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7 DE SETEMBRO DE 2018 125

 Um fluxo em direção às áreas mais atrativas em termos de clima e condições de vida, nomeadamente ao

longo da costa mediterrânea.

 Um fluxo para as áreas metropolitanas, de preferência com boas perspetivas económicas, podendo

acentuar um padrão policêntrico em torno dos principais nós urbanos.

A nível europeu perspetiva-se o agravamento dos desequilíbrios territoriais. As áreas metropolitanas

continuarão a concentrar mais população e as regiões rurais periféricas irão enfrentar os maiores desafios

demográficos.

Em Portugal, tal como na Europa, muitas regiões rurais irão continuar a perder população e os níveis de

natalidade vão ser incapazes de esbater os impactos do envelhecimento e da mortalidade, revelando-se uma

tendência muito difícil de inverter. As migrações internas e externas poderão contribuir para aumentar as

disparidades territoriais, uma vez que há uma forte tendência para a fixação populacional nas áreas urbanas.

As duas metrópoles continuarão a concentrar população e riqueza, já que polarizam as principais dinâmicas

empreendedoras e de inovação, bem como a população mais qualificada e diferenciada. Contudo, se algumas

áreas urbanas vão continuar a crescer outras poderão não ter dinamismo demográfico suficiente e irão

também diminuir de população, nomeadamente recursos humanos em idade ativa.

O clima ameno, os níveis de segurança e a hospitalidade dos portugueses podem transformar Portugal

numa alternativa residencial para europeus do centro e do norte da Europa, assim como do norte de

África. Políticas públicas dirigidas à imigração e à habitação devem levar em consideração estas tendências,

promovendo algum reequilíbrio territorial.

No contexto europeu perspetiva-se que a atração de pessoas altamente qualificadas de outras partes

do mundo será, provavelmente, cada vez mais difícil. Por sua vez, os europeus mais qualificados poderão

optar por trabalhar e viver nos grandes centros urbanos localizados fora da Europa. Portugal não será exceção

em relação a esta tendência, sobretudo se não tiver uma base socioeconómica suficientemente atrativa para

criar oportunidades e diferentes possibilidades às pessoas.

Variação da população por NUTS III (2015-2025)

Fonte: The LUISA Territorial Modelling Platform (2017)

Conclusão

Os fatores de mudança sociodemográfica evidenciam que Portugal terá, em 2030, menos população e

uma estrutura demográfica mais envelhecida, com uma menor presença de população jovem e ativa, o

que se repercutirá nas estruturas familiares, sociais e económicas, mas também territoriais.

O crescimento natural será negativo, refletindo as baixas taxas de fecundidade e os níveis de

envelhecimento da população. As migrações internas vão continuar a favorecer as duas metrópoles e

as principais cidades. A imigração poderá contribuir para um maior equilíbrio da estrutura demográfica.

A atração de novos residentes terá implicações nos hábitos e nos comportamentos sociais e,

consequentemente, nos modos de vida, bem como no funcionamento dos mercados de trabalho e imobiliário.