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12 DE SETEMBRO DE 2018 19

Conclusão

As grandes transformações tecnológicas contribuirão para a revolução de todos os setores da

sociedade e da economia. No entanto, tenderão a fomentar a polarização geográfica, económica e social.

A integração de processos laborais mais inteligentes, eficientes e sustentáveis fará parte do sistema

económico e incute novos desafios às organizações e aos trabalhadores. Face às perspetivas de

desenvolvimento futuro, o País tem de fomentar a capacitação para o conhecimento, a inovação e a tecnologia,

de modo a posicionar-se numa trajetória de desenvolvimento e projeção internacional. Neste âmbito, importa

contrariar processos de info e tecno-exclusão.

Para a transformação digital ter sucesso, é fundamental uma abordagem que inclua não só a tecnologia,

mas também modelos de governança e organização dos serviços, dos cidadãos e dos processos de

negócio, para definir estratégias adequadas, que permitam ligar tudo–pessoas, dados, processos, dispositivos

e máquinas.

As novas evoluções tecnológicas serão fundamentais para o desenvolvimento inteligente dos territórios,

contribuindo para uma gestão e utilização dos recursos de forma mais eficiente e para a melhoria da qualidade

de vida dos cidadãos. Neste âmbito, a habitação, os serviços e a mobilidade irão sofrer profundas alterações

suportadas nas novas tecnologias (nomeadamente as tecnologias limpas), contribuindo para a descarbonização

territorial.

M4 | Mudanças Económicas e Sociais

Introdução

Com a crise financeira e económica iniciada em 2008 os avanços aparentemente conseguidos no sentido de

uma maior coesão territorial na Europa foram questionados. As disparidades económicas aumentaram e os

processos de estabilização e de convergência regional diminuíram.

Com os processos de globalização e financeirização das economias as desigualdades aumentaram. Nos

últimos anos, o modelo de crescimento económico tem sido colocado em causa por muitos académicos e

decisores políticos. Este debate está relacionado com vários fatores, nomeadamente a crescente escassez de

recursos naturais finitos (pois o crescimento da riqueza económica tem-se baseado no aumento sistemático

do consumo) e uma maior consciencialização de que o crescimento económico não gera necessariamente

nem mais emprego nem uma distribuição mais justa da riqueza. Por outro lado, num contexto de indefinição

dos mercados financeiros, as perspetivas apontam para crescimentos económicos lentos a longo prazo.

Também há argumentos para se perspetivar um futuro mais local, pois a globalização constrói-se localmente.

As áreas (urbanas e não urbanas) com maiores níveis de empreendedorismo, competitividade e com economias

abertas e uma população diversificada e qualificada podem vir a ter vantagens, num contexto de criação de valor

através da mobilização dos ativos locais. Assim, no futuro, cada indivíduo e organização deverá ter ao seu

dispor ferramentas que permitam uma maior intervenção do ponto de vista social e económico.

Fatores

I. Mudança na globalização

Os avanços na combinação de tecnologias de impressão 3D e robótica podem acelerar uma evolução para

formas mais descentralizadas de produção de bens, invertendo a dinâmica da globalização assente na

fragmentação internacional da produção. Essa evolução pode traduzir-se numa redução significativa das trocas

comerciais de bens transacionáveis e nas cadeias de abastecimento geograficamente muito extensas em que

hoje se baseiam. A digitalização tende por sua vez a gerar um crescimento exponencial dos fluxos de

dados e da transação de serviços. Permanecendo o papel crucial da liberdade de circulação de capitais, da

existência de mercados financeiros globais e de uma gestão mundial da poupança.