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II SÉRIE-A — NÚMERO 14 36______________________________________________________________________________________________________________

26 Economia Portuguesa: Evolução Recente e Perspetivas para 2017

No rescaldo da crise económica e financeira dos últimos anos, o endividamento de algumas economias avançadas, o baixo investimento e o desemprego de longa duração poderão abrandar o crescimento económico previsto. Este risco pode tornar-se severo num contexto em que a política monetária já está a ser usada perto do seu potencial máximo.

…mas o efeito das reformas estruturais poderá balançar este risco.

O crescimento económico nas economias avançadas poderá superar as expectativas caso se concretize o efeito estimado das reformas estruturais implementadas recentemente, no contexto de uma resposta mais firme e coordenada aos desafios existentes.

No contexto interno, o legado da crise, a que se junta o potencial efeito da incerteza global na recuperação da produtividade e do investimento, poderá condicionar as perspetivas de crescimento…

Os elevados endividamento público e privado poderão constituir um travão às atuais perspetivas de crescimento, pelo seu impacto no investimento e consequentemente no crescimento da produtividade e do produto potencial, impedindo assim um arranque mais vigoroso do crescimento.

Finalmente, assegurar a manutenção de fontes sustentáveis de financiamento nos mercados internacionais é prioritário.

Uma reversão da política monetária do BCE no curto prazo resultaria no aumento do custo de financiamento da dívida soberana e colocaria pressão na sustentabilidade das fontes de financiamento externas, tornando ainda mais urgente a continuação do processo de eliminação das fragilidades estruturais da economia portuguesa.

A rendibilidade do sistema bancário continua penalizada pelas baixas taxas de juro e pelo elevado crédito em risco.

A estabilização do sistema bancário promovida desde o início da corrente legislatura conjugada com a reformulação dos modelos de negócios do sistema bancário, a criação de um mecanismo (nacional ou europeu) que permita reduzir o stock de crédito em risco no balanço dos bancos e o reforço da arquitetura institucional europeia tendem a reduzir a probabilidade de materialização deste risco.

I.3.3. Riscos Relacionados com as Hipóteses Externas

Tendo em conta os riscos enumerados, quantificam-se nesta secção os impactos esperados dos dois choques exógenos mais relevantes no enquadramento atual: um aumento de 20% no preço do petróleo e uma diminuição do crescimento da procura externa em 2 p.p. no ano de 2017.

Aumento do preço do petróleo

No caso do aumento do preço do petróleo a simulação aponta para uma quebra do PIB real. Adicionalmente, assiste-se a um aumento dos preços no consumidor. Esta subida também tem um impacto significativo no deflator das importações e, por essa via, implica uma redução do PIB nominal. Dado o peso das importações de combustíveis na balança de bens, esta aceleração do preço dos bens energéticos importados traduz-se num impacto negativo no saldo da balança corrente.