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16 DE DEZEMBRO DE 2017

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Os Deputados do PCP: Paula Santos — Ana Mesquita — António Filipe — Diana Ferreira — Jorge Machado

— Francisco Lopes — Jerónimo de Sousa — Paulo Sá — Carla Cruz — Bruno Dias — Rita Rato — João Ramos

— João Oliveira.

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PROJETO DE LEI N.º 702/XIII (3.ª)

ATUALIZAÇÃO EXTRAORDINÁRIA DAS BOLSAS DE INVESTIGAÇÃO E MECANISMO DE

ATUALIZAÇÃO ANUAL DAS BOLSAS DE INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA (QUINTA ALTERAÇÃO À LEI N.º

40/2004, DE 18 DE AGOSTO)

O recurso ao estatuto do bolseiro de investigação científica como forma de suprir necessidades permanentes

do Sistema Científico e Tecnológico Nacional (SCTN) tem sido uma opção constante de sucessivos governos,

impedindo o real desenvolvimento do SCTN e causando a degradação da condição social e profissional do

investigador.

A condição de bolseiro de investigação científica limita objetivamente muitos direitos que deviam estar à

partida assegurados a estes trabalhadores, entre os quais o direito a um salário justo.

Por isso, o PCP defende e tem proposto que deve ocorrer a integração progressiva na carreira de

investigação científica de todos os bolseiros de investigação que satisfaçam necessidades permanentes das

instituições.

Até que esta integração seja uma realidade, o PCP considera que é necessário dar resposta aos problemas

concretos vividos pelos bolseiros, nomeadamente o facto de há 15 anos estes trabalhadores não contarem com

qualquer aumento das suas bolsas.

Assim, importa criar mecanismos para que as bolsas não sejam também uma forma de impedir os

contratados por essa via virem a auferir um rendimento mais justo e que, além disso, assegure o direito ao lazer

e ao descanso.

É urgente criar mecanismos legais de atualização do valor das bolsas da Fundação para a Ciência e

Tecnologia no que toca aos bolseiros de investigação científica porque estes trabalhadores não podem ficar à

espera mais 15 anos. A atualização desses valores não pode estar dependente da boa vontade pontual de um

Ministério, ou da (in)disponibilidade financeira da FCT. A atualização dos rendimentos deste contingente de

investigadores e técnicos deve ser processada de acordo com princípios e mecanismos constantes e

negociáveis.

De acordo com a Associação de Bolseiros de Investigação Científica (ABIC), a manutenção desses valores

corresponde a uma perda do poder de compra na ordem dos 25%. A atualização já garantida no Orçamento do

Estado para 2018 é um primeiro passo, mas não tem a dimensão necessária face ao problema. Por um lado,

destina-se apenas a bolseiros de doutoramento, o que origina um tratamento desigual entre trabalhadores que

estão sob o mesmo estatuto. Por outro lado, acabam por ser excluídas as bolsas de valor mais baixo, como as

Bolsas de Iniciação Científica, a que correspondem 385€, ou as de Técnico de Investigação, a que

correspondem entre 565€ e 745€.

Deste modo, o PCP propõe que passe a existir uma atualização anual na medida mínima dos aumentos

previstos para todos os trabalhadores da Administração Pública, ocorrendo ainda uma atualização extraordinária

para elevação dos valores das bolsas face ao facto de já não existir qualquer aumento desde 2002.

Nestes termos, ao abrigo das disposições constitucionais e regimentais aplicáveis, os Deputados abaixo

assinados do Grupo Parlamentar do PCP apresentam o seguinte projeto de lei: