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4 | - Número: 001 | 29 de Setembro de 2007

6.° maior orçamento de defesa do mundo possa vir a contribuir para um revivalismo do passado bélico japonês.

3 — Restabelecimento da economia japonesa

Desde o fim do período do milagre económico japonês (1953-1973) em que as taxas de crescimento excederam os 10% ao ano e em que foi catapultado para uma posição de grande relevância na economia mundial, o Japão viu a sua economia em crise por várias vezes:

i) Na década de 70, o final do Acordo de Bretton Woods e a quadruplicação do preço do petróleo originaram a recessão da economia japonesa ao mesmo tempo que a inflação e o deficit externo aumentavam exponencialmente; ii) A alteração das políticas financeiras e tributárias dos EUA durante a década de 80 e a liberalização do sistema financeiro japonês nos finais dos anos 80 também coadjuvaram à situação difícil em que a economia se encontrava; iii) Mais recentemente a crise cambial do sudeste asiático e o rebentamento da «bolha especulativa» lançou o Japão na pior recessão dos seus últimos 40 anos e no agravamento do seu sistema financeiro, tendo a economia japonesa entre 1992 e 1999 crescido menos de 1% ao ano.

Não obstante tamanhas dificuldades, as vantagens competitivas e o dinamismo em alguns sectores da indústria japonesa, principalmente no ramo da tecnologia, continuaram a permitir uma posição confortável nos sectores em que o Japão detinha a liderança nos mercados internacionais.
Na realidade, não só a capacidade tecnológica do Japão é globalmente reconhecida, no âmbito dos aparelhos domésticos e recreativos, como também o é em diversos projectos nos sectores ambiental, industrial, aeroespacial, entre outros.
Exemplos ilustrativos do reconhecimento e procura da tecnologia japonesa têm sido os repetidos convites da União Europeia para que o Japão participe no seu Projecto Galileo, que visa ser uma alternativa ao sistema GPS (Global Positioning System) operado pelos Estados Unidos e ao sistema Russo GLONASS, e que conta já com participação de outros países fora da União Europeia como Israel, índia, Coreia do Sul e China.
Das reuniões com os Srs. Hiroshi Watanabe e Kotaro Tamura, respectivamente do Ministério das Finanças e da Agência de Serviços Financeiros sublinham-se as manifestações de optimismo face à recuperação da economia japonesa.
O consumo interno, o investimento privado e a abertura do mercado de retalho à concorrência estrangeira, aliados a múltiplas e significativas reformas estruturais adoptadas pelo Governo, têm determinado um aumento sustentado do crescimento da economia nipónica.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) também se demonstrou optimista com a recuperação económica do Japão.
O FMI prevê que a economia japonesa deve crescer 2,6% este ano, enquanto a inflação que é medida através do índice de Preços ao Consumidor (IPC), deverá equivaler a zero.
Adianta igualmente que o sector externo ganhará força, em virtude do aumento do superavit por conta corrente para 4,2% do Produto Interno Bruto (PIB), contra os 3,9% registados no ano passado.
No entanto, e não obstante o optimismo demonstrado, o FMI dirigiu alguns alertas no que respeita à dívida pública que continua muito elevada, e que corresponde já a 80% do PIB e acrescentou ainda que é necessário manter a vigilância do desempenho cambial e do seu correlativo impacto na economia regional e internacional.
O optimismo do FMI, bem como as suas previsões e alertas direccionados à economia japonesa são corroborados igualmente pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico).
Na visita à Nippon Keidanren — Federação Japonesa de Negócios também nos foram avançadas algumas linhas de fundo subjacentes às reformas implementadas pelo governo japonês supra aludidas:

i) Estabelecimento de relações e acordos comerciais com os países asiáticos; ii) Criação de condições vantajosas no sector privado e desburocratização dos entraves normalmente colocados à iniciativa privada; iii) Revisão da legislação comercial, redução das taxas comerciais e dos impostos; iv) Implementação e promoção de políticas ambientais que minimizem a rápida degradação dos recursos naturais e matérias-primas; v) Formação dos recursos humanos criando protocolos entre estabelecimentos de ensino e empresas; vi) Criação de incentivos que estimulem o aumento da natalidade; vii) Flexibilização da legislação laboral.

Para além dos esforços do Governo Japonês, a recuperação da economia nipónica passa também pelo mercado chinês.