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II SÉRIE-D — NÚMERO 27

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Está a ser programada uma reunião, na região de Dnepropetrovsk, entre representantes das várias regiões

em defesa da unidade da Ucrânia.

A Rússia pretende controlar o território das oito regiões ucranianas a leste e a sul (de Kharkiv a Odessa)

mas “não está a conseguir”. Podem existir “provocações” em territórios “não contíguos” à Federação da

Rússia, nomeadamente em Lviv.

Reunião com o Primeiro-Ministro (PM) Arseny Yasenyuk

Sobre as eleições presidenciais afirmou que a Rússia pretende desestabilizar todo o processo já que com a

“fuga” do anterior Presidente é urgente encontrar um chefe de Estado “legítimo”.

Vai existir um problema no dia da votação em partes do leste do país mas isso não irá afetar muito o

resultado final. Provavelmente não será possível realizar eleições em Slaviansk.

O Deputado João Soares considerou que seria útil não utilizar uma linguagem “forte”, nomeadamente não

apelidar os rebeldes de “terroristas” porque isso fecha portas para um possível diálogo; disse ainda que era

fundamental que o russo fosse novamente considerado como língua oficial. O PM afirmou que gostaria de não

os apelidar de “terroristas” mas, de facto, é o que eles são. Trata-se de elementos “muito bem treinados e

equipados com boas munições”, alguns vindos da Chechénia com experiência de guerra.

O governo está pronto a “descentralizar”, nomeadamente através de uma nova Constituição em que o

russo seja a segunda língua oficial do país. O referendo sobre a descentralização poderá realizar-se a 25 de

maio “se o Parlamento aprovar”.

Os acontecimentos de 2 de maio em Odessa tiveram origem numa “provocação” de agentes russos

enviados da Transdniestria”: homens armados mataram 7 civis no centro da cidade. A partir daí uma multidão

perseguiu um grupo de elementos “pró-russos” que se refugiou na “Casa dos Sindicatos” onde deflagrou um

incêndio que provocou a morte de quase 40 pessoas. Parte das “forças de segurança” ucranianas colaborou

com os elementos “pró-russos”.

O PM afirmou ainda que o Presidente Putin pretende “ligar a Crimeia ao Mar Negro” e para isso terá que

controlar Odessa, a região de Nykolaev (onde existem várias fábricas de armamento) e a região de Kherson

(por onde passa o abastecimento de água para a Crimeia).

Odessa

Odessa é a terceira cidade ucraniana com uma população de um milhão de habitantes (62% de

ucranianos, 29% de russófonos e ainda as seguintes minorias: albaneses, arménios, azeris, crimeios, tártaros,

búlgaros, georgianos, gregos, judeus, romenos e turcos).

O distrito de Odessa (oblast) tem cerca de 2.3 milhões de habitantes, incluindo as minorias búlgaras,

romenas e gregas. Existe também uma comunidade judaica significativa (a segunda maior da Ucrânia).

Os responsáveis da segurança da OSCE desencorajaram a visita do Deputado João Soares a Odessa

alegando que a situação na cidade era “perigosa” e “instável”. Verificou-se que esta avaliação era errada e

desajustada da realidade.

Apesar dos acontecimentos de 2 de maio (que resultaram na morte de mais de 40 pessoas, a maioria

queimadas num fogo ateado no edifício “Casa dos Sindicatos”), a situação na cidade permaneceu calma, não

se tendo registado nenhum tipo de incidente. De acordo com os interlocutores locais, nomeadamente a

pequena comunidade portuguesa de Odessa, a cidade nesta altura do ano costuma ter um elevado número de

turistas – nomeadamente russos. Contudo, as ruas da cidade e os seus muitos restaurantes e lojas estão

vazios.

A delegação da AP OSCE teve oportunidade de visitar os locais onde ocorreram os confrontos de 2 de

maio, nomeadamente a “Casa dos Sindicatos”.

Reunião com Missão Especial de Monitorização da OSCE

A maioria da população é “apolítica” e não apoia os movimentos pró ou contra Maidan. É uma cidade

multicultural onde é difícil definir alguém pela sua “nacionalidade.

Ao longo do último mês a retórica dos dois lados mais radicais intensificou-se e culminou com os

acontecimentos de 2 de maio: cinco mortos nos confrontos iniciais no centro da cidade (elementos “pró-

Maidan”) e 41 mortos na Casa dos Sindicatos, em resultado do incêndio que deflagrou no edifício (elementos