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II SÉRIE-A — NÚMERO 146

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2.5. As ordenanças militares nos Séculos XVIII e XIX

Segundo Alexandre Sousa Pinto (2006), Presidente da Comissão Portuguesa da História Militar (CPHM),

as ordenanças militares teriam sido instituídas pelo Rei D. Sebastião, em 1569, e regulamentadas no ano

seguinte através do Regimento dos Capitães-Mores, o qual previa que as ordenanças se organizassem com

base nas capitanias, sendo que cada uma das quais teria um capitão-mor.

Assim, como refere o autor Nuno Borrego (2006), as capitanias-mores correspondiam à área territorial de

uma terra – vila ou concelho, sendo o Capitão-Mor escolhido pelas jurisdições de cada terra. O capitão-mor

era a figura principal da ordenança e era ele que nomeava todos os oficiais das companhias (p. 59), sendo

ajudado por um sargento-mor que à época era designado por major de ordenanças.

As ordenanças militares de Loulé tiveram uma forte implantação no território do concelho, com expressão

mais assinalável no Século XVIII e princípios do Século XIX.

Em Boliqueime é possível assinalar, desde meados do Século XVIII até à extinção das ordenanças, em

1834, os seguintes capitães da companhia de ordenanças: Diogo Rodrigues Guerreiro; Manuel Coelho; José

da Costa Coelho; Manuel de Ataíde Palença; Francisco Xavier do Vale e Silva; José Rodrigues Guerreiro,

Manuel Rodrigues Cavaco e Simão José Nunes Teixeira.

Segundo Nuno Borrego (2006), o último capitão da companhia de ordenanças circunscrita a Boliqueime e

arredores (10.ª Companhia), teria sido, precisamente, Simão José Nunes Teixeira, com posse em 11-09-1824

(p.155), natural de Salir (filho do Sargento-Mor de Ordenanças, José Dias Nunes), cujo casamento com

Tomásia Coelho, das Casas de Leiria em 28 de fevereiro de 1821, e depois, por falecimento desta, com

Jacinta Maria, também de Boliqueime, deu origem à família Teixeira desta localidade.

3. Personalidades

Inúmeras personalidades com relevância na vida pública portuguesa estão ligadas a Boliqueime, quer

porque são naturais ou porque escolheram a freguesia para residir ou para exercer a sua profissão, quer ainda

outros que, não sendo oriundos de Boliqueime, são-no os seus ascendentes.

De entre os mais ilustres boliqueimenses destacam-se:

• Aníbal António Cavaco e Silva (Primeiro-Ministro de 1985 a 1995 e Presidente da República de 2006 a

2015);

• Lídia Guerreiro Jorge (Professora, Escritora e atual Conselheira de Estado);

• Guilherme d'Oliveira Martins (que foi Deputado e Ministro e que exerceu funções de Presidente do

Tribunal de Contas, Presidente do Centro Nacional da Cultura, sendo atualmente Administrador da

Fundação Calouste Gulbenkian);

• Maria Aliete Galhoz (Professora, Poetisa e Ensaísta);

• Carminda Cavaco (Professora Universitária – Investigadora);

• João Batista dos Ramos Faísca (médico em Boliqueime durante mais de 30 anos e Vice-Presidente da

Câmara Municipal de Loulé nos anos de 1932 e 1933);

• José Ruivinho Brazão (Professor e Investigador);

• Eduardo António Brazão Gonçalves (Professor e Investigador);

• António Cavaco Silva (Escritor e Artista Plástico);

• Joaquim da Ponte (que foi Governador Civil do Algarve entre 1915 e 1917);

• Padre João Coelho Cabanita (que para além de pároco foi um importante investigador da história local,

tendo feito parte da Comissão Municipal de Arte e Arqueologia);

• Padre Sebastião Amândio Viegas Costa (natural de Tavira, mas pároco em Boliqueime durante mais de

30 anos e grande impulsionador da criação da Santa Casa da Misericórdia de Boliqueime);

• Vítor Tenazinha (o mais famoso ciclista algarvio nas décadas de 60 e 70);

• Cardeal José Sebastião Neto (pároco de Boliqueime de 1865 a 1875).