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respeito às bolsas de doutoramento e é negativa relativamente às bolsas de pós-doutoramento, excepto pela forma indirecta, que é o apoio às próprias instituições, que fazemos noutra sede, através do financiamento plurianual às instituições e do financiamento aos projectos de investigação. Não nos parece razoável que seja totalmente automática a concessão de apoio extra às instituições que já recebem, no fundo, o salário "de graça" de um investigador, sem que isso passe por um mecanismo quer de avaliação da instituição, por via do financiamento regular e plurianual que recebe, quer por via competitiva, através dos projectos de investigação. Essas pessoas são para fazer projectos de investigação e é natural que esses projectos de investigação se submetam a concurso.
Quanto à Internet nas escolas, perguntou-me sobre as dotações. A política que temos seguido nesta matéria tem sido a seguinte: na primeira fase, como sabem, entendemos dever assegurar conectividade à Internet com velocidade suficiente, ou seja, com tecnologia RDIS, a todas as escolas públicas e privadas do 5.º ao 12.º anos. Isso está feito e concluído!
Entendemos, além disso, assegurar progressivamente a mesma filosofia de actuação nas escolas chamadas primárias, portanto, no primeiro ciclo do ensino básico, não o fazendo de uma forma automática, mas fazendo-o a partir de pedidos das próprias escolas e de candidaturas das próprias escolas, que temos vindo a satisfazer progressivamente. Neste momento, estamos a receber cerca de 30 a 40 pedidos por mês de escolas do primeiro ciclo, que são analisados caso a caso para avaliar as condições locais de benefício real das escolas com essas tecnologias, e procurámos encaminhar as escolas que não têm ainda essas condições mas têm essa intenção para os mecanismos de formação ou de apoio adequados.
Contudo, o próximo ano será caracterizado por uma filosofia muito mais abrangente e muito mais decidida no que diz respeito às escolas do primeiro ciclo do ensino básico. Entendemos que chegou o momento e que estão reunidas as condições, até pela nossa própria experiência do que se passou com as primeiras centenas de escolas ligadas, para lançarmos o programa, que já começou a ser negociado através de uma parceria com as autarquias.
É absolutamente indispensável, por um lado, que a gestão local dos equipamentos, que é o mais fácil, possa ser feita localmente e, por outro, que a rede continue a ser gerida centralmente, que o tráfego e que os custos de tráfego continuem a ser geridos centralmente. Há uma razão para isso, não só de gestão mas até económica, porque os preços que se podem conseguir em matéria de tráfego negociada à escala nacional são, com certeza, muitíssimo mais baixos do que se o fossem à escala local.
Além disso, a infra-estrutura básica da rede científica nacional, o backbone, como se diz, suporta-a, porque foi fortemente alargado, e a sua conectividade internacional suportam este alargamento a custos marginais. É esse o segredo desta operação, ou seja, não criar uma rede inteiramente nova mas fazê-lo a partir do backbone do sistema científico nacional e, por outro lado, não fechar esse sector e não o saturar com o tráfego das escolas, pelo que foram criados pontos de acesso e servidores especializados em 14 pontos do país, que vão ser alargados. Vamos alargar o número de servidores especializados que dão apoio local e regional.
Esta filosofia tem, além disso, um objectivo que não é técnico, é fazer com que as escolas de uma região contactem mais frequentemente com os politécnicos e as universidades da sua região e que haja uma maior interacção pedagógica e científica entre escolas do ensino superior, instituições de investigação e escolas básicas.
No que diz respeito à estimativa de custos, estimo que o custo global da rede, não só da Internet das escolas mas de toda a rede científica, se aproxime dos dois milhões de contos no ano que vem, mas a esmagadora maioria deste custo é custo de tráfego internacional e nacional, havendo uma parte que eu não saberia estimar, aliás, devo dizer-lhe que não quereria estimar, porque o meu objectivo é fazer com que os equipamentos custem o mais barato possível no que diz respeito ao equipamento para as escolas.
A minha resposta quando foi feito o primeiro concurso para equipamento de todas as bibliotecas públicas municipais e as escolas foi esta: custará o que for preciso, mas espero que custe bastante menos do que o preço marcado a retalho.
No que diz respeito à reforma dos laboratórios de Estado - julgo que esta era a primeira das suas questões e esta resposta serve também para os outros Srs. Deputados que falaram no mesmo assunto -, os Srs. Deputados têm consciência de que a reforma dos laboratórios de Estado é um problema europeu clássico?! Os laboratórios de Estado foram constituídos numa época em que a investigação científica fora das universidades e dos laboratórios de Estado era baixa, em que havia pouquíssimo pessoal qualificado nas sociedades, nas empresas, e que a investigação universitária, em muitos sectores, também era muito reduzida. Foi essa a razão por que se criaram os laboratórios de Estado, para satisfazer necessidades de interesse público, sobretudo ligadas a sectores económicos. Esses sectores económicos evoluíram e muita da competência que, antes, estava nos laboratórios de Estado passou para as empresas, passou para o sector económico, ou passou para as universidades, que ganharam muito maior dinamismo no futuro.
Os laboratórios de Estado ficaram, assim, na Europa, órfãos, muitas vezes órfãos dos próprios ministérios que os detinham, órfãos da comunidade das empresas que a eles deviam recorrer e que deixaram, progressivamente, de os solicitar, com excepções, começando, na Europa, um processo de reforma dos laboratórios de Estado. O processo de reforma dos laboratórios de Estado teve episódios de toda a espécie: episódios de morte por gangrena natural; episódios de morte por amputação precoce - e é o caso, por exemplo, do sistema inglês, tatcheriano que, pura e simplesmente, fechou e vendeu património do laboratório de Estado e pôs na rua os seus funcionários.
Muito recentemente, um grande processo de reforma de um laboratório de Estado teve lugar na Alemanha de Leste, com a integração das duas Alemanhas. A maioria dos estabelecimentos públicos e dos laboratórios do Estado da Alemanha de Leste, alguns de boa qualidade, foram, pura e simplesmente, encerrados, as suas instalações vendidas no mercado e os seus funcionários desempregados.
Isto aconteceu recentemente na Alemanha e não me vou pronunciar sobre a bondade ou não desta política, que tem razão de ser, e não pode ser levianamente criticada, embora tenha, obviamente, custos sociais. Digo que esta política tem razão de ser porque a Alemanha, ao mesmo tempo que fechava laboratórios do Estado na Alemanha de Leste, recriava laboratórios do Estado noutros sítios, em condições modernas e de competitividade científica e