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7 DE SETEMBRO DE 2018 147

A interdependência crescente entre áreas urbanas, rurais e de povoamento difuso cria territórios funcionais

onde se pode reforçar formas reciprocamente benéficas de cooperação, integração e sinergia, explorando novas

oportunidades, aumentando a massa crítica de conjunto (populacional, económica, social e cultural) e

contribuindo para uma maior coesão do território nacional. Assim, no futuro, as oportunidades de ação requerem

modelos de intervenção mais equilibrados e integradores. Dinamizar o policentrismo ao nível nacional

pressupõe aumentar as parcerias interurbanas e rurais-urbanas e estimular novos formatos de

governança territorial visando sobretudo o reforço das complementaridades ambientais, económicas e

sociais, potenciadoras de benefícios para todas as áreas.

Num cenário de perda demográfica e envelhecimento da população, a cooperação interurbana e rural-

urbana pode promover as regiões economicamente mais frágeis, fortalecer a sua resiliência e fomentar

padrões de produção e consumo mais sustentáveis, robustecendo as economias de escala necessárias.

Assim, as cidades precisam aumentar, ao nível regional e supramunicipal, as suas articulações em torno de

funções económicas estratégicas e de projetos de referência de natureza ambiental ou social, sendo ainda

necessário reforçar o papel económico dos territórios rurais, valorizador da sua capacidade produtiva e das

mais-valias associadas aos serviços que podem prestar às comunidades (sumidouros de carbono, produção de

energia, produção de alimentos, exploração de recursos minerais, entre outros). Deste modo, as políticas

centradas na cooperação interurbana ou rural-urbana necessitam de integrar as especificidades locais e

promover complementaridades institucionais e territoriais, potenciando o desenvolvimento socioeconómico e a

sustentabilidade ambiental. As cidades e os pequenos centros urbanos são as âncoras de sustentação dos

territórios de baixa densidade e de povoamento difuso, pela oferta de comércio, equipamentos e serviços que

garantem, pelas redes sociais e económicas que desenvolvem e pelas oportunidades de sociabilidade que

desencadeiam.

Ao nível da cooperação interurbana é fundamental estruturar subsistemas territoriais rentabilizando

a oferta de equipamentos e de transporte público, promovendo, desta forma, mais equidade territorial e bem-

estar social. No que se refere à cooperação rural-urbana é crucial promover uma maior articulação das cadeias

de valor, dinamizar ativos e ofertas complementares e desenvolver serviços de ecossistema com articulações a

funções urbanas relevantes (nomeadamente no âmbito do sistema alimentar, do mercado de trabalho, dos fluxos

de pessoas e mercadorias, das redes de informação e de investimento, das redes de água, energia e resíduos,

e de serviços nas áreas do turismo, lazer e bem-estar).

Os processos de intercâmbio podem basear-se em estratégias de cooperação e experimentação

interurbana e rural-urbana. A nível local e regional é preciso reforçar a implementação de projetos que

estimulem relacionamentos entre diferentes áreas geográficas, que combatam o isolamento das áreas mais

remotas e que fomentem dinâmicas mais integradas e sustentáveis de ordenamento do território. É importante

reforçar a implementação de projetos colaborativos entre as áreas de alta e baixa densidade, entre os centros

das cidades e as áreas urbanas mais periféricas, entre as cidades e os espaços rurais envolventes. Neste

âmbito, os espaços transfronteiriços e os territórios ultraperiféricos devem ser objeto também de estratégias

específicas de reforço dos relacionamentos interurbanos e urbano-rurais.