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12 DE SETEMBRO DE 2018 17

sociais, contribuindo para uma sociedade mais desigual, entre aqueles que serão mais qualificados e os menos

habilitados tecnologicamente. A saúde, em sociedades com processos acelerados de envelhecimento e com

novos padrões de morbilidade, vai deparar-se com potenciais alterações no modo de financiamento e

prestação dos serviços de saúde necessários para garantir melhorias da qualidade de vida, permitindo

coresponsabilizar de forma mais clara os cidadãos com a sua própria saúde. Uma articulação mais estreita

entre a transformação energética e as novas soluções de mobilidade (veículos, sistemas de propulsão e

gestão integrada a longa distância e no espaço urbano) é fundamental.

II. Globalização, inteligência artificial e alterações na oferta de emprego

Os avanços na combinação de tecnologias de impressão 3D e robótica podem acelerar uma evolução para

formas mais descentralizadas de produção de bens, invertendo a dinâmica da globalização assente na

fragmentação internacional da produção. Essa evolução pode traduzir-se numa redução significativa das trocas

comerciais de bens transacionáveis e na diminuição da extensão geográfica das cadeias de abastecimento

atuais. A digitalização tende por sua vez a gerar um crescimento exponencial dos fluxos de dados e da

transação de serviços. Simultaneamente, vai permanecer a liberdade de circulação de capitais, os mercados

financeiros globais e uma gestão mundial da poupança. Os processos robotizados e automatizados, em

termos de emprego, vão substituir as atividades mais desqualificadas e mais intensivas em recursos humanos.

Destrói-se emprego e criam-se novas formas de trabalho. Os reajustamentos dos sistemas produtivos e das

atividades decorrentes da revolução tecnológica estão a reforçar o empreendedorismo e a criar novas

oportunidades de emprego, mas também a diminuir ou a fazer desaparecer outros empregos. As atuais formas

de regulação das atividades e do trabalho nem sempre conseguem responder eficazmente aos direitos dos

trabalhadores.

III. Mais equidade aos serviços de interesse geral e mais colaboração e inovação

Cada vez mais os atores são desafiados e encorajados a envolverem-se e a utilizarem a tecnologia

nas suas interligações. As instituições públicas podem cooperar e favorecer o desenvolvimento de serviços de

interesse geral de acesso digital, de forma a reforçarem a equidade territorial. As redes digitais serão também

fundamentais na criação de ambientes favoráveis à capacitação do capital humano, à inovação e à

infraestruturação tecnológica, fomentando o desenvolvimento de territórios inteligentes. As plataformas

digitais irão mobilizar capacidades e competências coletivas múltiplas, reforçar lideranças partilhadas e

envolver mais atores institucionais e a sociedade civil nos processos de decisão.

Tendências Territoriais

Ao nível europeu,Portugal surge numa posição intermédia, apresentando-se como um inovador

moderado, começando a traçar um caminho de especialização em algumas tecnologias-chave (nanotecnologia,

biotecnologia, tecnologia e materiais avançados). O País destaca-se também pela participação das PME na

introdução de inovações. Em contrapartida, a economia verde nacional é ainda muito pouco competitiva.

A digitalização, ciberespaço, automação e robótica podem aumentar as disparidades territoriais, uma vez

que os líderes destes processos tendem a capturar muitas das vantagens competitivas (mercados, pessoas,

produtos). Por isso, é importante que as cidades desenhem e implementem estratégias de crescimento

inteligente capazes de atrair talento, criatividade e inovação.

As cidades vão polarizar o desenvolvimento social e económico. A revolução tecnológica e a digitalização

fazem repensar os modelos de gestão e governança urbana. Novas soluções tecnológicas estão a ser

impulsionadas para o desenvolvimento «inteligente» das cidades, contribuindo para uma gestão e

utilização dos recursos de forma mais eficiente e para a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos.

Respondendo às novas exigências ambientais, a habitação e a mobilidade nas cidades deverão sofrer profundas

alterações suportadas nas novas tecnologias. O desenvolvimento não depende apenas da inovação assente

em novas tecnologias, mas resulta também da qualidade e da multifuncionalidade dos espaços urbanos.

O desenvolvimento e a utilização de tecnologias mais limpas, a par do reforço de produção e utilização de