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II SÉRIE-A — NÚMERO 154 120

7ºC, respetivamente, em 2100. Esta variação é acompanhada por um incremento da frequência e intensidade

de ondas de calor. Nas Regiões Autónomas, os aumentos de temperatura deverão ser mais moderados para o

final do século, podendo variar entre os 2ºC e os 3ºC na Madeira, enquanto para os Açores os aumentos

estimados são entre 2,5ºC e 3,2ºC.

II. Alteração dos padrões de precipitação

No que se refere à precipitação, a incerteza do clima é substancialmente maior. No entanto, quase todos os

cenários projetam a redução da precipitação em Portugal continental durante a primavera, verão e outono,

podendo essa redução atingir 20% a 40% da precipitação anual atual no final do século (devido a uma redução

da duração da estação chuvosa), com as maiores perdas a ocorrerem nas regiões do sul. Os períodos de seca

poderão ser mais recorrentes e intensos. Na Madeira, estima-se igualmente uma importante redução da

precipitação anual, até cerca de 30%, bem como alterações significativas na sua variabilidade interanual e

sazonal, circunstâncias agravadas pela limitada capacidade de retenção hídrica. Nos Açores, as projeções não

indicam uma tendência clara, no entanto poderá ocorrer uma ligeira tendência de aumento no inverno, até 10%,

e de diminuição no verão.

III. Subida do nível médio do mar

Em termos mundiais o nível médio das águas do mar tem subido mais rapidamente nos últimos anos do

que nas décadas anteriores. Em Portugal, com base no marégrafo de Cascais, registaram-se subidas do

nível médio do mar (SNM) de 2,1 mm/ano entre 1992 e 2004 e 4,0 mm/ano entre 2005 e 2016, seguindo a

tendência global. Nos Açores, a subida poderá atingir um metro até ao final do século. Portugal tem uma orla

costeira sujeita a elevada pressão urbana e uma extensão apreciável de litoral baixo e arenoso e baixo rochoso

em situação crítica de erosão. Este fator é potenciado pela perspetiva futura da ocorrência mais frequente de

fortes temporais.

Impactos

I. Degradação e perda de recursos ambientais

O ambiente, os habitats, os ecossistemas e as paisagens estarão sob pressão crescente. A alteração

dos padrões de precipitação e o aumento da temperatura poderão tornar evidentes as tendências para a

alteração da distribuição geográfica e das condições de desenvolvimento de espécies vegetais e

animais. Poderá haver alterações na disponibilidade e na qualidade da água, sendo de atender às pressões

decorrentes da agricultura, indústria, áreas urbanas e áreas de turismo. O processo de desertificação do solo

tenderá a intensificar-se. Em 2030, a gestão da escassez de água e de alimentos (agrícolas e pesca) será

um grande desafio. O aprovisionamento alimentar poderá estar comprometido.

II. Riscos e vulnerabilidades

As alterações climáticas determinam mudanças na intensidade e incidência territorial dos riscos

associados às cheias e inundações fluviais, aos galgamentos costeiros, às ondas de calor e à ocorrência

de incêndios, com forte impacto em territórios de uso florestal, agravando em geral a sua frequência e

intensidade. As áreas urbanas estarão numa situação mais vulnerável. Outros riscos ambientais, como a

ocorrência de movimentos de massa em vertentes, podem ser agravados em severidade ou frequência. As

alterações do clima são também um fator de injustiça social, com consequências sobre as desigualdades intra

e intergeracionais.

III. Alterações económicas e sociais

As previsíveis alterações do clima à escala local implicarão um consumo acrescido de energia para