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1 DE JUNHO DE 2024

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PROJETO DE VOTO N.º 98/XVI/1.ª

DE PREOCUPAÇÃO PELOS 29 ANOS DO RAPTO DO 11.º PANCHEN LAMA PERPETRADO PELA

REPÚBLICA POPULAR DA CHINA

A 17 de maio de 1995, Gedhun Choekyi Nyima, de seis anos, foi raptado pelas autoridades da República

Popular da China, bem como a sua família. Três dias antes, a 14 de maio, Gedhun tinha sido reconhecido pelo

14.º e atual Dalai Lama, como a 11.ª reencarnação do Panchen Lama.

A importância do Panchen Lama não é de somenos, visto tratar-se da segunda figura religiosa mais

importante do Tibete, só atrás do Dalai Lama. Consequentemente, é o Panchen Lama que procura e reconhece

a próxima reencarnação do Dalai Lama.

Para a República Popular da China, após a invasão e ilegal anexação do Tibete em 1950 e 1951, era vital

controlar o líder espiritual do povo tibetano, o Dalai Lama, de forma a mitigar o legítimo ímpeto independentista

dos tibetanos. Mas, com a rebelião tibetana de 1959, as autoridades chinesas perceberam que isso não seria

possível. E assim esperaram pelo reconhecimento do novo Panchen Lama e imediatamente raptaram-no, tendo

como objetivo que quando o 14.º Dalai Lama falecesse, tivessem influência controlo em quem o Panchen Lama

escolheria como 15.º Dalai Lama, e assim finalmente controlar o líder espiritual dos tibetanos.

Até hoje, 29 anos depois do rapto, nada se sabe de Gedhun Choekyi Nyima, nem da sua família. Esta atuação

sobre o povo tibetano junta-se a outras da República Popular da China no seu largo rol de violações graves e

flagrantes dos direitos humanos e das mais básicas liberdades fundamentais, tais como os campos de

reeducação e internamento em Xinjiang do povo Uigure, a constante vigilância dos seus próprios cidadãos que

não têm direito à sua privacidade, a degradação da democracia em Hong Kong, as constantes ameaças a

Taiwan ou ainda a disseminação de esquadras informais chinesas em vários países, incluindo Portugal. No caso

específico do Panchen Lama é impossível ignorar o que são quase três décadas de desaparecimento de um

jovem tão importante para a comunidade tibetana.

Assim, a Assembleia da República, reunida em sessão plenária, condena o rapto de Gedhun Choekyi Nyima,

o 11.º Panchen Lama, o prisioneiro político mais jovem do mundo, e manifesta a sua condenação e preocupação

pelo desconhecimento até hoje do seu paradeiro e estado de saúde, bem como da sua família, instando o

Governo português a apelar ao Governo da República Popular da China pela sua imediata libertação.

Palácio de São Bento, 27 de maio de 2024.

Os Deputados da IL: Rodrigo Saraiva — Bernardo Blanco — Carlos Guimarães Pinto — Joana Cordeiro —

Mariana Leitão — Mário Amorim Lopes — Patrícia Gilvaz — Rui Rocha.

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PROJETO DE VOTO N.º 99/XVI/1.ª

DE SAUDAÇÃO A MIGUEL GOMES PELA CONQUISTA DO TÍTULO DE MELHOR REALIZADOR NO

FESTIVAL DE CANNES

O cineasta português Miguel Gomes venceu, no passado dia 25 de maio, o prémio de melhor realização do

Festival de Cinema de Cannes, em França, pelo filme Grand Tour – o primeiro filme de um realizador português

apresentado na principal secção competitiva deste festival desde Juventude em Marcha, de Pedro Costa, em

2006.

Miguel Gomes, nascido em Lisboa a 2 de fevereiro de 1972 e detentor de uma carreira distinta marcada pela

sua originalidade e pela inovação dos seus filmes, elevou o nome do cinema português no mundo com esta sua

vitória alcançada na 77.ª edição do maior festival de cinema do mundo.

Começou a chamar a atenção com curtas-metragens como Entretanto (1999), 31 (2001), e Kalkitos (2002),

mas foi com as suas longas-metragens que ganhou reconhecimento, nomeadamente Aquelo querido mês de