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II SÉRIE-A — NÚMERO 154 124

A população será mais envelhecida e os índices de dependência mais elevados. Os cenários futuros

perspetivam uma diminuição de cerca de 600 mil jovens e um aumento de 1,4 milhões de idosos entre 2011 e

2040. Perspetiva-se uma inversão da pirâmide etária e a continuação de um acentuado envelhecimento da

população transversal a todo o País. Uma vida mais longa com qualidade é o grande desafio.

III. Intensificação dos movimentos migratórios

A forte corrente emigratória de jovens adultos dos últimos anos intensificou a tendência para a

quebra demográfica. A saída de jovens qualificados em Portugal pode fragilizar o desenvolvimento futuro do

País. A atração de novos imigrantes deverá ser entendida como um fator de desenvolvimento do País,

ao assumir um importante papel na mitigação do envelhecimento e no combate à incapacidade de renovação

demográfica da população portuguesa. Os novos imigrantes poderão ser de vários tipos: quadros atraídos pela

qualidade de vida e dinâmica empresarial, imigrantes de países em conflito ou estrangeiros em idade de reforma

seduzidos pelo clima e pela segurança. A mobilidade interna vai continuar a favorecer as duas regiões

metropolitanas e as principais cidades.

Impactos

I. Alteração das necessidades de equipamentos e serviços

A população será mais escolarizada e terá maior acesso à informação e ao conhecimento, à saúde e ao

bem-estar. Poderá, assim, envelhecer com melhor qualidade de vida e viver mais anos com saúde intelectual e

física. Em termos de desafios, a existência de equipamentos e a oferta de serviços pressupõem novas

estratégias e modelos de intervenção ajustados à nova realidade sociodemográfica, de modo a

responder-se no futuro adequadamente às necessidades da população (saúde, serviços sociais, educação

e formação, cultura e lazer).

II. Envelhecimento e perda de ativos no mercado de trabalho

A redução do número de ativos no mercado de trabalho, devido à quebra da natalidade e à emigração,

diminui a disponibilidade de recursos humanos. Entre 2011 e 2040, estima-se que Portugal possa perder cerca

de 1,7 milhões de ativos. A perda de efetivos e a incapacidade de compensar a saída de população ativa

representam, tendencialmente, uma menor disponibilidade e um maior envelhecimento de recursos

humanos para a economia. Isto faz emergir a necessidade de conceber novas estratégias para o modelo

económico, menos intensivas em recursos humanos, mas mais exigentes nas suas qualificações, implicando

um maior investimento no capital humano através da educação formal, mas também da formação profissional.

III. Pressão acrescida sobre os sistemas sociais

A diminuição da população, sobretudo dos ativos, e o seu envelhecimento deverão afetar a estrutura de

funcionamento e o equilíbrio financeiro de importantes sistemas sociais (saúde, educação, proteção

social). O aumento do número de reformados e pensionistas continuará a acentuar-se e, consequentemente, a

aumentar a pressão sobre os sistemas de segurança social. No futuro, mais de metade da população

portuguesa (jovens e idosos) poderá estar dependente de pessoas em idade ativa, implicando

estratégias que visem adaptar os sistemas sociais e os modelos de tributação e redistribuição da

riqueza.

Tendências Territoriais

Na Europa, podem ser esperadas duas tendências principais (ESPON, 2017):