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17 DE FEVEREIRO DE 1996

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nal. Quanto ao consumo público, o seu crescimento de 1,4% deveu-se ao comportamento das despesas com bens e serviços e das despesas com o pessoal, que, em termos nominais, aumentaram 14,3% e 4,3%, respectivamente.

A outra componente da procura interna, o investimento, demonstrou alguma recuperação no ano de 1994, crescendo cerca de 4,9%. Para esta evolução positiva contribuiu o, já referido, crescimento de 4,2% da formação bruta de capital fixo, resultado de evoluções de várias das suas componentes. A FBCF em construção cresceu 1,1%; em material de escritório aumentou 34,8%; a FBCF em equipamento foi a única componente do investimento que teve um decréscimo em termos reais. Por outro lado, o investimento do sector público administrativo teve um crescimento de 13,2%.

Relativamente à oferta, registou-se uma evolução positiva para a maioria dos sectores de actividade. Assim, e no sector primário, verificou-se um crescimento do VAB na ordem de 1,9% quando em 1993 havia sido de — 5,5%. O sector da indústria deverá ter crescido cerca de 1,6% em termos reais. No que respeita à construção, houve um crescimento de 1%, tendo-se verificado em 1993 um decréscimo de 0,5% e nos serviços o crescimento real foi de 0,7% (— 0,7%' em 1993). O único sector em que houve uma evolução negativa, relativamente ao ano anterior, foi o sector da electricidade, gás e água, onde se verificou um crescimento do VAB de 2,5%, que, apesar de positivo, foi inferior ao de 1993 (3,5%).

No que diz respeito ao mercado de trabalho, o emprego total teve um decréscimo de 0,1'% durante o ano de 1994, que foi, no entanto, inferior ào verificado em 1993 (2%). Quanto à evolução do emprego por sectores de actividade, o sector primário foi o único onde se verificou uma variação positiva do emprego total.

Estima-se que a produtividade por trabalhador, no conjunto da economia, tenha sido ligeiramente superior a 1%, valor que ultrapassa os verificados em 1992 e 1993.

A taxa de desemprego, em termos médios, passou de 5,5% em 1993 para 6,8% em 1994.

Em relação à evolução dos salários, espera-se que estes tenham crescido 4,7% para o conjunto da economia, o que representa uma diminuição de 3,2 pontos percentuais comparativamente ao ano transacto.

A inflação continuou a sua trajectória descendente, uma vez que durante o ano de 1994 a taxa de variação homóloga do índice de preços no consumidor (IPC) diminuiu regularmente ao longo do ano, tendo atingido 4% em Dezembro, quando no fim do ano de 1993 havia sido de 6,4%. O spread face à média da União Europeia diminuiu em, aproximadamente, 1,9%.

A queda da inflação ficou a dever-se à desaceleração do ritmo de crescimento dos preços dos bens não transaccionáveis, no 1.° semestre do ano em causa, e dos bens transaccionáveis, no 2.° semestre.

Com base nos critérios e convergência e com vista à participação de Portugal na terceira fase da união económica e monetária (UEM), a política monetária continuou a ser orientada pelo objectivo intermédio da estabilidade cambial como forma de atingir o objectivo final de estabilidade dos preços. O Banco de Portugal utilizou os instrumentos ao seu dispor, por forma a garantir os objectivos estabelecidos.

O escudo,. durante o ano de 1994, manteve-se sempre dentro dos limites da anterior banda de flutuação ( + 6%; —6% face ao marco alemão).

Nota. — Todos os valores apresentados são estimativas do Banco de Portugal.

2 — Mercado de capitais Alguns aspectos gerais

O mercado de capitais sofreu alguma instabilidade em 1994, acompanhando, aliás, a instabilidade sentida nos mercados de capitais e a nível internacional.

Esta evolução acarretou uma subida das taxas de juro de longo prazo, quer nacionais, quer internacionais.

Na sua origem terão estado vários factores como, por exemplo, incertezas quanto à evolução da inflação e de outras variáveis, bem como o efeito do aumento de procura de capital a nível mundial e uma maior globalização dos mercados.

Por outro lado, o ano de 1993 tinha apresentado taxas de juro bastante baixas, devido à recessão que atingiu a maior parte das economias, a par de outras condições favoráveis à descida da inflação.

O mercado nacional ressentiu-se desta conjuntura, tendo-se verificado, a nível do mercado primário, um abrandamento especialmente acentuado no segmento obrigacionista.

Para este comportamento contribuiu particularmente a dívida pública, devido ao peso que detém no total daquele segmento.

Depois de um volume significativo de emissões de obrigações da taxa fixa de médio e longo prazos nos dois ou três primeiros meses do ano, aquele reduziu-se significativamente, passando--se a dar preferência à dívida de curto prazo e à dívida denominada em moeda estrangeira.