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24 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013

Apesar da evolução descendente, as taxas de juro dos novos empréstimos concedidos às empresas não financeiras em Portugal têm permanecido bastante acima da média da área do euro, devido à ocorrência em simultâneo de vários fatores: i) o ajustamento na economia portuguesa refletiu-se na situação financeira de muitas empresas, na qualidade do crédito e no aumento significativo da perceção de risco por parte dos bancos aumentando-lhes as suas imparidades; ii) o balanço dos bancos portugueses continuou a ser afetado pelos efeitos de operações conduzidas no passado, tanto do lado do ativo como do passivo, as quais contribuíram para que o custo de financiamento permanecesse elevado face à rendibilidade dos ativos geradores de juros (os juros dos depósitos permaneceram elevados durante vários anos; enquanto os juros dos empréstimos para aquisição de habitação concedidos antes do início da crise financeira apresentaram taxas de juro inferiores ao custo de financiamento atual dos bancos contribuindo negativamente para a sua margem financeira); iii) a diminuição acentuada dos empréstimos dos bancos estrangeiros, conduzindo a uma potencial diminuição do poder negocial das empresas junto dos bancos.
Com efeito, em agosto de 2013, a taxa de juro de novos empréstimos a sociedades não financeiras em Portugal até um milhão e acima de um milhão de euros situou-se em 6,4% e em 4,9%, respetivamente (2,7 p.p. acima da média da área do euro nos dois casos). As taxas praticadas em Portugal têm associado spreads face à Euribor a 3 meses de 620 e 467 p.b., respetivamente, enquanto na área do euro os spreads correspondentes situam-se em 346 e 194 p.b.. Gráfico I.1.23. Taxas de juro de novos empréstimos acima de 1 milhão de euros (%) Gráfico I.1.24. Taxas de juro de novos empréstimos até 1 milhão de euros (%) Fonte: BCE. Porém, é de referir que a melhoria da perceção do risco do Estado e dos bancos deverá estar a começar a repercutir-se, ainda que de forma ténue, nas condições de oferta de crédito ao sector privado não financeiro. Esta conclusão é também evidenciada pelo último inquérito sobre o mercado de crédito conduzido pelo Banco de Portugal (julho 2013), o qual indica uma ligeira diminuição da restritividade no que se refere aos empréstimos a pequenas e médias empresas durante o segundo trimestre de 2013. Apesar dos desenvolvimentos adversos observados desde finais de 2008, os bancos estão hoje em melhores condições para financiar a economia, atendendo às maiores exigências de capital próprio. As medidas tomadas pelas autoridades monetárias, nomeadamente pelo BCE, permitiram melhorar a posição de liquidez. Para além disso, os bancos reduziram significativamente o grau de alavancagem e procederam a aumentos dos seus níveis de capital. De facto, os níveis de capitalização do sistema bancário voltaram a melhorar em 2012, prosseguindo a tendência evidenciada desde 2008. No final de 2012, o rácio Core Tier 1 do sistema bancário situou-se em 11,5% (ultrapassando o limite mínimo de 10% fixado no âmbito do Programa de Ajustamento), representando uma melhoria de quase 2 p.p. face a 2011 (9,6%). Por seu turno, o rácio médio de crédito sobre depósitos dos oito principais grupos bancários reduziu-se para cerca de 120% no final de 2012 (representando uma diminuição de quase 40 p.p. face ao máximo observado em junho de 2010). 1 , 0 0
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