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4 | - Número: 007 | 20 de Novembro de 2010

pessoas da região euro-mediterrânica se sintam parte de um espaço partilhado com valores específicos que se distinguem dos valores de outras regiões, o que constituiu um elemento valioso para a estratégia da Fundação Anna Lindh. De facto, a existência de um sentimento «de casa», reforçado por determinados valores comuns às pessoas da região e, sobretudo, aos jovens, constitui um factor decisivo para o objectivo de aproximar as pessoas para uma interacção positiva em contextos culturais diferentes e que constitui um elemento prévio à criação de um projecto colectivo na região do Mediterrâneo.
O que se constata é que as pessoas da zona sul e este do Mediterrâneo tendem a sobrestimar a importância dos valores individualistas dos europeus, enquanto os europeus, por sua vez, subestimam a importância de «crenças religiosas» e «curiosidade» das pessoas do sul e este do Mediterrâneo. No que diz respeito a grupos sociais específicos que possam ter impacto sobre as tendências dos valores, as mulheres e os jovens merecem especial atenção. As mulheres têm grande curiosidade pelo «outro» e desempenham um papel importante na criação e transmissão dos mais importantes valores sociais, enquanto o potencial dos jovens como forças matrizes para toda a sociedade se manifesta através da combinação de um nível elevado de exposição a comunidades diferentes na região e do seu interesse para saber mais das mesmas.
Na região euro-mediterrânica a religião desempenha um papel importante nas relações e percepções entre pessoas de países distintos e um dos desafios principais é o de entender as diferentes abordagens sobre práticas e valores religiosos. A sondagem da Fundação Anna Lindh e da Gallup Europa revela a importância da religião em termos de valores na maioria dos países do sul do Mediterrâneo e, em comparação, a limitada consideração e relevância da religião nos valores dos europeus, cujas sociedades, de um modo geral, são mais seculares, embora a religião esteja presente na esfera pública de vários países europeus.» Jean Boghossian, Presidente da Fundação Boghossian: «Três gerações da minha família viveram em várias regiões do Mediterrâneo, significando que nós somos um exemplo real do que se tem falado nesta reunião.
A Fundação Boghossian foi criada em 1992 pelo meu pai, Robert Boghossian, o meu irmão, Albert Boghossian, e por mim. Ao criar esta Fundação, o nosso objectivo era o de partilhar a prosperidade que obtivemos através dos nossos negócios, bem como enfatizar as nossas raízes arménias ao estabelecer uma rede de solidariedade com o nosso povo ao longo da sua jornada e especialmente no século XX, durante e posteriormente ao genocídio. Desejamos, igualmente, deixar um património para futuras gerações e associar o nosso nome a um acto de generosidade virado para o futuro. O Centro de Formação para os Órfãos de Gumri é um projecto entre muitos outros projectos humanitários. Mais direccionado para questões ambientais é o projecto do Puskin Park (espaços verdes públicos). A Fundação Boghossian financiou o prémio da República da Arménia atribuído a jovens que se distinguem nos vários domínios das artes e das ciências. Expandimos a nossa intervenção também para outros projectos no Líbano, o nosso país de acolhimento.»

Tema III — Património mediterrâneo: a preservação dos sítios arqueológicos:

Dominique Baudis (MPE), Presidente do Instituto Mundo Árabe: «Foi na costa do Mediterrâneo que as três principais religiões monoteístas nasceram, assim como numerosos desenvolvimentos culturais e científicos.
Este facto prende-se com a geografia, este ambiente fechado, com a sua diversidade, o único lugar no mundo onde três continentes se juntam. Em torno do Mediterrâneo, nos três continentes, encontram-se 240 sítios arqueológicos, ou seja, mais do que 25% de todos os sítios arqueológicos classificados pela UNESCO.
No passado houve vários ataques ao nosso património que eu divido em três:

1 — Catástrofes naturais, que remontam ao início dos nossos tempos e perante as quais somos impotentes — Cairo, Istambul e muitas outras cidades foram destruídas; 2 — Outra causa antiga, os riscos relacionados com a guerra. Refiro-me, em particular, aos Balcãs e ao Médio Oriente e, mais recentemente, ao Museu de Beirute. A guerra sempre existiu, mas durante o século XX o poder de destruição tem sido exponencial comparado com as armas utilizadas em séculos anteriores; 3 — A pressão dos seres humanos, a expansão das urbanizações e a pressão imposta pelo turismo.»

Rachele Furfaro, Presidente da Fondazione Campania dei Festival: «Criada em 2007, em Nápoles, a nossa Fundação foi pioneira na realização de um festival de teatro internacional que temos vindo a realizar já há três