O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

17 DE JULHO DE 2019

11

um território mais vulnerável. O vale do rio Tejo poderá marcar uma divisão entre o País homogeneamente

mais quente a sul e o de temperatura mais moderada a norte. A redução da precipitação estará presente em

todo o País, com relevantes perdas a sul, exceto nos Açores onde se prevê um ligeiro e generalizado aumento

da precipitação. As disponibilidades de água no território levantarão desafios infraestruturais a todas as

escalas geográficas, implicando uma maior necessidade de rentabilização e eficiência das infraestruturas e da

gestão para suprir períodos de seca, que tenderão a ser mais frequentes. O acesso generalizado a recursos

naturais tenderá a ser mais oneroso e a procura de soluções de proximidade e de circularidade associadas a

novos modelos de negócio mais sustentáveis poderá influenciar a organização do território.

Portugal deverá estar a meio do seu caminho para garantir a neutralidade das suas emissões (até ao

final da primeira metade do século XXI - 2050), pelo que deverá organizar os territórios de forma a que

contribuam para este objetivo de acordo com as suas capacidades (soluções de mobilidade, eficiência

energética e redução de emissões associadas às áreas urbanas; captura de CO2 em áreas rurais).

Será um País que deverá estar mais preparado para eventos extremos, onde os riscos poderão ser

acrescidos e onerosos quer em áreas urbanas (ondas de calor, inundações, erosão costeira) quer rurais

(incêndios florestais, perda da biodiversidade, redução de produtividade agrícola), sendo fundamental

assegurar soluções de organização do território orientadas para o aumento da resiliência dos sistemas

naturais, agrícolas, florestais e das comunidades, salvaguardando nomeadamente a sustentabilidade e a

conetividade da paisagem, e a soberania alimentar.

M2 | Mudanças Sociodemográficas

Introdução

As mudanças demográficas são um dos principais desafios atuais e futuros. Nos últimos anos, a

sociedade portuguesa tem vindo a sentir as repercussões das alterações demográficas, tanto em termos

sociais, económicos e políticos como territoriais. As dinâmicas demográficas são um dos principais

modeladores da sociedade, assumindo um importante papel na configuração dos territórios e, por isso, devem

estar no centro da reflexão das políticas públicas.

No contexto europeu, Portugal manifesta uma situação preocupante devido à tendência de perda de

população em resultado dos saldos naturais e migratórios. Em todos os cenários, as previsões apontam

para uma contínua perda de população, que terá implicações em diversos setores da sociedade e da

economia. Face a estes cenários, o País terá de se preparar, adaptar e reagir.

As implicações da evolução da população nas próximas décadas têm de ser entendidas numa perspetiva

global, de modo a identificar-se todas as tendências que lhe são inerentes e responder aos diferentes fatores

críticos que se vão colocar, nomeadamente em termos territoriais.

As tendências mostram que o crescimento natural continuará em quebra, as estruturas demográficas e

familiares estarão em mutação, os padrões de vida e as dinâmicas profissionais irão alterar-se e os

movimentos migratórios possivelmente vão-se intensificar. Estes fatores terão implicações ao nível das

necessidades de equipamentos e serviços, na oferta e procura de habitação, no mercado de trabalho, na

pressão sobre os sistemas sociais e nos modelos de ocupação do território devido sobretudo ao crescimento

negativo da população, ao envelhecimento e à diminuição dos ativos.

Fatores

I. Crescimento natural negativo

Verifica-se uma significativa diminuição da fecundidade e da natalidade, o que coloca em risco a

capacidade de renovação das gerações. Menos nascimentos representam um menor número de pessoas a

chegar à idade fértil. A organização das famílias tem-se vindo a alterar, sendo tendencialmente de pequena