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12 DE JUNHO DE 2019

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Tendências Territoriais

Ao nível europeu,Portugal surge numa posição intermédia, apresentando-se como um inovador

moderado, começando a traçar um caminho de especialização em algumas tecnologias-chave (nanotecnologia,

biotecnologia, tecnologia e materiais avançados). O país destaca-se também pela participação das PME na

introdução de inovações. Em contrapartida, a economia verde nacional é ainda muito pouco competitiva.

A digitalização, ciberespaço, automação e robótica podem aumentar as disparidades territoriais, uma vez

que os líderes destes processos tendem a capturar muitas das vantagens competitivas (mercados, pessoas,

produtos). Por isso, é importante que as cidades desenhem e implementem estratégias de crescimento

inteligente capazes de atrair talento, criatividade e inovação.

As cidades vão polarizar o desenvolvimento social e económico. A revolução tecnológica e a digitalização

fazem repensar os modelos de gestão e governança urbana. Novas soluções tecnológicas estão a ser

impulsionadas para o desenvolvimento «inteligente» das cidades, contribuindo para uma gestão e

utilização dos recursos de forma mais eficiente e para a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos.

Respondendo às novas exigências ambientais, a habitação e a mobilidade nas cidades deverão sofrer profundas

alterações suportadas nas novas tecnologias. O desenvolvimento não depende apenas da inovação assente

em novas tecnologias, mas resulta também da qualidade e da multifuncionalidade dos espaços urbanos.

O desenvolvimento e a utilização de tecnologias mais limpas, a par do reforço de produção e utilização de

energias renováveis e de produção industrial mais sustentável, concorrerá para a descarbonização. Os

territórios necessitam de comunidades ativas. O envolvimento dos cidadãos nos processos de decisão e

implementação das opções estratégicas será cada vez mais uma tendência suportada nas novas tecnologias

(que permitem partilhar informações, recolher opiniões e fomentar a discussão sobre as principais questões

urbanas). O urbanismo participativo e colaborativo contribuirá para a conceção de governos mais

transparentes e eficientes, para o incentivo da cidadania e para a maior resiliência urbana. Os serviços

de acesso digital vão contribuir para uma maior equidade territorial.

Simultaneamente, os mercados financeiros poderão reforçar o seu poder sobre os territórios. Os investidores

financeiros internacionais tornaram-se credores dos territórios e passaram a avaliar e a condicionar o seu valor

de mercado. Os movimentos de capitais internacionais passaram a ser determinantes na fixação do preço dos

ativos nacionais, tanto imobiliários como mobiliários (ações, obrigações, títulos de dívida pública), no nível das

taxas de juro e na remuneração da poupança nacional.

Por outro lado, haverá mais ligações entre a esfera económica global e a escala local. Os processos de

produção poderão ser mais desconcentrados, pois os custos dos transportes vão diminuir (nomeadamente

veículos autónomos e drones) e a robótica, a impressão 3D e a tecnologia logística estão a reduzir os custos de

fabricação, permitindo que a produção em pequena escala seja lucrativa. As estruturas económicas poderão ser

mais pequenas e estar mais próximas dos mercados finais, podendo contribuir para contrariar o abandono de

certos territórios.

A tecnologia abre mais oportunidades para as pessoas escolherem onde viver atendendo às suas

preferências relativamente aos locais e aos estilos de vida que pretenderem ter. Esta dimensão poderá ser uma

oportunidade para os territórios de menor densidade. Todavia, será necessário garantir serviços de comunicação

adequados e estáveis.