O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

19 DE ABRIL DE 2018

25

A consequência deste estrangulamento por parte do Ministério das Finanças é que as listas de espera para

consultas, para cirurgias e para a realização de exames complementares de diagnóstico e terapêutica não param

de aumentar. E, para conseguir dar resposta às necessidades, os Conselhos de Administração são obrigados a

recorrer à prestação de serviços, para poder ter as escalas preenchidas, o que aumenta em muito a fatura a

pagar. As prestações de serviços são muito mais dispendiosas, mas o Governo não dá alternativa aos hospitais.

O Governo alega que quer reduzir o recurso às prestações de serviços, o que nos parece, evidentemente,

muito bem. Mas, a questão que se coloca é, com o Ministério das Finanças a não autorizar contratações, como

é que os hospitais vão fazer? Sem os hospitais conseguirem contratar e sem poderem recorrer a prestações de

serviços, quem vai atender os doentes? Quem vai assumir a responsabilidade por cada utente que recorrer a

um hospital do SNS e não tiver quem lhe preste assistência?

E o problema não acaba aqui porque, como o orçamento dos hospitais não chega, para poderem ter recursos

humanos e garantir a assistência aos utentes, os hospitais não pagam aos seus fornecedores e, como

demonstramos acima, as dívidas não param de crescer. Os orçamentos dos hospitais não são adequados às

necessidades, estão muito aquém das necessidades e o Governo, com a conivência do BE e do PCP, nada faz

a este respeito.

Os dados de fevereiro de 2018 demonstram que a dívida dos hospitais às farmacêuticas está, já este ano, a

crescer a um ritmo de perto de dois milhões de euros por dia. De acordo com os dados publicados pela

Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (APIFARMA), a dívida dos hospitais públicos às empresas

farmacêuticas, em fevereiro de 2018, era de 933,7 M€.

E as dívidas dos hospitais às empresas de dispositivos médicos também têm vindo a aumentar. Segundo os

dados publicados pela Associação Portuguesa das Empresas de Dispositivos Médicos (APORMED), a dívida

total dos hospitais do SNS, em fevereiro de 2018, já era de 314,5 M€.

Nos últimos anos foram feitos enormes esforços, por todos os portugueses, para limpar os pagamentos em

atraso e diminuir os da área da saúde. Esses esforços têm vindo a ser deitados por terra pelo atual Governo

que, pior ainda, desvaloriza reiteradamente este aumento dos atrasos nos pagamentos aos fornecedores.

E quando olhamos para a atualização de 2018 do Programa Nacional de Reformas (PNR) 2016-2021,

deparamo-nos com medidas pouco ambiciosas para a área da Saúde, com um discurso repetitivo, revelador da

pouca e fraca estratégia do Governo nesta área e demonstrativo de que, ao contrário do que apregoa

publicamente, a saúde não é uma área prioritária, o que, mais uma vez, nos levanta enormes reservas.

Ao contrário do que é afirmado no PNR, os Tempos Máximos de Resposta Garantida (TMRG) não estão

melhores. Numa busca rápida no portal do Tempos Médios de Espera no SNS, podemos verificar que os TMRG

para consulta (Muito prioritário: 30 dias; Prioritário: 60 dias; Normal: 150 dias) são largamente ultrapassados em

diversas especialidades1. E, para cirurgia, verifica-se também que os TMRG foram ultrapassados em diversas

 1 Anestesiologia no Hospital de Santo André, Leiria: 437 dias (Normal)

 Anestesiologia no Hospital Pedro Hispano, Matosinhos: 310 dias (Normal)

 Angiologia no Hospital de Santa Luzia, Elvas: 183 dias (Prioritário)

 Angiologia no Hospital São Pedro, Vila Real: 771 dias (Normal)

 Cardiologia no Hospital São Francisco Xavier, Lisboa: 130 dias (Muito Prioritário)

 Cardiologia no Hospital Dr. Manuel Constâncio, Abrantes: 379 dias (Normal)

 Cardiologia no Hospital Padre Américo, Vale do Sousa: 190 dias (Muito prioritário) e 529 dias (Normal)  Cirurgia da Obesidade no Hospital do Espírito Santo, Évora: 783 dias (Normal)

 Cirurgia da Obesidade no Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca: 612 dias (Normal)

