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II SÉRIE-A — NÚMERO 110

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Impactos

I. Desigualdades aumentam e emergem modelos económicos alternativos

Os ganhos da globalização e da financeirização das economias nacionais possivelmente não serão

distribuídos de uma forma equitativa. Assim, as desigualdades não só não irão desaparecer como

correm o risco de se acentuarem, à medida que a globalização prossegue. A perda relativa de rendimentos

obriga à procura de formas alternativas de criação de riqueza. À escala da vivência real das comunidades locais,

as alternativas que emergem assentam em modelos de economia diferenciada, favorecendo uma maior

proximidade entre os sistemas de produção e consumo, a recirculação de bens, e a troca e partilha de produtos

e serviços – produção peer-to-peer, economia circular, economias de troca e partilha, entre outras.

II. Uma sociedade mais saudável e sustentável

Os desafios socioecológicos vão implicar mudanças ao nível dos estilos vida dos cidadãos a

diferentes níveis, nomeadamente na habitação, na alimentação, na mobilidade, nos hábitos de consumo e de

lazer, e na saúde. Neste sentido, as habitações terão de ser mais eficientes energeticamente, os hábitos

alimentares passarão a ser mais saudáveis, a mobilidade terá de ser mais suave, as práticas de consumo e de

lazer evoluirão para práticas mais sustentáveis e online (e-commerce), o teletrabalho aumentará e a saúde

deverá ser mais preventiva.

III. Uma sociedade mais colaborativa e resiliente

A tendência futura sugere um maior envolvimento das organizações e da sociedade civil nos

processos de decisão. Neste contexto, o setor público e os processos de governança assumirão importantes

papéis na facilitação. Os processos de mudança vão requerer capacidade de resposta e instituições

transparentes, fortes e legitimadas. Os cidadãos serão chamados a intervir e a envolver-se no poder de decisão

em prol de uma sociedade mais resiliente e com maior capacidade de resposta.

Tendências Territoriais

A tendência de desenvolvimento territorial global até 2030 mostra uma Europa com diferenças económicas

e sociais pronunciadas que tenderão a aumentar as disparidades espaciais existentes. Assim, perspetiva-se

que no futuro o território europeu será caracterizado por fortes desigualdades socioeconómicas e níveis

diferenciados de coesão.

Os centros urbanos e as metrópoles poderão responder com uma maior oferta de recursos humanos,

qualificações, atratividade económica e competitividade. As áreas rurais e periféricas terão mais

dificuldades em responder devido ao maior declínio populacional e à menor capacidade das infraestruturas de

suporte.

Haverá novas formas de gerar valor, como a economia circular e a bioeconomia, constituindo-se as cidades

como importantes hotspots de mudança. A relação rural-urbana ou urbano-urbana irá basear-se na dinamização

de circuitos curtos de produção e consumo, na logística partilhada, na mobilidade suave, ativa e partilhada, e

nos depósitos de materiais e ecocentros, o que é essencial para um melhor planeamento do sistema alimentar.

A persistência de assimetrias desafia a coesão e fragiliza um desenvolvimento mais equilibrado do

país. Sobressai assim a importância de usar as TICE para identificar e combater essas assimetrias e fomentar

a cooperação entre as diferentes regiões, de modo a reforçar-se a integração da sociedade e da economia.

Perspetivando-se a possibilidade de um aumento das disparidades, sublinha-se a necessidade de

dinamizar a diversidade territorial a partir dos recursos locais e regionais. Uma nova economia alternativa

e colaborativa, tendencialmente em crescimento, reforçará a relação interurbana e rural-urbana.