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II SÉRIE-B — NÚMERO 54

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PETIÇÃO N.º 45/XV/1.ª

PELA REPOSIÇÃO DA DECORAÇÃO INTERIOR OITOCENTISTA DO MUSEU ROMÂNTICO DA

QUINTA DA MACIEIRINHA NO PORTO

Provocou espanto e reação imediata dos portuenses o orgulho com que a Câmara Municipal do Porto

anunciou que desfez o Museu Romântico da Macieirinha:

«O espaço despiu-se dos adereços de casa burguesa oitocentista e vestiu-se de contemporaneidade.»

(in página oficial do Facebook da Feira do Livro do Porto em 28 de agosto de 2021)

Nos interiores esvaziados de toda a sua decoração histórica, repousam agora peças de arte

contemporânea. «Museu da Cidade − Extensão do Romantismo» é o novo nome (e conceito) do Museu

Romântico que pertencia à cidade e aos portuenses. Do único museu romântico do Porto!

Uma casa burguesa musealizada e com abertura ao público que mostrava como se vivia no Porto

romântico oitocentista e que deu agora lugar a mais um espaço de contemporaneidade desintegrada como

tantos outros e completamente dissociado da vivência original que (também e principalmente) constituía a sua

riqueza patrimonial.

Despida da sua decoração romântica integradora a que chama a Câmara Municipal do Porto, com

desprezo de «adereços» como: o mobiliário fixo e móvel, as artes decorativas, os têxteis, a iluminação e tudo

o que mais comporta (que, sendo ou não originais, evocam o seu tempo), descaracterizando os espaços, as

funções e as vivências que tão bem retratavam.

Onde está e para onde vai este espólio retirado?

Como se explica aos decisores autárquicos portuenses que a Casa é um Todo e que o seu

desmembramento intencional constitui clara violação patrimonial? Como se explica que poderia ser feita nova

musealização integradora sem a perda da sua autenticidade residencial? Como se explica que as paredes e

os espaços comportam mais do que estuques e carpintarias?

Queremos de volta o Museu Romântico da Quinta da Macieirinha. Um museu que volte a retratar

fisicamente e fielmente a realidade doméstica burguesa oitocentista. Um museu que volte a integrar o

património material e imaterial desta época histórica da cidade do Porto. Um museu que volte a fazer parte do

quotidiano portuense.

Não deveria ser assim tratada a Casa Antiga em Portugal, como casca vazia e oca da vida da história da(s)

cidade(s) e da(s) família(s) portuguesas.

Imagens do interior do Museu: Museu Romântico da Quinta da Macieirinha antes das obras de remodelação (Wikipédia). Museu da Cidade - Extensão do Romantismo depois das obras de remodelação 2021 (página oficial do Facebook da Feira do Livro do Porto em 28 de agosto de 2021)

Data de entrada na Assembleia da República: 31 de agosto de 2021.

Primeiro peticionário: Ana Motta Veiga.

Nota: Desta petição foram subscritores 3610 cidadãos.

A DIVISÃO DE REDAÇÃO.