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14 DE OUTUBRO DE 2016 9

transacionáveis. No conjunto, a evolução da população empregada e desempregada resultará numa

estabilização da população ativa.

O consumo público deverá reduzir-se, resultado da continuação do processo de ajustamento da

despesa pública. As alterações de política salarial deverão continuar a materializar num impacto

positivo no deflator.

A inflação medida pelo Índice de Preços no Consumidor (IPC) deverá atingir os 1,5% em 2017

(0,8% em 2016), num contexto de equilíbrio de tensões – quer inflacionistas, quer deflacionistas – nos

mercados internacionais de commodities. Esta subida da inflação em cerca de 0,7 p.p. face a 2016

traduzirá uma maior pressão ascendente sobre os preços. Para tal contribui a melhoria da procura

interna e uma redução do hiato do produto, a aceleração das remunerações por trabalhador associado

à reposição dos cortes salariais na Administração Pública, bem como a relativa estabilização do preço

dos bens energéticos após a quebra registada no ano precedente. O diferencial face à evolução dos

preços no conjunto da área do euro deverá permanecer positivo (+0,2 p.p.).

Globalmente, estas projeções são consistentes com a correção dos desequilíbrios

macroeconómicos internos e externos.

3. Qualificação dos Portugueses: menos insucesso, mais conhecimento, mais e melhor

emprego

Em quatro décadas, a aposta na educação e em formação, do pré-escolar ao ensino superior,

conseguiu resultados muito positivos. O abandono escolar precoce, por exemplo, desceu de 45% em

2002 para 13,7% em 2015, aproximando-se agora dos patamares europeus. Contudo, em termos

globais, subsiste o expressivo défice estrutural de qualificações na população portuguesa (55% dos

adultos entre os 25-64 anos não completaram o ensino secundário, cerca de 45% da força de trabalho

possui poucas ou nenhumas competências digitais e apenas 26% da população empregada tem

formação superior).

A crise económica e financeira acrescentou níveis elevados de desemprego ao desafio do défice

estrutural de qualificações. Com efeito, desde 2007 a taxa de desemprego aumentou, começando a

divergir da média europeia e atingindo o seu pico em 2013 (16,2%). Em dez anos, o desemprego de

longa duração (3,5% em 2004), mais do que duplicou (8% em 2015), passando a representar quase

64% do desemprego total, muito acima da média europeia (a rondar os 39%). O desemprego de muito

longa duração representava em 2015 cerca de 46% do desemprego total (valor que compara com os

25% registados em 2004 e os quase 30% observados no final de 2010).

Embora o desemprego seja mais elevado nas qualificações mais baixas, tem aumentado a

proporção de desempregados com ensino superior (18% em 2015 face aos 13% em 2007). A questão

dos jovens NEET (que não estudam nem trabalham) é também motivo de preocupação, tratando-se

sobretudo de jovens com qualificações básicas e secundárias (apesar do aumento da representação

de jovens com ensino superior no intervalo 25-29 anos de 20% em 2011 para 27% em 2015). A

persistência de desemprego elevado, em particular de longa duração e jovem, levanta ainda questões

sobre a adequação das competências dos desempregados face às necessidades do mercado, bem

como sobre as melhores forma de promover o emprego.

Neste quadro, é identificável um conjunto de desafios-chave a que é necessário dar resposta

prioritária: entre os jovens, os níveis elevados de insucesso escolar, que propiciam abandono escolar

precoce e baixas qualificações à saída do sistema educativo; o crescimento da taxa de jovens NEET

e o recrudescer de pressões para a emigração; nos adultos, o desemprego, em especial de longa e

muito longa duração, que exponencia o risco de desencorajamento e de afastamento do mercado de

trabalho, e as baixas qualificações médias da população, que exigem um melhor ajustamento com as

necessidades do mercado de trabalho e o relançamento da aposta em percursos formativos

qualificantes, das competências básicas e transversais às competências digitais.

Ao nível da política de juventude, o Governo defende uma estratégia interministerial holística e

integrada para a autonomização dos jovens, bem como para o reforço da sua presença cívica, política

e associativa. Ao longo deste documento desenvolvem-se um conjunto de propostas quer no

desenvolvimento das políticas de arrendamento, quer nos apoios às qualificações, empregabilidade e