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II SÉRIE-A — NÚMERO 155 42

cooperação entre os diferentes clusters, atividades e atores, de forma a aprofundar as estratégias de

especialização inteligente. A intensificação das relações dentro de regiões funcionais, com fronteiras

permeáveis, reforça as dinâmicas da inovação nos clusters consolidados e contribui para a germinação de

protoclusters.

Para promover o desenvolvimento rural e dinamizar os potenciais locais e regionais e para alcançar

a desejada transformação estrutural da economia nacional será decisivo afirmar os territórios enquanto

lugares de oportunidades e de qualidade de vida. Neste âmbito, a ação dos governos e das lideranças locais

e regionais será decisiva para criar ecossistemas regionais de inovação baseados em colaborações

interinstitucionais (público-privadas) e multinível (público-público), que com base na criatividade e no

conhecimento (tácito e explícito) acumulado nos lugares e nas regiões, sejam suscetíveis de dinamizar

combinações únicas de recursos e de ativos em torno de projetos de futuro. As abordagens territoriais integradas

necessitam de ser ativamente promovidas enquanto instrumentos operacionais das estratégias de

desenvolvimento e de alinhamento com as prioridades nacionais e regionais.

Portugal precisa de reforçar os processos de inovação regional, intensificando a especialização em

torno de tecnologias-chave, intensivas em conhecimento e em ativos territoriais, como são as inovações

ambientais, as tecnologias e as infraestruturas verdes e a economia azul. Simultaneamente, podendo-se ativar

novos modelos de organização territorial que facilitem o desenvolvimento da indústria 4.0 e da economia circular

e que aprofundem as estratégias de especialização inteligente na intrínseca articulação com os territórios alvo

de Desenvolvimento Local de Base Comunitária (DLBC). A digitalização da economia, através, nomeadamente,

da geração e utilização de dados abertos e de processos baseados em big data e em serviços de cloud,

necessita de estar ao serviço da inovação e de dinâmicas mais ajustadas às necessidades dos cidadãos. Assim,

cada um dos ecossistemas territoriais de inovação deve progredir no seu ciclo de vida, através de impulsos que

acelerem a integração na revolução industrial 4.0 e a valorização das esferas ambiental e da responsabilidade

social, enquanto alavancas da inovação e de intensificação dos processos de empreendedorismo.

Nas regiões menos desenvolvidas, as interfaces e infraestruturas empresariais e tecnológicas ligadas

à agricultura, à floresta, ao turismo, às energias renováveis, aos recursos natural, arquitetónico, cultural

artístico (incluindo as artes e os ofícios tradicionais) e paisagístico precisam de estar conectadas com

os principais centros de decisão e inovação, de forma a dinamizarem um desenvolvimento económico mais

diversificado através de vantagens comparativas. A agricultura e a floresta devem ser promovidas enquanto

atividades com importantes funções económicas, em ligação com as indústrias conexas, devendo garantir-se

inovação e diferenciação, gerando produtos de maior valor acrescentado. Neste contexto, é fundamental

potenciar o seu contributo para o desenvolvimento dos territórios rurais e para a projeção externa do país, tendo

ainda em conta outros valores e vetores como a paisagem, a cultura e o turismo. Também as economias

residenciais e de consumo (decorrentes do turismo interno e externo, dos emigrantes em férias ou dos residentes

imigrantes) são fundamentais para aumentar a dotação de bens e serviços transacionáveis. Por outro lado, é

necessário reforçar a atenção na educação e nas competências, o que significa intervenções centradas na

criação de sistemas mais eficientes de educação, emprego e formação, assegurando que as intervenções em

matéria de capital humano são diferenciadas e ajustadas de acordo com as necessidades e os desafios de

desenvolvimento de cada região.