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II SÉRIE-A — NÚMERO 110

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III. Genética, medicina preditiva, prevenção e terapias personalizadas

As sociedades desenvolvidas vão defrontar-se com maior incidência de cancros, de doenças crónicas e de

doenças neurodegenerativas conducentes a perdas de autonomia total ou parcial. Face este padrão de

morbilidade os avanços na genética e na genómica vão permitir identificar precocemente riscos de contração

de doenças, favorecer e valorizar a prevenção e caminhar para terapêuticas mais personalizadas.

Impactos

I. Qualificações digitais, alterações no setor da saúde e novas soluções de mobilidade

O ritmo da mudança tecnológica está a acelerar, mas a maioria das pessoas poderá não estar a conseguir

assimilar esta evolução. O talento, as competências e a formação tecnológica dos recursos humanos são

vantagens valorizadas numa economia cada vez mais em rede. É crucial apostar nas qualificações digitais

em todos os níveis de ensino e na formação profissional dos ativos. O possível desfasamento entre o ritmo

das dinâmicas de aprendizagem e as competências tecnológicas requeridas pode fragilizar as estruturas

sociais, contribuindo para uma sociedade mais desigual, entre aqueles que serão mais qualificados e os menos

habilitados tecnologicamente. A saúde, em sociedades com processos acelerados de envelhecimento e com

novos padrões de morbilidade, vai deparar-se com potenciais alterações no modo de financiamento e

prestação dos serviços de saúde necessários para garantir melhorias da qualidade de vida, permitindo

coresponsabilizar de forma mais clara os cidadãos com a sua própria saúde. Uma articulação mais estreita

entre a transformação energética e as novas soluções de mobilidade (veículos, sistemas de propulsão e

gestão integrada a longa distância e no espaço urbano) é fundamental.

II. Globalização, inteligência artificial e alterações na oferta de emprego

Os avanços na combinação de tecnologias de impressão 3D e robótica podem acelerar uma evolução para

formas mais descentralizadas de produção de bens, invertendo a dinâmica da globalização assente na

fragmentação internacional da produção. Essa evolução pode traduzir-se numa redução significativa das trocas

comerciais de bens transacionáveis e na diminuição da extensão geográfica das cadeias de abastecimento

atuais. A digitalização tende por sua vez a gerar um crescimento exponencial dos fluxos de dados e da

transação de serviços. Simultaneamente, vai permanecer a liberdade de circulação de capitais, os mercados

financeiros globais e uma gestão mundial da poupança. Os processos robotizados e automatizados, em

termos de emprego, vão substituir as atividades mais desqualificadas e mais intensivas em recursos humanos.

Destrói-se emprego e criam-se novas formas de trabalho. Os reajustamentos dos sistemas produtivos e das

atividades decorrentes da revolução tecnológica estão a reforçar o empreendedorismo e a criar novas

oportunidades de emprego, mas também a diminuir ou a fazer desaparecer outros empregos. As atuais formas

de regulação das atividades e do trabalho nem sempre conseguem responder eficazmente aos direitos dos

trabalhadores.

III. Mais equidade aos serviços de interesse geral e mais colaboração e inovação

Cada vez mais os atores são desafiados e encorajados a envolverem-se e a utilizarem a tecnologia

nas suas interligações. As instituições públicas podem cooperar e favorecer o desenvolvimento de serviços de

interesse geral de acesso digital, de forma a reforçarem a equidade territorial. As redes digitais serão também

fundamentais na criação de ambientes favoráveis à capacitação do capital humano, à inovação e à

infraestruturação tecnológica, fomentando o desenvolvimento de territórios inteligentes. As plataformas

digitais irão mobilizar capacidades e competências coletivas múltiplas, reforçar lideranças partilhadas e

envolver mais atores institucionais e a sociedade civil nos processos de decisão.