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48 | II Série A - Número: 093 | 6 de Janeiro de 2012

Organização Mundial de Saúde, baseia-se num conjunto de tradições alimentares de países do mediterrânico ou com influência deste, como a Grécia, Itália, Espanha e Portugal.
A dieta mediterrânica inclui, essencialmente, azeitonas e azeite, grãos inteiros, especialmente em pães e cereais em vez de massas, muito pouca carne vermelha, peixe e mariscos, queijos, mas pouco leite, bastantes vegetais e de grande diversidade, legumes e frutos secos e vinho tinto.
As pessoas que vivem nesta área do Mediterrânico ou em zonas com forte influência deste mar, como é o caso de Portugal, têm uma incidência menor de doenças cardiovasculares e cancros que em outras partes do mundo, o que se deve ao facto de, não obstante ser uma dieta rica em gordura, dietas normalmente relacionadas a maiores índices de morte provocados por doenças de origem alimentar, ser o uso de azeite praticamente exclusivo em detrimento de outros tipos de gordura. O azeite é uma gordura monoinsaturada, que ajuda a manter as artérias saudáveis.
Contudo, esta diferença deve-se à dieta como um todo e à sua complexidade nutricional, e não apenas ao uso de azeite. A dieta mediterrânica é também muito rica em fibras e antioxidantes derivados de vegetais, legumes e frutos secos — muito mais rica que a típica dieta ocidental (USA) — e pobre em gorduras saturadas. Consome-se muito pouca carne vermelha e leite, exceto queijos e iogurtes.
A dieta mediterrânica foi declarada, a 16 de Novembro de 2010, Património Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO — Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, durante a reunião do Comité Intergovernamental, em Nairobi, no Quénia.
A decisão do Comité em incluir a dieta mediterrânica na Lista Representativa da UNESCO deve-se, entre outros, ao facto da dieta mediterrânica se caracterizar por um conjunto de práticas tradicionais, conhecimentos e habilidades transmitidas de geração em geração e que proporciona um sentimento de pertença e de continuidade para as comunidades envolvidas. A inscrição da dieta mediterrânica na Lista Representativa poderia dar uma maior visibilidade à diversidade do património cultural imaterial e promoveria o diálogo intercultural a nível regional e internacional.
A candidatura da dieta mediterrânica a Património Cultural Imaterial da Humanidade da UNESCO surgiu em 2007 com uma Declaração do Comité Científico da Fundação da Dieta Mediterrânica (FCNAUP) e que foi subscrita por várias personalidades de reconhecido mérito de vários países, a saber, Itália, Espanha, Grécia, Noruega, França, Marrocos, Tunísia, Malta e Portugal e culminou com a aprovação da mesma, na reunião acima referida, estando reconhecidos os quatro países: Espanha, Grécia, Itália e Marrocos.
Na mesma reunião da UNESCO o Embaixador de Portugal, junto daquela organização, manifestou a intenção de Portugal vir a integrar a lista dos países já reconhecidos, tendo sido definida uma comissão para a elaboração da respetiva candidatura de Portugal, a qual seria levada a cabo pela Câmara Municipal de Tavira e entregue até final do ano de 2011.
De facto, sendo Portugal produtor de alimentos mediterrânicos, a nossa inclusão na dieta mediterrânica irá valorizar os nossos produtos agrícolas, os nossos restaurantes e o nosso turismo.
Tavira foi escolhida para encabeçar a candidatura portuguesa, que agrega a Universidade do Algarve, quatro Ministérios (Agricultura, Saúde, Economia e Negócios Estrangeiros) e a Fundação Portuguesa de Cardiologia, entre outras instituições.
Dever-se-á, neste âmbito, prosseguir este processo, o qual culminará com a apresentação da candidatura até final de março de 2012.
Esta candidatura a ser apresentada pelo Governo constituirá uma candidatura conjunta da qual farão parte os quatro países já reconhecidos — Espanha, Grécia, Itália e Marrocos — e os quatro países que se candidatam a esse reconhecimento — Portugal, Argélia, Chipre e Croácia.
No sentido de garantir o bom termo desta candidatura e que esta virá a ser aprovada, seria de toda a utilidade poder contar com o apoio e coordenação do Comité Científico da Fundação da Dieta Mediterrânica (FCNAUP), para o que é essencial o papel da diplomacia, através do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Neste contexto, o Grupo Parlamentar do CDS-PP, ao abrigo das disposições constitucionais e regimentais aplicáveis:

Saúda a candidatura de Portugal à dieta mediterrânica incluída na Lista Representativa do Património Imaterial da Humanidade.