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17 DE JULHO DE 2019

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envolver mais atores institucionais e a sociedade civil nos processos de decisão.

Tendências Territoriais

Ao nível europeu,Portugal surge numa posição intermédia, apresentando-se como um inovador

moderado, começando a traçar um caminho de especialização em algumas tecnologias-chave

(nanotecnologia, biotecnologia, tecnologia e materiais avançados). O País destaca-se também pela

participação das PME na introdução de inovações. Em contrapartida, a economia verde nacional é ainda muito

pouco competitiva.

A digitalização, ciberespaço, automação e robótica podem aumentar as disparidades territoriais, uma vez

que os líderes destes processos tendem a capturar muitas das vantagens competitivas (mercados, pessoas,

produtos). Por isso, é importante que as cidades desenhem e implementem estratégias de crescimento

inteligente capazes de atrair talento, criatividade e inovação.

As cidades vão polarizar o desenvolvimento social e económico. A revolução tecnológica e a digitalização

fazem repensar os modelos de gestão e governança urbana. Novas soluções tecnológicas estão a ser

impulsionadas para o desenvolvimento “inteligente” das cidades, contribuindo para uma gestão e

utilização dos recursos de forma mais eficiente e para a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos.

Respondendo às novas exigências ambientais, a habitação e a mobilidade nas cidades deverão sofrer

profundas alterações suportadas nas novas tecnologias. O desenvolvimento não depende apenas da inovação

assente em novas tecnologias, mas resulta também da qualidade e da multifuncionalidade dos espaços

urbanos.

O desenvolvimento e a utilização de tecnologias mais limpas, a par do reforço de produção e utilização de

energias renováveis e de produção industrial mais sustentável, concorrerá para a descarbonização. Os

territórios necessitam de comunidades ativas. O envolvimento dos cidadãos nos processos de decisão e

implementação das opções estratégicas será cada vez mais uma tendência suportada nas novas tecnologias

(que permitem partilhar informações, recolher opiniões e fomentar a discussão sobre as principais questões

urbanas). O urbanismo participativo e colaborativo contribuirá para a conceção de governos mais

transparentes e eficientes, para o incentivo da cidadania e para a maior resiliência urbana. Os serviços

de acesso digital vão contribuir para uma maior equidade territorial.

Simultaneamente, os mercados financeiros poderão reforçar o seu poder sobre os territórios. Os

investidores financeiros internacionais tornaram-se credores dos territórios e passaram a avaliar e a

condicionar o seu valor de mercado. Os movimentos de capitais internacionais passaram a ser determinantes

na fixação do preço dos ativos nacionais, tanto imobiliários como mobiliários (ações, obrigações, títulos de

dívida pública), no nível das taxas de juro e na remuneração da poupança nacional.

Por outro lado, haverá mais ligações entre a esfera económica global e a escala local. Os processos de

produção poderão ser mais desconcentrados, pois os custos dos transportes vão diminuir (nomeadamente

veículos autónomos e drones) e a robótica, a impressão 3D e a tecnologia logística estão a reduzir os custos

de fabricação, permitindo que a produção em pequena escala seja lucrativa. As estruturas económicas

poderão ser mais pequenas e estar mais próximas dos mercados finais, podendo contribuir para contrariar o

abandono de certos territórios.

A tecnologia abre mais oportunidades para as pessoas escolherem onde viver atendendo às suas

preferências relativamente aos locais e aos estilos de vida que pretenderem ter. Esta dimensão poderá ser

uma oportunidade para os territórios de menor densidade. Todavia, será necessário garantir serviços de

comunicação adequados e estáveis.