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1337 | II Série A - Número 032 | 08 de Abril de 2000

 

" (...) Esta estrada vinha desde o sul das Terras de Santa Maria, em direcção a norte para Langobriga e a seguir para Cálem, entrava no concelho, entre Grijó e Guetim, seguindo por S. Félix da Marinha e Sermonde (a que pertence o lugar de Brantães) e rasgava as terras de Cerzêdo e Perosinho, servindo nessa altura o castro de Monte Murado; subia por Canelas e Gulpilhares, a procurar o Castro de Valadares, com passagem por Magdalena, em direcçãi a Cálem (...)". (Segundo fontes dos documentos do Gabinete de História e Arqueologia da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, é nesta corda que se deverão procurar os milliários e os vestígios do pavimento da famigerada via militar, mais tarde aproveitada pelos mouros, para a via mourisca).
Serzedo, terra de Gaia, pertencia a uma importante rede de caminhos, que ligou todos os lugares, desde as velhas idades ao paleolítico, neolítico e proto-história.
No livro "Gaya II", do Gabinete de História e Arquelogia da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, 1984 "(...) muitos dos nossos carrales, carrarias, portus, portellae, etc. da Idade Média e carrais, carreiros, caminhos e quelhas, dos nossos dias, datam desse período. Os romanos, mais tarde, aproveitaram a maior parte dessas vias e evoluíram-nas. É, possívelmente, ao longo desses caminhos que teremos de procurar albergarias, anta, castelos, castros, paróquias do reino suevo, vilas, paços mamoas, etc. (...)".
Neste particular a Mamoa - o mesmo que urca ou anta - da Barrosa, em Serzedo, monumento da época pré-histórica (povoamento pré-castrejo), que se supõe ser de culto sepulcral.
No ano 922 foi fundado o Mosteiro de Grijó, a que Serzedo pertenceu, durante vários séculos; somente mais tarde, no séc. X, é que aparece a Igreja de Serzedo. No período da reconquista cristã encontra-se uma tentativa conseguida de recuperação de terras aos mouros invasores, que dá origem à existência de vários domínios pertencentes a diversas instituições religiosas, designadamente Mosteiros.
Através de uma análise do Cartulário Baio Ferrado (tecido grosseiro com cerca de sete a oito metros de comprimento), verifica-se que as propriedades nele referidas, representam pequenas explorações destinadas a assegurar a subsistência de uma família, como casais, vilares, etc. Nesta época vive-se numa base de subsistência, com pouca circulação de moeda, havendo troca directa de produtos por produtos. (José Mário Couto - Ob. Cit.).
Analisado o documento, verifica-se que se reporta a um facto perto de uma elevação ou a um curso de água. Temos, por exemplo, o caso do pequeno curso de água que, nascendo no Monte Murado (Senhora da Saúde, nos Carvalhos), onde existiu um enorme povoado pré-romano e que aculturou a sua influência a toda a região da freguesia de Serzedo, bem como a todas as outras freguesias em volta. ("...subtus Monte petroso ... discurrente rívulo Cerzedo" - in Portugaliae Monumenta Histórica, Diplomata et Chartea, n.º 900, ou seja: "... abaixo do Monte Murado corre um rio chamado Serzedo...".

Caracterização sócio-económica

A freguesia de Serzedo apresenta já traços marcadamente urbanos e a sua actividade económica assenta numa sólida e forte actividade industrial, onde ganha também relevância o sector habitacional, em profunda transformação.
No sector primário, para além da característica agricultura de subsistência da região norte, as propriedades agrícolas são quase inexistentes.
No terciário, a rede comercial diversificada e já muito desenvolvida - mercearias, padarias e pastelarias, cafés, restaurantes, drogarias, lojas de vestuário, venda de produtos hortícolas, peixarias, lavandarias, ópticas, stand's de automóveis, escritórios de contabilidade - é mesclada e combina com o artesanato, que assume também grande importância na freguesia ao nível das tapeçarias tipo "arroiolos", palhinhas, miniaturas de móveis e entalhadores. No entanto, destaca-se a existência:
BPI - Banco Português de Investimentos;
BPSM - Banco Pinto & Sotto Mayor;
Repsol - Posto de Abastecimento de Combustíveis.

Mas é no secundário que se verifica a implantação de várias unidades industriais de dimensão apreciável no ramo dos componentes e reparação de automóveis, têxtil, plásticos, mobiliário e produtos alimentares, algumas de reconhecido mérito nacional e internacional:
Yazaki Saltano Portugal - Componentes Eléctricos para Automóveis, Lda. - Estrada da Raínha (emprega mais de 3000 trabalhadores);
BRAX - Fábrica de Confecções, Lda. - Rua do Terreirinho (435 trabalhadores);
AGM - Augusto Gonçalves Moreira & Irmão, Lda. - Estrada Nova do Alquebre (110 trabalhadores);
NORTEBUS - Reparação de Veículos, Lda. - Estrada da Raínha (60 trabalhadores);
ALFATUBO - Empresa de Plásticos, Lda. - Rua do Poente (50 trabalhadores);
SOLIKAP - Acessórios Eléctricos, S.A. - Estrada da Raínha (50 trabalhadores);
COTEX - Estrada Nova do Alquebre (43 trabalhadores);
PURATOS - Produtos e Artigos para a Indústria Alimentar, S.A. - Estrada Nova do Alquebre (40 trabalhadores);
LUMEX - Fábrica de Entretelas de Luís Martins de Pinho (22 trabalhadores);
Fábrica de Malhas Soutex - Rua do Souto (50 trabalhadores);
Fábrica Marjuli-Confecções - Rua Manuel António Fontoura (50 trabalhadores);
Fábrica de Móveis Sebastião Alves Carneiro, Lda. - Rua de S. Mamede (23 trabalhadores);
Fábrica de Móveis António Alves Carneiro & Filhos, Lda. - Rua dos Carneiros (22 trabalhadores);
Fábrica de Móveis Aguiar - Rua dos Sete Caminhos (30 trabalhadores);
Fábrica de Móveis Modernos, Maia & Rocha, Lda. - Rua da Firmeza (15 trabalhadores);
Sunchemcal Portugal - Tintas Gráficas Unipessoal, Lda. - Rua do Caminho do Senhor (30 pessoas).

Equipamentos sociais

Escolas Primárias (3): Alquebre, Corvadelo e Outeiro;
Escolas Pré-Primárias (2): Alquebre e Jardim do Outeiro;
Igreja Matriz de S. Mamede de Serzedo (Igreja Milenar);
Capela de Nossa Senhora das Fontes;
Capela de Santa Apolónia;
Centro Paroquial de Serzedo;
Colégio "O Moinho";
Comissão Vicentina de Serzedo;
Centro de saúde;
Farmácia Confiança;
Sede da junta de freguesia.