 Cirurgia da Obesidade no Hospital se São João, Porto: 637 dias (Normal)

 Cirurgia Pediátrica no Hospital de São João, Porto: 102 dias (Prioritário)

 Cirurgia Plástica Reconstrutiva no Hospital São Bernardo, Setúbal: 550 dias (Normal)

 Cirurgia Plástica Reconstrutiva no Hospital Santo António, Porto: 206 dias (Prioritário)

 Dermato-Venerologia no Hospital Garcia de Orta: 632 dias (Normal) e 160 dias (Prioritário)

 Dermato-Venerologia no Hospital Infante D. Pedro, Aveiro: 187 dias (Muito Prioritário), 1.859 dias (Prioritário) e 500 dias (Normal)

 Dermato-Venerologia no Hospital São João, Porto: 530 dias (Muito Prioritário)

 Estomatologia no Hospital de Faro: 108 dias (Prioritário) e 653 dias (Normal)

 Neurocirurgia no Hospital de Faro: 560 dias (Normal)  Oftalmologia no Hospital Distrital das Caldas da Rainha: 813 dias (Muito Prioritário), 809 dias (Prioritário) e 832 dias (Normal)

 Oftalmologia no Hospital Distrital de Chaves: 1046 dias (Normal)

 Otorrinolaringologia no Hospital Santo André, Leiria: 982 dias (Normal)

 Pneumologia no Hospital São Pedro, Vila Real: 623 dias (Normal)

