O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

II SÉRIE-A — NÚMERO 12 256______________________________________________________________________________________________________________

2. CONTINUAR PORTUGAL NAS COMUNIDADES PORTUGUESAS

Estima-se que um terço da população nacional, cerca de 5 milhões de portugueses, esteja

atualmente a residir no estrangeiro. Para além da carga simbólica deste número, ele é

também demonstrativo de uma poderosa força económica, cultural e política. Portugal, de

facto, não se esgota nas suas fronteiras terrestres ou marítimas. Portugal é continuado em

cada cidadão nacional que organizou a sua vida lá fora e que aí representa o nosso país.

Esta circunstância comporta responsabilidades e desafios acrescidos para o Estado

Português, mas constitui também uma enorme mais-valia que devemos saber aproveitar.

Acresce que, nos últimos anos, fruto da crise e da vaga de emigração promovida pela

política de austeridade, muitos portugueses – em especial muitos jovens altamente

qualificados –, foram forçados a abandonar o seu país e procurar emprego noutras

paragens. É crucial, pois, manter e estimular a ligação destes novos emigrantes com a sua

pátria, apoiá-los nos países de acolhimento e salvaguardar os seus direitos enquanto

cidadãos nacionais.

Importa não esquecer que, mesmo lá fora, estes compatriotas estão a ajudar a construir e a

fazer avançar Portugal. Não só prestigiam o seu país pelo trabalho que desenvolvem, como

igualmente contribuem, de forma considerável, para o PIB nacional. Também por isto, o

papel das comunidades não deve ser encarado como uma questão subalterna quando se

pensa na governação de Portugal.

É certo, todavia, que os portugueses no estrangeiro necessitam de reconhecimento, não de

paternalismos. As comunidades precisam de ser verdadeiramente apreendidas em toda a

sua diversidade e especificidade e não de serem menorizadas pelos clichés que ainda

perduram. Os emigrantes portugueses no mundo são os melhores embaixadores de

Portugal, pelo que valorizando essa diáspora está-se automaticamente a valorizar Portugal.

256