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7 DE SETEMBRO DE 2018 119

mais relevantes e previsíveis, em quatro grandes domínios: ambiental e climático; sociodemográfico; tecnológico

e económico e social. Este exercício estratégico pretende antecipar algumas das questões territoriais que se

poderão colocar no futuro e que, por isso, terão de ser consideradas na conceção dos Desafios Territoriais e do

Modelo Territorial. Nesta reflexão não foram problematizados os fatores críticos geopolíticos e de evolução dos

mercados globais, não obstante o impacto que poderão vir a ter no País, dado o elevado nível de

imprevisibilidade da sua evolução.

Em cada Mudança Crítica são perspetivados três fatores críticos emergentes, identificados os impactos

institucionais, sociais e económicos mais significativos e sistematizadas as tendências territoriais que poderão

ocorrer num cenário de inação da ação pública. Apesar da compartimentação, que a seguir se apresenta,

verifica-se que, frequentemente, os vários fatores críticos interagem entre si, o que poderá reforçar algumas

tendências.

M1 | Mudanças Ambientais e Climáticas

Introdução

As alterações climáticas de origem antropogénica são uma evidência científica. Entre 2005 e 2014 as

emissões globais de gases com efeito de estufa seguiram a trajetória do cenário mais pessimista definido

pelo Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC). O «The Global Risks Report 2017» (WEF 2017)

identifica os eventos climáticos extremos, a falta de água, os grandes desastres naturais e as falhas na

mitigação e adaptação às mudanças climáticas entre os principais riscos globais em termos de impacto

sobre a vida e a atividade humana.

Nas políticas de mitigação, Portugal comprometeu-se a garantir a neutralidade das suas emissões até ao

final da primeira metade do século XXI (2050), numa trajetória de redução de gases com efeito de estufa a

longo prazo, em linha com os objetivos europeus. Reconhece-se atualmente que a mitigação não é suficiente

para lidar com as mudanças do clima. Assim, é fundamental reforçar a adoção de medidas de adaptação.

A tendência mostra que o aumento da temperatura, conjuntamente com a alteração dos padrões da

precipitação e a subida do nível médio do mar, são as principais manifestações das alterações climáticas em

Portugal. Agravados pelo aumento de eventos meteorológicos extremos, os efeitos das alterações climáticas

vão ter expressões territoriais muito diferenciadas.

Fatores

I. Aumento da temperatura

Todos os cenários e projeções preveem um aumento significativo da temperatura média em todas as

regiões de Portugal até ao fim do século. Até 2040, no Continente, projetam-se aumentos da temperatura

máxima no verão entre 0,5ºC na zona costeira e 2ºC no interior, valores que podem chegar até aos 3ºC e