O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

II SÉRIE-A — NÚMERO 128

8

máxima no verão entre 0,5º C na zona costeira e 2º C no interior, valores que podem chegar até aos 3º C e

7ºC, respetivamente, em 2100. Esta variação é acompanhada por um incremento da frequência e intensidade

de ondas de calor. Nas Regiões Autónomas, os aumentos de temperatura deverão ser mais moderados para o

final do século, podendo variar entre os 2º C e os 3º C na Madeira, enquanto para os Açores os aumentos

estimados são entre 2,5º C e 3,2º C.

II. Alteração dos padrões de precipitação

No que se refere à precipitação, a incerteza do clima é substancialmente maior. No entanto, quase todos os

cenários projetam a redução da precipitação em Portugal continental durante a primavera, verão e outono,

podendo essa redução atingir 20% a 40% da precipitação anual atual no final do século (devido a uma

redução da duração da estação chuvosa), com as maiores perdas a ocorrerem nas regiões do sul. Os

períodos de seca poderão ser mais recorrentes e intensos. Na Madeira, estima-se igualmente uma

importante redução da precipitação anual, até cerca de 30%, bem como alterações significativas na sua

variabilidade interanual e sazonal, circunstâncias agravadas pela limitada capacidade de retenção hídrica. Nos

Açores, as projeções não indicam uma tendência clara, no entanto poderá ocorrer uma ligeira tendência de

aumento no inverno, até 10%, e de diminuição no verão.

III. Subida do nível médio do mar

Em termos mundiais o nível médio das águas do mar tem subido mais rapidamente nos últimos anos

do que nas décadas anteriores. Em Portugal, com base no marégrafo de Cascais, registaram-se subidas

do nível médio do mar (SNM) de 2,1 mm/ano entre 1992 e 2004 e 4,0 mm/ano entre 2005 e 2016, seguindo

a tendência global. Nos Açores, a subida poderá atingir um metro até ao final do século. Portugal tem uma orla

costeira sujeita a elevada pressão urbana e uma extensão apreciável de litoral baixo e arenoso e baixo

rochoso em situação crítica de erosão. Este fator é potenciado pela perspetiva futura da ocorrência mais

frequente de fortes temporais.

Impactos

I. Degradação e perda de recursos ambientais

O ambiente, os habitats, os ecossistemas e as paisagens estarão sob pressão crescente. A alteração

dos padrões de precipitação e o aumento da temperatura poderão tornar evidentes as tendências para a

alteração da distribuição geográfica e das condições de desenvolvimento de espécies vegetais e

animais. Poderá haver alterações na disponibilidade e na qualidade da água, sendo de atender às pressões

decorrentes da agricultura, indústria, áreas urbanas e áreas de turismo. O processo de desertificação do

solo tenderá a intensificar-se. Em 2030, a gestão da escassez de água e de alimentos (agrícolas e

pesca) será um grande desafio. O aprovisionamento alimentar poderá estar comprometido.

II. Riscos e vulnerabilidades

As alterações climáticas determinam mudanças na intensidade e incidência territorial dos riscos

associados às cheias e inundações fluviais, aos galgamentos costeiros, às ondas de calor e à

ocorrência de incêndios, com forte impacto em territórios de uso florestal, agravando em geral a sua

frequência e intensidade. As áreas urbanas estarão numa situação mais vulnerável. Outros riscos

ambientais, como a ocorrência de movimentos de massa em vertentes, podem ser agravados em severidade