Páginas Relacionadas
Página 0008:
II SÉRIE-A — NÚMERO 101 8 À conjuntura apresentada supra, sublinha-se
Pág.Página 8
Página 0009:
19 DE ABRIL DE 2018 9 Não deveria ser assim. Sempre defendemos que a reposição de r
Pág.Página 9
Página 0010:
II SÉRIE-A — NÚMERO 101 10 Segundo o Eurostat, nos últimos dez anos,
Pág.Página 10
Página 0011:
19 DE ABRIL DE 2018 11 2.2 O Caso particular da fiscalidade sobre os combustíveis (
Pág.Página 11
Página 0012:
II SÉRIE-A — NÚMERO 101 12 Em Portugal, o peso dos impostos so
Pág.Página 12
Página 0013:
19 DE ABRIL DE 2018 13 Em junho de 2017 Portugal estava acima da média da Zona Euro
Pág.Página 13
Página 0014:
II SÉRIE-A — NÚMERO 101 14 Posto isto, nada justifica que o Governo m
Pág.Página 14
Página 0015:
19 DE ABRIL DE 2018 15 2.4 Investimento no SNS (variação em %) A real
Pág.Página 15
Página 0016:
II SÉRIE-A — NÚMERO 101 16 3. Crescimento económico A recupera
Pág.Página 16
Página 0017:
19 DE ABRIL DE 2018 17 Porém, fica cada vez mais a sensação de que o atual Governo
Pág.Página 17
Página 0018:
II SÉRIE-A — NÚMERO 101 18 Países que simultaneamente cresceram mais
Pág.Página 18
Página 0019:
19 DE ABRIL DE 2018 19 Fonte: Eurostat Não se co
Pág.Página 19
Página 0020:
II SÉRIE-A — NÚMERO 101 20 Banco de Portugal Cr
Pág.Página 20
Página 0021:
19 DE ABRIL DE 2018 21 Há hoje uma nova oportunidade para atrair pessoas num mundo
Pág.Página 21
Página 0022:
II SÉRIE-A — NÚMERO 101 22 Em 2017 assistimos ao regredir da produtiv
Pág.Página 22
Página 0023:
19 DE ABRIL DE 2018 23 Desta forma terão sempre particular relevância as questões r
Pág.Página 23
Página 0024:
II SÉRIE-A — NÚMERO 101 24 A Linha de Cascais continua a ser um dos e
Pág.Página 24
Página 0026:
II SÉRIE-A — NÚMERO 101 26 especialidades e hospitais, apesar de, est
Pág.Página 26
Página 0027:
19 DE ABRIL DE 2018 27 Conforme o CDS-PP tem vindo a afirmar, o acesso, a qualidade
Pág.Página 27
Página 0028:
II SÉRIE-A — NÚMERO 101 28 C. Sucesso na Educação não se alcança com
Pág.Página 28
Página 0029:
19 DE ABRIL DE 2018 29 diárias nas instituições de ensino e a taxa de execução do o
Pág.Página 29
Página 0030:
II SÉRIE-A — NÚMERO 101 30 acumulam num fundo pessoal, são sim usadas
Pág.Página 30
Página 0031:
19 DE ABRIL DE 2018 31 concertada, mudar as políticas com o intuito de enfrentar de
Pág.Página 31
Página 0032:
II SÉRIE-A — NÚMERO 101 32 medida concreta para a prossecução deste o
Pág.Página 32
Página 0033:
19 DE ABRIL DE 2018 33 G. Fundo Europeu de Auxílio às Pessoas Mais Carenciadas (FEA
Pág.Página 33
Página 0034:
II SÉRIE-A — NÚMERO 101 34 I. Alterações à lei do trabalho, o desresp
Pág.Página 34
Página 0035:
19 DE ABRIL DE 2018 35 alteração muitos trabalhadores passaram a preferir receber e
Pág.Página 35
Página 0036:
II SÉRIE-A — NÚMERO 101 36 O interior do País deve, assim, ser alvo d
Pág.Página 36
Página 0037:
19 DE ABRIL DE 2018 37 – Quanto ao Fundo Nacional para a Reabilitação do Edificado,
Pág.Página 37
Página 0038:
II SÉRIE-A — NÚMERO 101 38 Com tal Estratégia, pretendia o anterior G
Pág.Página 38
Página 0039:
19 DE ABRIL DE 2018 39 o País já está a sentir e, por outro lado, que o prepare par
Pág.Página 39
Página 0040:
II SÉRIE-A — NÚMERO 101 40 Como o Governo, também o CDS-PP enunciou j
Pág.Página 40
Página 0041:
19 DE ABRIL DE 2018 41  Recursos Tecnológicos: consideramos adequado que o Governo
Pág.Página 41
Página 0042:
II SÉRIE-A — NÚMERO 101 42 P. Uma Segurança Descurada Apesar d
Pág.Página 42
Página 0043:
19 DE ABRIL DE 2018 43 combate de incêndios florestais. Para 2018, no que respeita
Pág.Página 43
Página 0044:
II SÉRIE-A — NÚMERO 101 44 Preconiza ainda o PNR:  O reforço
Pág.Página 44
Página 0045:
19 DE ABRIL DE 2018 45 para que os privados invistam na floresta de produção atravé
Pág.Página 45
Página 0046:
II SÉRIE-A — NÚMERO 101 46 O Governo tem vindo a desenvolver a sua po
Pág.Página 46
Página 0047:
19 DE ABRIL DE 2018 47 Pelas características mediterrânicas do nosso país, a água é
Pág.Página 47
Página 0048:
II SÉRIE-A — NÚMERO 101 48 Todas estas atividades têm de ser devidame
Pág.Página 48
Página 0049:
19 DE ABRIL DE 2018 49 iii) Deve avançar-se com uma medida de Crédito Fiscal Extrao
Pág.Página 49
Página 0050:
II SÉRIE-A — NÚMERO 101 50 xii)Deve definir-se uma rede de referencia
Pág.Página 50
Página 0051:
19 DE ABRIL DE 2018 51 viii) Estudar alterações ao estatuto de trabalhador-estudant
Pág.Página 51
Página 0052:
II SÉRIE-A — NÚMERO 101 52 iv) Efetuar um diagnóstico social das famí
Pág.Página 52
Página 0053:
19 DE ABRIL DE 2018 53 J. No âmbito das políticas de promoção da coesão social e te
Pág.Página 53
Página 0054:
II SÉRIE-A — NÚMERO 101 54 i) Promover a criação de oferta de habitaç
Pág.Página 54
Página 0055:
19 DE ABRIL DE 2018 55 da sua competência, sempre passível de recurso para os tribu
Pág.Página 55
Página 0056:
II SÉRIE-A — NÚMERO 101 56 P. Na área da Segurança, o PNR deve dar at
Pág.Página 56
Página 0057:
19 DE ABRIL DE 2018 57 i. Pôr em prática as medidas, ativas e passivas, de prevençã
Pág.Página 57
Página 0058:
II SÉRIE-A — NÚMERO 101 58 x) O PNR deve assumir claramente a vontade
Pág.Página 58