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II SÉRIE-A — NÚMERO 160

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historiadora de arte Susana Carrusca10. Ou como salienta o historiador António Veiga11, trata-se de uma

igreja que apesar de a fachada exterior apresentar vulgaridade e incaracterístico, revela no «miolo interior

um preciosíssimo recheio artístico, de valor especialmente destacado nos domínios respeitantes ao

revestimento azulejar e à arte da talha» (p. 104).

Aliás, o cónego clementino de Brito Pinto12, afirmou que a Igreja de S. Lourenço de Almancil, para além

da sua beleza natural, era a única do seu género em todo o País, só existindo uma semelhante em Roma.

No ano de 1565 era apenas uma ermida que invocava S. Lourenço, conforme nos é relatado pelas visitações

desse ano, mas a atual igreja teria sido construída no mesmo local onde se encontravam as ruínas da antiga

Ermida, em cumprimento de uma promessa feita a S. Lourenço ao qual os fiéis imploraram ajuda para que

tivessem o precioso líquido. Este relato é-nos descrito pelo Padre José Pereira Lima nas Memórias

Paroquiais de1758 relativas à freguesia de São João da Venda «Havia antigamente no mesmo lugar em que

hoje está aquele adornado templo de São Lourenço outra igreja muy pequena já sem portas e quase

arruynada e como os moradores daqueles redores padecessem gravíssima falta de água …» (PT-TT-MPRQ-

37-124_m0079.tiff, Vol. 39, n.º 124, p.701). A ermida é designada atualmente como Igreja Matriz de São

Lourenço e foi objeto de classificação como Imóvel de Interesse Público pelo Decreto-Lei n.º 35443, de 2 de

janeiro de 1946.

b) Igreja Paroquial de S. João da Venda e Caixa das Almas

Dentro do património religioso podemos ainda realçar a antiga Igreja Paroquial de S. João da Venda com

a imagem de S. Luís e, num outro plano, a designada Caixa das Almas (do Purgatório), «edificação» de

reduzidas dimensões, mas que constitui um dos ex-libris de Almancil, quer pelo seu significado histórico,

associada a um dos períodos mais negros da nossa história que foi a guerra civil que opôs D. Miguel a seu

irmão D. Pedro, quer pela sua singularidade arquitetónica.

c) Igreja Matriz de Nossa Senhora de Fátima

Um dos exemplares da arquitetura moderna é a nova igreja de Almancil, designada por Igreja de Nossa

Senhora de Fátima de Almancil, inaugurada no dia 15 de agosto de 2017, tendo recebido uma bênção

apostólica do Papa Francisco e foi dedicada a Nossa Senhora de Fátima precisamente por 2017 ser o ano

em que se celebrou o centenário das aparições de Fátima.

3.2. Outro património

Também podemos assinalar a Ponte do Ludo mandada erigir pelo Bispo D. Francisco Gomes de Avelar

do Avelar em 1810 para facilitar as comunicações nos principais eixos viários. A construção da ponte foi

dedicada a S. Gonçalo de Amarante do qual o Bispo era fiel devoto, tendo gravado tal devoção numa pedra,

encontrando-se a mesma no pátio da alcaidaria da cidade de Loulé.

Ainda no Ludo, assinale-se a Comporta dos Salgados (ou Comporta do Ludo), construção amuralhada

mandada construir por um casal alemão, em 1822, numa sua propriedade e que se destinava a impedir que,

na maré cheia, a água salgada invadisse a ribeira de S. Lourenço, «salgando» as suas águas (doces), as

quais eram utilizadas para a rega da propriedade. No caso da maré baixa, a comporta abria-se para deixar

passar a água da ribeira para que os terrenos não ficassem alagados. Esta pequena construção revolucionou

as práticas agrícolas naquela área, a qual era extremamente importante para a produção agrícola de géneros

alimentares para as populações circundantes.

Por outro lado, podemos destacar a arquitetura moderna que se tem desenvolvido em Almancil, através

da construção de exemplares arquitetónicos de uma beleza admirável, também fotografados e divulgados

pelo mundo inteiro, sendo que muitos deles foram construídos através da reabilitação de antigas casas típicas

algarvias, com os seus elementos mais característicos como sejam, as cantarias, as fachadas trabalhadas,

10 Carrusca, S. (2001). Loulé: O Património artístico. Loulé: Edição da Câmara Municipal. 11 Veiga. A. (2003). Loulé – Memórias e identidade. Paços de Ferreira: Héstia Editores. 12 Guerreiro Norte, C (2005), «Almancil, monografia e memórias»