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47 | II Série A - Número: 123 | 27 de Maio de 2009

turística que passa pelo maior centro electro-produtor do País — Soajo-Lindoso, por Castro Laboreiro e pelo Santuário Mariano, edificado para o culto a Nossa Senhora das Neves, na sequência da primitiva ermida construída em data remota no vale da Peneda.

Características históricas: A área geográfica de Soajo foi habitada desde os tempos pré-históricos, como atestam as muitas construções dolménicas ali existentes, designadas «Antas da Serra de Soajo» e consideradas, desde 1910, como monumento nacional.
O primeiro documento escrito que se conhece sobre o Soajo data de 950 e refere-se à condessa Mamadona Dias, fundadora do castelo de Guimarães, atestando que a mesma possuía vacas, pesqueiras, monteiros e pomares nas montanhas e rios desta terra.
O município de Soajo já existiria ao tempo da condessa D. Teresa, mãe de D. Afonso Henriques, que ali fundou o Mosteiro Beneditino de Ermelo.
Desde os primeiros reis de Portugal que Soajo foi preservado pela coroa real para a protecção das suas matas e, em 1498, o Rei D. Manuel I continuou a preservá-lo, apenas a norte do Mondego, como fez com Sintra, Óbidos, Évora e poucos mais espaços geográficos e, na revisão dos antigos títulos concelhios — cartas de foros e forais —, outorgou-lhe, em 1514, foral novo, no qual continuaram bem patentes os privilégios consignados desde a primeira dinastia.
Em 1821 a Câmara Municipal de Soajo fez uma representação dizendo que não queria mais aceitar as opressões do monteiro-mor, que acumulava as direcções da «Montaria Real do Concelho da Vila de Soajo» nos termos das provisões e regimento desta.
Em 1852 vários motins tiveram lugar na vila de Soajo, causando a paralisação do tribunal e da câmara municipal e obrigando à permanência de um Regimento de Infantaria de Braga para assegurar a ordem e o funcionamento regular das repartições públicas. Após a saída dessas tropas a perturbação da ordem pública voltou, tendo suscitado aproveitamentos para a extinção do concelho de Soajo.
Em 1853 a Rainha D. Maria II acabou com o multissecular julgado de Soajo, Os habitantes de Soajo tiveram participação heróica na defesa da independência de Portugal, durante as guerras da Restauração, em 1657, como provam crónicas militares de Espanha e outros documentos da chancelaria de D. Afonso VI.

Aspectos demográficos: A população residente no Soajo cresceu até 1960, apesar da mobilidade migratória, sobretudo para Lisboa e arredores e, desde o começo do século XX, para os EUA. Nesse ano de recenseamento ali residiam 2997 pessoas e havia 852 fogos. A partir de 1960, apesar de a população ter passado a diminuir, devido às fortes migrações que se fizeram sentir, os fogos continuaram a crescer, devido à iniciativa dos naturais emigrados.
Actualmente existem 1447 eleitores no Soajo e muitas famílias de outras zonas do País possuem ali habitação de fim-de-semana e de férias, os quais, conjuntamente com os turistas, que utilizam as casas de turismo, contribuem para uma nova e revitalizada moldura humana do local.

Situação socioeconómica, cultural e religiosa: Apesar de localmente continuarem a ter importância a agricultura, a pastorícia e a exploração florestal, nas últimas décadas desenvolveram-se ali actividades de comércio e serviços, designadamente restauração e turismo.
Na agricultura, em que predominam os minifúndios privados com policultura intensiva, as obras de hidráulica possibilitaram a considerável melhoria na produção cerealífera, existindo no Soajo as maiores concentrações, numa só freguesia em Portugal, de espigueiros construídos em granito e grande quantidade de moinhos edificados com o mesmo material.
A criação de gado vacum, ovino e cavalar beneficia dos vastos domínios privados da freguesia e dos baldios serranos de permanência anual.
O turismo contribui também para o desenvolvimento de Soajo, tendo ali sido criada uma organização empresarial que funciona como centro das reservas de alojamentos.