios agrícolas se estendiam até às orlas da povoação e que foi o maior empregador de mão-de-obra na aldeia.

Berço da escritora e grande pedagoga contemporânea Irene Lisboa, a freguesia possui ainda antecedentes arqueológicos da Idade do Cobre e é detentora, nos tempos que correm, de um dos mais volumosos pesos económicos do concelho de Arruda dos Vinhos.

Perspectivas futuras

0 Plano Director Municipal de Arruda dos Vinhos, em fase de conclusão, reserva uma área junto à localidade para futuras instalações industriais de transformações de sucatas, já se encontrando constituída a firma ZIRA, S. A., preven-do-se que venha a ser uma das maiores da Europa.

Estão em apreciação na Câmara diversos loteamentos habitacionais de qualidade.

Encontra-se em fase bastante adiantada a implantação de um lar de idosos, bem como um tanque coberto para aprendizagem de natação.

Equipamentos colectivos em Arranhó

1 — Instalações desportivas e culturais — campo de jogos do União Recreativa e Desportiva Arranhoense (URDA); polidesportivo descoberto do URDA; sede do URDA; sede dos caçadores da freguesia de Arranhó, e biblioteca.

2 — Equipamentos sociais — um centro de dia para idosos; um salão paroquial de apoio à juventude; Igreja de São Lourenço; igreja evangélica; um cemitério; um posto dos correios; uma extensão do centro de saúde; uma casa mortuária, e um jardim público, com coreto.

3 — Estabelecimentos escolares — Escola Primária n.° 1 de Arranhó; Escola Primária n.° 2 de Arranhó, e um jardim de infância.

4 — Transportes colectivos — Rodoviária Boa Viagem (ligando Lisboa, Loures, Arruda dos Vinhos e Sobral de Monte Agraço); quatro empresas de transportes públicos de mercadorias, e uma praça de táxis.

5 — Estabelecimentos comercias, indústrias e serviços — uma empresa de captação de águas; uma empresa de metalomecânica; duas empresas de construção civil; três empresas de informática; quatro estabelecimentos de hotelaria; um gabinete técnico de construção civil; duas empresas de contabilidade; uma empresa de publicidade; duas peixarias; três drogarias; um centro de análises clínicas; quatro indústrias de transformação de sucata; 25 armazéns de sucata; seis armazéns de produtos hortofrutícolas; uma tipografia; uma farmácia; uma delegação da Caixa de