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5 | - Número: 003 | 6 de Agosto de 2011

―Caro Presidente, Caros Colegas, Estamos perante uma relatora corajosa, um relatório corajoso e propostas corajosas! Há que sublinhar que a luta pela igualdade entre mulheres e homens é uma luta pelos direitos fundamentais, que constam, obviamente, nas nossas Constituições nacionais, mas num plano superior aos direitos sagrados da iniciativa privada das empresas, evocado hoje por alguns colegas nossos no debate que mantivemos.
Falou-se muito de partilhar o peso da conciliação entre a vida profissional e a vida privada, aquilo a que os ingleses chamam burden-sharing. Por outras palavras, será necessário encorajar os homens a partilhar as tarefas domésticas, a educação dos filhos, o apoio aos pais idosos. Quem sabe ao certo quantas horas tem o dia de trabalho de uma mulher? 10 horas? 12 horas? 14 horas? Tenhamos consciência de que na União Europeia o trabalho a tempo parcial representa 18% do total e que, dessa percentagem, 4 em cada 5 trabalhadores são mulheres! Trata-se neste debate de partilhar as oportunidades de sucesso e de chegar aos lugares de topo das empresas, quer privadas quer públicas. O que sabemos, na União Europeia, é que 97% dos presidentes dos conselhos de administração são homens. E que os homens ocupam 88% dos cargos no conjunto dos conselhos de administração. Ou que nos 80 sindicatos filiados na CES (Confederação Europeia dos Sindicatos), existem apenas 5 mulheres em posições de liderança.
O acesso das mulheres às posições de topo nas empresas apresenta uma progressão anual de apenas 0,5%. A este ritmo, serão precisos 50 anos para que as mulheres atinjam 40% dos cargos nos conselhos de administração das empresas. Eis a «via natural», de que nos falava o Deputado Ghiletchi, e a visão préhistórica da responsabilidade social das empresas, também no domínio da igualdade entre homens e mulheres.
Antes de mais, abordamos seriamente a questão das «quotas», e ouvimos da voz da Sr.ª Schuster o mesmo argumento destas mulheres que militam contra as «quotas», sempre o mesmo olhar sobre si próprias: «sou mulher e singrei na política sem necessidade de quotas»! Que egoísmo, que inconsciência do seu estado de excepção que contradiz a ausência de regra, ignorando os milhões de outras mulheres, igualmente competentes, que não tiveram a menor oportunidade de vencer esta barreira invisível.
Para mim, o talento não tem género. O problema da desigualdade de género nas empresas nada tem a ver com a competência das mulheres, mas antes com o medo que os homens têm de partilhar o poder.
As mulheres qualificadas que saem das universidades devem ser rentabilizadas, numa base de igualdade, e não numa base de bondade.
Não há um gene de género. As mulheres não são mais inteligentes que os homens, nem vice-versa. Eles e elas complementam-se, acrescentam-se, competem entre si. Mas que tudo isso decorra numa base real de igualdade!‖

A próxima Sessão Plenária da APCE terá lugar em Estrasburgo, de 3 a 7 de Outubro de 2011.
Anexos: Anexo 1 – Ordem de Trabalhos da Sessão Plenária Anexo 2 – Textos Adoptados durante a Sessão Plenária Anexo 3 – Calendário das reuniões das Comissões da Assembleia, do Bureau e dos Grupos Políticos

Palácio de São Bento, 27 de Julho de 2011.
A Assessora Parlamentar, Ana Milheiriço — O Vice-Presidente da Delegação, Mota Amaral.