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II SÉRIE-B — NÚMERO 5

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PROJETO DE VOTO N.º 36/XV/1.ª

DE PESAR PELO FALECIMENTO DE MADALENA SÁ E COSTA

Faleceu, no dia 18 de abril de 2022, aos 106 anos de idade, Madalena Sá e Costa, a eminente violoncelista

portuense, cujo percurso biográfico e musical se confunde com a história da música em Portugal do século XX.

Filha do compositor Luiz Costa e da pianista Leonilda Moreira de Sá (ambos discípulos do mestre Vianna da

Motta) e neta do grande violinista Bernardo Moreira de Sá (fundador do Conservatório de Música do Porto e do

Orpheon Portuense), Madalena Sá e Costa cresceu num ambiente propício à prática e à reflexão musical e

artística.

Em 1940, conclui o curso no Conservatório Nacional, sob tutela de Isaura Pavia de Magalhães, completando

a sua formação com nomes como Paul Grümmer, Sandor Végh e Pau Casals, entre outros. Contudo, é o seu

encontro com Guilhermina Suggia, de quem foi discípula dileta, que marca, de forma profunda, a sua formação,

e sobre quem destacará sempre a sua influência, a admiração pela sua mestria e as suas características raras

como pedagoga.

Teve uma longuíssima carreira como violoncelista, marcada por recitais e concertos, em Portugal e em

digressões pelo estrangeiro, num percurso que se cruza, frequentemente, com o da irmã, Helena Sá e Costa –

extraordinária pianista com quem manteve uma colaboração artística durante 50 anos. Integrou a Orquestra

Sinfónica da Emissora Nacional (1966-84), sendo instrumentista de Câmara da Orquestra Sinfónica do Porto

(1970) e da Camerata Musical do Porto, que fundou (1979-89).

Ganhou, entre outros, o prémio Orpheon Portuense (1939), Emissora Nacional (1943), Morrisson da

Fundação Harriet Cohen (1958), Guilhermina Suggia, SNI (ex-aequo, 1966) e tocou em orquestras sob a direção

de maestros como Pedro Freitas Branco, Frederico de Freitas, Ivo Cruz, Fritz Riegger, Jacques Pernood,

Gunther Arglebe, Ferreira Lobo, Pedro Blanch e Silva Pereira.

A sua atividade não se limitou à interpretação musical em orquestras e agrupamentos, tendo construído ainda

um importante percurso como professora e pedagoga, nos conservatórios de música do Porto e da Fundação

Calouste Gulbenkian, em Braga. Deixa-nos um inestimável legado nos domínios da pedagogia musical, da

interpretação e da composição para violoncelo.

Assim, a Assembleia da República, reunida em sessão plenária, exprime o seu profundo pesar pela morte

de Madalena Sá e Costa, e manifesta e endereça aos seus familiares e amigos as suas mais sentidas

condolências, prestando-lhe uma merecida homenagem.

Palácio de São Bento, 19 de abril de 2022.

Os Deputados do PS: Eurico Brilhante Dias — Rosário Gambôa — Pedro Delgado Alves — Carlos Brás —

Joana Lima — Cristina Mendes da Silva — Rui Lage — Tiago Barbosa Ribeiro — João Pedro Matos Fernandes

— João Torres — António Pedro Faria — Patrícia Faro — Carla Sousa — Miguel dos Santos Rodrigues — João

Paulo Correia — Maria João Castro — Ana Bernardo — Sofia Andrade — Alexandre Quintanilha — José Carlos

Barbosa — Paulo Marques — Miguel Matos — Ricardo Lima — Palmira Maciel — João Paulo Rebelo — Marta

Freitas — Tiago Brandão Rodrigues — Lúcia Araújo da Silva — Susana Correia — Mara Lagriminha Coelho —

Sara Velez — Fátima Correia Pinto — Nuno Fazenda — Jorge Gabriel Martins — Clarisse Campos — José Rui

Cruz — Salvador Formiga — Vera Braz — Cristina Sousa — Paulo Araújo Correia — Anabela Rodrigues —

Paulo Pisco — Raquel Ferreira — Ana Isabel Santos — Agostinho Santa — Paula Reis — Dora Brandão —

Tiago Monteiro — Francisco Rocha — Luís Capoulas Santos — Fernando José — Cláudia Avelar Santos —

Pedro Anastácio — João Miguel Nicolau — Norberto Patinho — Nelson Brito — Eunice Pratas — Alexandra

Tavares de Moura — Ricardo Pinheiro — Rita Borges Madeira — Luís Graça — Susana Amador — Francisco

Pereira de Oliveira — Alexandra Leitão — Romualda Nunes Fernandes — Jamila Madeira — Berta Nunes —

André Pinotes Batista — Eurídice Pereira.

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