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II SÉRIE-A — NÚMERO 144 32

Assembleia da República, 5 de junho de 2015.

Os Deputados do PCP, Francisco Lopes — Paula Santos — Bruno Dias — Paulo Sá — Miguel Tiago —

João Oliveira — António Filipe — João Ramos — David Costa — Rita Rato — Lurdes Ribeiro — Diana

Ferreira — Carla Cruz.

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PROJETO DE LEI N.º 985/XII (4.ª)

CRIAÇÃO DA FREGUESIA DE COVA DA PIEDADE, NO CONCELHO DE ALMADA,

DISTRITO DE SETÚBAL

Cova da Piedade é uma freguesia do concelho de Almada com 1,42 Km2 de área e 19.904 habitantes, de

acordo com os censos de 2011. Densidade 14 106,9 hab/km2, uma das maiores densidades populacionais do

país. É parte integrante da cidade de Almada.

Faz fronteira a Norte com Almada, a Norte e a Oeste com o Pragal; a Sul com o Laranjeiro e o Feijó, a Este

com o Rio Tejo e a Nordeste com Cacilhas.

A freguesia foi criada em 7 de Fevereiro de 1928. Até 1985, a freguesia da Cova da Piedade compreendia

as freguesias do Laranjeiro e do Feijó.

Encontramos referências ao lugar desde a Idade Média. Nesta região de quintas e beira-rio, a população

dividia-se entre a agricultura, pequenas unidades piscatórias, algumas atividades artesanais como tanoeiros,

sapateiros, carpinteiros navais, oleiros e outros. Era ainda terra de almocreves que ajudavam na descarga e

transporte de mercadorias e produtos hortícolas de e para Cacilhas, beneficiando da proximidade da cidade de

Lisboa.

A reconstrução da igreja em honra de Nossa Senhora da Piedade, em 1762, terá dinamizado o crescimento

do aglomerado urbano, então denominado Cova, pela situação morfológica de vale, e da Piedade, pela

devoção mariana que os habitantes escolheram.

A partir de 1880, a chegada do comboio ao Barreiro (atual Linha do Alentejo) facilita o transporte de

matérias-primas, promovendo o processo de industrialização da zona ribeirinha, onde se instalaram fábricas

de transformação de cortiça, estaleiros de construção naval, um forno de cal, e mais tanoarias.

Por essa época encontramos no lugar da Romeira uma verdadeira “indústria” de lavagem de roupas que

servia a cidade de Lisboa.

Mas a proximidade do Tejo traz outras possibilidades, como as da construção naval. A descoberta da

utilização motriz do vapor e da eletricidade alteraram significativamente a indústria naval e a conceção de

novos navios. Foi, então, profunda a transformação em virtude do aparecimento dos navios de aço e da

propulsão a vapor, em detrimento dos navios de madeira à vela. Em 1928 outorgou-se o contrato para a

construção do Arsenal do Alfeite, ao abrigo do regime das reparações de guerra alemãs, tendo as obras de

construção sido concluídas em Dezembro de 1937. No ano seguinte entrou em laboração total, passando a

ser considerado um dos maiores e melhor estabelecimento do género.

Até aos anos 1930-1940, a Cova da Piedade apresentou uma feição industrial plena, apesar da crise da

indústria corticeira.

Em 1967, com a instalação dos estaleiros da Lisnave, na Margueira, aumentou muito a oferta de trabalho e

a população da freguesia aumentou e prosperou, acentuando a importância da construção naval na freguesia.

A pressão demográfica intensificou-se a partir de 1966, com a construção da ponte sobre o Tejo (Ponte 25

de Abril), acentuando-se a predominância dos sectores secundário e terciário na economia.

A localidade tem quatro escolas do Ensino Básico e primeiro ciclo, frequentadas por cerca de 900 crianças,

um jardim-de-infância de ensino Público e três IPSS, onde mais de 400 crianças frequentam o ensino Pré-

escolar.