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II SÉRIE-B — NÚMERO 33

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VOTO N.º 747/XIII/4.ª

DE PESAR PELO FALECIMENTO DE JOÃO BIGOTTE CHORÃO

Foi com profundo pesar que a Assembleia da República tomou conhecimento do falecimento, no passado

sábado, em Lisboa, do escritor, ensaísta e crítico literário João Dagoberto Forte Bigotte Chorão. Tinha 85 anos.

Nascido na Guarda, em 1933, João Bigotte Chorão formou-se em Direito pela Faculdade de Direito da

Universidade de Coimbra. Mas foi especialmente no campo da crítica literária e da literatura autobiográfica que

se notabilizou ao longo de várias décadas.

Considerado um dos maiores especialistas na obra de Camilo Castelo Branco, deixa-nos vários ensaios e

críticas literárias sobre este e outros nomes maiores da literatura portuguesa, como Almeida Garrett, Eça de

Queiroz, Trindade Coelho, Carlos Malheiro Dias, Tomaz de Figueiredo ou João de Araújo Correia, entre outros.

Do seu percurso pelo mundo das letras e da cultura portuguesa fizeram parte, também, a passagem pela

Editorial Verbo, onde coordenou obras de referência como a «Enciclopédia do Século XXI» ou a «Enciclopédia

Luso-Brasileira de Filosofia Logos», bem como a colaboração com importantes revistas literárias, entre as quais

podemos destacar a Colóquio/Letras ou a Távola Redonda.

João Bigotte Chorão foi membro da Academia das Ciências de Lisboa e do Instituto Luso-Brasileiro de

Filosofia. Dirigiu, ainda, o Círculo Eça de Queiroz.

No registo autobiográfico, que cultivou de forma ímpar e superior, João Bigotte Chorão publicou, em 2001, o

«Diário Quase Completo», obra com a qual conquistou o Grande Prémio da Literatura Biográfica da Associação

Portuguesa de Escritores.

Nesta obra está bem patente o traço profundamente humanista do escritor, bem assim como as suas

elevadas qualidades intelectuais e literárias, também refletidas em obras como «Aventura Interior», «O Escritor

e a Cidade», o «Espírito da Letra», «Além da Literatura» e, já em 2018, o «Diário 2000-2015».

Reunidos em sessão plenária, os Deputados à Assembleia da República manifestam à família e amigos de

João Bigotte Chorão o mais sentido pesar pelo seu desaparecimento.

Palácio de São Bento, 25 de fevereiro de 2019.

Os Deputados do PSD: Luís Pedro Pimentel — Laura Monteiro Magalhães — Bruno Coimbra — Susana

Lamas — Maria Germana Rocha — Nilza de Sena — Helga Correia — Helga Correia — Margarida Mano —

Regina Bastos.

Outros subscritores: Santinho Pacheco (PS) — João Gouveia (PS) — Assunção Cristas (CDS-PP) — Nuno

Magalhães (CDS-PP) — Filipe Anacoreta Correia (CDS-PP).

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VOTO N.º 748/XIII/4.ª

DE PESAR PELO FALECIMENTO DE JOSÉ CARLOS SEQUEIRA COSTA

Faleceu aos 89 anos no passado dia 21 de fevereiro em Olathe, Kansas, nos Estados Unidos, José Carlos

Sequeira Costa, um dos maiores pianistas portugueses do último século e um ilustre pedagogo. A sua arte está

registada em ampla obra discográfica.

Intérprete de grande clareza musical soube associar o rigor e a exigência à criatividade, sendo exímio no

reportório romântico.

Discípulo de Viana da Motta, formou-se nas escolas pianísticas alemã e francesa com Mark Hamburg, Edwin

Fischer, Marguerite Long e Jacques Fevrier. Através de Viana da Motta, aluno de Liszt, José Carlos Sequeira

Costa filiava-se espiritualmente neste grande compositor.