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II SÉRIE-A — NÚMERO 128

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dimensão e com novas configurações (núcleos conjugais, núcleos monoparentais, núcleos recompostos ou

de composição informal). O desafio passa por criar condições que favoreçam o aumento da fecundidade

e, também, por preparar o País para viver com menos jovens e atrair novos residentes.

II. Estrutura demográfica mais envelhecida

A esperança de vida à nascença continuará a aumentar, pois os ciclos de vida são cada vez mais

longos. A população será mais envelhecida e os índices de dependência mais elevados. Os cenários

futuros perspetivam uma diminuição de cerca de 600 mil jovens e um aumento de 1,4 milhões de idosos entre

2011 e 2040. Perspetiva-se uma inversão da pirâmide etária e a continuação de um acentuado

envelhecimento da população transversal a todo o País. Uma vida mais longa com qualidade é o

grande desafio.

III. Intensificação dos movimentos migratórios

A forte corrente emigratória de jovens adultos dos últimos anos intensificou a tendência para a

quebra demográfica. A saída de jovens qualificados em Portugal pode fragilizar o desenvolvimento futuro do

País. A atração de novos imigrantes deverá ser entendida como um fator de desenvolvimento do País,

ao assumir um importante papel na mitigação do envelhecimento e no combate à incapacidade de renovação

demográfica da população portuguesa. Os novos imigrantes poderão ser de vários tipos: quadros atraídos pela

qualidade de vida e dinâmica empresarial, imigrantes de Países em conflito ou estrangeiros em idade de

reforma seduzidos pelo clima e pela segurança. A mobilidade interna vai continuar a favorecer as duas regiões

metropolitanas e as principais cidades.

Impactos

I. Alteração das necessidades de equipamentos e serviços

A população será mais escolarizada e terá maior acesso à informação e ao conhecimento, à saúde e ao

bem-estar. Poderá, assim, envelhecer com melhor qualidade de vida e viver mais anos com saúde intelectual

e física. Em termos de desafios, a existência de equipamentos e a oferta de serviços pressupõem novas

estratégias e modelos de intervenção ajustados à nova realidade sociodemográfica, de modo a

responder-se no futuro adequadamente às necessidades da população (saúde, serviços sociais,

educação e formação, cultura e lazer).

II. Envelhecimento e perda de ativos no mercado de trabalho

A redução do número de ativos no mercado de trabalho, devido à quebra da natalidade e à emigração,

diminui a disponibilidade de recursos humanos. Entre 2011 e 2040, estima-se que Portugal possa perder cerca

de 1,7 milhões de ativos. A perda de efetivos e a incapacidade de compensar a saída de população ativa

representam, tendencialmente, uma menor disponibilidade e um maior envelhecimento de recursos

humanos para a economia. Isto faz emergir a necessidade de conceber novas estratégias para o modelo

económico, menos intensivas em recursos humanos, mas mais exigentes nas suas qualificações, implicando

um maior investimento no capital humano através da educação formal, mas também da formação profissional.