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II SÉRIE-A — NÚMERO 128

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envolverem na conceção de estratégias, nos processos de decisão ou no desenho e desenvolvimento de

ações públicas.

Impactos

I. Desigualdades aumentam e emergem modelos económicos alternativos

Os ganhos da globalização e da financeirização das economias nacionais possivelmente não serão

distribuídos de uma forma equitativa. Assim, as desigualdades não só não irão desaparecer como

correm o risco de se acentuarem, à medida que a globalização prossegue. A perda relativa de

rendimentos obriga à procura de formas alternativas de criação de riqueza. À escala da vivência real das

comunidades locais, as alternativas que emergem assentam em modelos de economia diferenciada,

favorecendo uma maior proximidade entre os sistemas de produção e consumo, a recirculação de bens, e a

troca e partilha de produtos e serviços – produção peer-to-peer, economia circular, economias de troca e

partilha, entre outras.

II. Uma sociedade mais saudável e sustentável

Os desafios socioecológicos vão implicar mudanças ao nível dos estilos vida dos cidadãos a

diferentes níveis, nomeadamente na habitação, na alimentação, na mobilidade, nos hábitos de consumo e de

lazer, e na saúde. Neste sentido, as habitações terão de ser mais eficientes energeticamente, os hábitos

alimentares passarão a ser mais saudáveis, a mobilidade terá de ser mais suave, as práticas de consumo e de

lazer evoluirão para práticas mais sustentáveis e online (e-commerce), o teletrabalho aumentará e a saúde

deverá ser mais preventiva.

III. Uma sociedade mais colaborativa e resiliente

A tendência futura sugere um maior envolvimento das organizações e da sociedade civil nos

processos de decisão. Neste contexto, o setor público e os processos de governança assumirão importantes

papéis na facilitação. Os processos de mudança vão requerer capacidade de resposta e instituições

transparentes, fortes e legitimadas. Os cidadãos serão chamados a intervir e a envolver-se no poder de

decisão em prol de uma sociedade mais resiliente e com maior capacidade de resposta.

Tendências Territoriais

A tendência de desenvolvimento territorial global até 2030 mostra uma Europa com diferenças

económicas e sociais pronunciadas que tenderão a aumentar as disparidades espaciais existentes. Assim,

perspetiva-se que no futuro o território europeu será caracterizado por fortes desigualdades socioeconómicas

e níveis diferenciados de coesão.

Os centros urbanos e as metrópoles poderão responder com uma maior oferta de recursos

humanos, qualificações, atratividade económica e competitividade. As áreas rurais e periféricas terão

mais dificuldades em responder devido ao maior declínio populacional e à menor capacidade das

infraestruturas de suporte.

Haverá novas formas de gerar valor, como a economia circular e a bioeconomia, constituindo-se as

cidades como importantes hotspots de mudança. A relação rural-urbana ou urbano-urbana irá basear-se na

dinamização de circuitos curtos de produção e consumo, na logística partilhada, na mobilidade suave, ativa e

partilhada, e nos depósitos de materiais e ecocentros, o que é essencial para um melhor planeamento do

sistema alimentar.

A persistência de assimetrias desafia a coesão e fragiliza um desenvolvimento mais equilibrado do