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entendo que a suspeição nunca póde nem deve recair sobre uma commissão qualquer que ella seja (apoiados), muito menos sobre a de Fazenda, hoje, Sr. Presidente, que ella é composta de 18 pessoas (apoiados), isto e, de uma boa parte da Camara, logo a excepção foi de delicadesa, foi de moralidade, e moralidade entra na excepção do principio. Depois da decisão tomada, e creio que com muita razão pela excepção moral do principio, como acabei de dizer, e não porque haja a persuasão contraria, aquillo de que eu estou persuadido, é que não ha nem um só membro desta Casa que se possa deixar levar pela influencia de dois homens; não e possivel que ninguem se convença de que em uma commissão de 18 membros (não tômo asna defeza, tômo a defeza da verdade, e da razão) a influencia de dois delles tenha tanto pêso sobre os 16 reslantes, que estes houvessem de approvar as opiniões desses dois homens, quando ellas fôssem contrarias á verdade. Se o argumento procedesse a respeito de uma commissão qualquer ordinaria de 7 membro, dos quaes dois fossem suspeitos, ficavam 5 aos quaes se fazia uma injustiça muitissimo grave, mas não era tão glande como em relação A commissão do Orçamento composta de 18 membros, só por excepção e que se podia fazer o que se fez, e digo excepção muitissimo honrosa para a Camara, e muito honrosa para a commissão de Fazenda que a acceita com muita satisfação (apoiados), nem póde deixai de acceitar, mas não se fez isto de certo, porque dois homens, que pertencem ao Banco, fazem parte dessa commissão, porque isso seria fazer indirectamente uma censura ao caracter, e á moralidade dos outros membros que tambem compõem essa commissão, e de certo a Camara procede sempre com toda a sua independencia e sabedoria, e de maneira que se attenda sempre que os pareceres que sáem de qualquer commissão, não são outra cousa senão o resultado da convicção da maioria do, membro» que a compõem; a decisão pois foi muito bem tomada, e então neste caso era impossivel, absolutamente impossivel que a commissão de Fazenda tomasse conhecimento dos dois projectos, á qual todavia deviam de ir pela ordem natural das cousas, pela excepção de certo não; e para o anno se tiver a honra de ser Deputado, hei de propôr que não haja commissão de Fazenda, que se resolva a Camara em commissão de Fazenda, não á maneira do que se pratica em Inglaterra, mas resolvendo-se a Camara em commissão geral, porque desta maneira como actualmente, não continuam as cousas bem, não me parece que possam ir bem Quando nós começamos com desconfianças a respeito do caracter individual dos membros de qualquer commissão, os resultados não podem sei bons.

E, Sr. Presidente, aproveito esta occasião para fazer recaír estas observações sobre uma commissão que tem sobre si uma responsabilidade infinita em relação dos acontecimentos monetarios que se passam neste paiz, e se não é infinita, e muitissimo grave, muito superior ás nossas fôrças, mas não é ás forças da minha consciencia, da minha convicção, acima disso tudo esta esta convicção, este coração que não e capaz de maneira nenhuma de saír daquillo que uma vez entender, e esta esta cabeça do mesmo modo. Por consequencia bem ou mal, havemos de apresentar aquillo que entendei mes, e quanto á questão não póde resolver-se de outra maneira senão como se disse; todos esses documentos, todos esses requerimentos ou propostas tendentes ao assumpto, não podem de maneira nenhuma ser tractados pela commissão de Fazenda, hão de ser tractados por uma commissão Especial, que assim foi resolvido, mas todos, e nunca um só em especial; por conseguinte todos os papeis que estão na commissão de Fazenda relativos a este ponto, devem ser transferidos para essa commissão especial.

Foi esta occasião, Sr. Presidente, previno a Camara de que a commissão de Inquerito tem os seus trabalhos quasi concluidos, e espera traze-los a esta Camara cedo, talvez esta semana, e das opiniões proferidas hoje por qualquer dos illustres Deputados relativas a pontos já tractados, não recebeu inspiração nenhuma a commissão, porque o parecer já esta a copiar, e quando esta o parecer a copiar não se formam opiniões novas (apoiados). Invoco o testemunho dos meus collegas; vai a um dia brevemente em que eu possa ter a honra de apresentar os trabalhos dessa desgraçada commissão, e digo desgraçada, porque sobre ella pésa uma responsabilidade enorme; porque a commissão não póde cabalmente satisfazer a Senhor nenhum, mas pouco lhe importa, satisfaz a sua consciencia; desejaria muito até prevenir a V. Ex.ª e á Camara, para se dar á Commissão hora para apresentar este trabalho; entendo que é um dos actos e factos mais importantes desta Camara neste anno e nesta sessão; a nomeação d'uma commissão de Inquerito sobre o Banco de Portugal, é um facto novo, e até original no nosso paiz. Como é a primeira commissão desta natureza, sejam quaesquer que forem os resultados dos nossos trabalhos, a commissão espera que será ouvida com benevolencia, e confia nos sentimentos que animam os nobres Deputados, que lhe hão de fazer justiça quaesquer que forem as suas opiniões (apoiados).

Voltando ao ponto em questão, digo, que a commissão Especial não póde deixar de se occupar de todas as propostas que houverem sobre notas O melhor é tractar disto com toda a brevidade possivel; porque o effeito que póde produzir este projecto lançado no paiz hoje, é de gravissimas consequencias para todos os interessados, para o Governo e para os particulares que recebem em notas: por isso eu voto que se nomeie desde já uma commissão Especial para tractar deste negocio (apoiados).

O Sr. Avila: — Sr. Presidente, a questão esta exhausta. O objecto para que eu tinha pedido a palavra sobre a ordem, era para pedir á Camara que me permittisse o retomar o meu requerimento. O nobre Deputado que acabou de fallar, entendeu que a questão estava resolvida, (assim como eu tambem entendo) e pediu que estes projectos fossem a commissão Especial, neste sentido não tenho nada a acrescentar: e sómente direi, que este meu requerimento não foi requerimento de despeito, (apoiados) queria que a situação se definisse para que a commissão de Fazenda podesse apresentar o parecer que já tem prompto, tanto sobre o projecto do Governo a respeito de notas, como sobre o projecto do Sr. Lopes de Lima, porque não era possivel dar parecer sobre um ponto sem o outro; entendi que era negocio urgente para o paiz, que este parecer se apresentasse quanto antes, e talvez que o membro da commissão encarregado da sua redacção o tenha já prompto para o apresentar á Camara. Por tanto desejaria bem que