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Exmo. Sr. Presidente da X Comissão Parlamentar de Inquérito à Tra-

gédia de Camarate

Na qualidade de Representantes dos Familiares das Vítimas, entendemos

dever manifestar-lhe a nossa preocupação pela dedicação quase exclusiva

da Comissão, de há semanas a esta parte, à audição dos depoimentos de um

pequeno grupo de pessoas que ao longo de décadas se tem aplicado a tentar

confundir, desinformar, manipular e influenciar os trabalhos das Comissões

Parlamentares de Inquérito, com objectivos para nós claros de protagonis-

mo e exibicionismo mediáticos e, sobretudo, de evidente e intencional ten-

tativa de obstrução a toda e qualquer investigação que os ignore.

Ao cabo de muitos anos, de muitas audições e de muitas declarações avul-

sas ou escritas, o que hoje se evidencia dos testemunhos desse pequeno

grupo de pessoas é um caótico amontoado de fantasias inverosímeis, des-

conexas e contraditórias, de afirmações e de factos nunca provados nem

comprovados, de conclusões e suspeitas nunca sustentadas ou sequer man-

tidas durante muito tempo, tudo permanentemente alterado e refeito ao lon-

go dos anos e ao sabor dos efectivos progressos obtidos pelas várias Co-

missões Parlamentares de Inquérito.

Como estamos absolutamente convictos dos objectivos referidos, que te-

memos possam atingir e colocar em causa a própria credibilidade dos traba-

lhos e das conclusões desta Comissão, entendemos ser nosso dever não os

caucionar mais com a nossa presença nas futuras audições dessas pessoas,

salvaguardando alguma situação de excepção em que algum dos signatários

entenda estar presente. Desse entendimento demos prévio conhecimento

aos Familiares das Vítimas, que honradamente representamos, os quais

apoiaram esta nossa decisão.

Continuamos disponíveis e empenhados para prosseguir a investigação do

que nos parecia constituir o objectivo central da Comissão:

- o Fundo de Defesa Militar do Ultramar e o Gabinete do Estado-Maior

General das Forças Armadas;

- o comércio e o tráfico de armamento;

- as relações entre os militares e o poder político;

- os erros e as deliberadas obstruções, omissões e manipulações da investi-

gação policial e judicial;

- e tudo o que de novo e credível for considerado e apurado no sentido de

aprofundar “a averiguação cabal das causas e circunstâncias” em que, no dia 4 de Dezembro de 1980, ocorreu um atentado em Camarate.

1 DE JULHO DE 2015______________________________________________________________________________________________________________

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