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109 | II Série A - Número: 097 | 16 de Maio de 2008

crédito, associadas ao aumento do seu custo, aspecto especialmente relevante dado o alto grau de endividamento da economia portuguesa.

Em terceiro lugar, a continuada apreciação do euro em relação ao dólar, que agrava as dificuldades de competição das nossas exportações relativamente às produções de países que têm moedas referenciadas ao dólar.

Em quarto lugar, o aumento dos preços internacionais de certas matériasprimas essenciais, em particular no domínio energético e alimentar, gera uma contínua pressão inflacionista importada, parcialmente amenizada, é certo, pela já referida apreciação do euro.

Finalmente, o caso específico da desaceleração da economia espanhola.
Esta terá efeitos negativos pronunciados sobre as exportações portuguesas – uma vez que a Espanha é o nosso maior cliente – e, também, sobre o emprego de portugueses em Espanha. Além disso, poderá também ter impactes sobre a inflação (via inflação importada), já que a Espanha apresenta, actualmente, uma das mais elevadas subidas da taxa de inflação da zona euro.

Todos estes factores criam um quadro profundamente complexo que terá, certamente, consequências importantes sobre o evoluir da economia portuguesa no próximo ano.

Se é certo que a contenção do défice orçamental – que o CES avalia muito positivamente – constitui um importante trunfo para permitir reagir melhor ao impacte deste enquadramento internacional adverso, não é menos verdade que as conhecidas debilidades estruturais da economia portuguesa, acrescidas da preocupante situação de endividamento, e as debilidades económicas – por vezes mesmo a pobreza – de alguns sectores da população, a que se juntam os sacrifícios exigidos nos últimos anos às classes