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Mas os nobres deputados não miraram em todas as questões da resposta no discurso da corôa, em todas as questões de administrarão publica. O ter findado a discussão não prova que a materia estava esgotada, (susurro.) Eu sinto que as minhas idéas não sejam dignas de attenção ou considerarão de ninguem, e lastimarei que provoquem o riso seja a quem for.

Sr. presidente, não ha aqui idéa nenhuma vaidosa; não ha aqui sentimento nenhum de censura a quem discutiu. Cada um discutiu o ponto que lhe pareceu, mas quando na discussão da reposta ao discurso ria corôa se trata uma questão da magnitude, d'esta que acabou de ser tratada, tudo o mais desapparece, e nós depois da questão franceza temos a questão portugueza que é a boa administrarão do estado. (Apoiados..)

Pergunto: qual foi o deputado que tratou da proposta do sr. Casal Ribeiro? Ninguem tratou d’ella. A proposta do nobre deputado entende-se de duas maneiras, e poço perdão para o dizer, em presença da explicação do nobre deputado, apesar de toda a sua argumentarão. Sr. presidente, sr se (ratasse aqui de sustentar o governo n'uma occasião critica como a do acontecimento que leve logar, não ha um homem n'esta rase. contra o governo, não ha homens de partido, todos nós nos poriamos ao serviço de ss. ex.as a questão não e essa. Qual é a idéa da proposta do sr. Casal Ribeiro? Será para acrescentar um artigo ao projecto de resposta do discurso da corôa, e diz se que se dê um bill de indemnidade ao governo. Eu não creio isso, porque o bill de indemnidade ha de seguir os tramites legaes, tem de passar nas duas rasas do parlamento o ser uma lei.

Ora a proposta era para inserir um artigo na resposta ao discurso da corôa.

O governo ainda não declarou se precisava do similhante bill, só disso no discurso da corôa que se nos haviam do apresentar os documentos -. Como é que fundamenta o governo esta necessidade do bill? Não sei. Oh, sr. presidente! se o governo foi forrado pelos canhões estrangeiros não precisa d'este bill, eu, no caso d’elle, não o pedia: soo governo não foi forrado, se foi alem do que devia ir, é altamente responsavel para com este paiz, o então entendia que visse o bill, mas então votava ou contra. Eu não voto o bill, ss. ex.ª não precisam de bill. Foram ou não foram ss. ex.ª forçados a darem os passes que déram? Foram. Então para que é o bill? E um bill para o futuro? Não entendo.

Se a proposta do illustre deputado ora para juntar um periodo á resposta ao discurso da corôa, não lhe vejo conveniencia nenhuma: se a proposta do illustre deputado ora um novo projecto de lei, a commissão do resposta não é a competente para dar parecer sobre elle. Em Indo o caso pergunto a v. ex.ª o que está sobre a mesa para se votar? •

O sr. Presidente: — Esta um projecto de lei.

O Orador: — Veja v. ex." como corro a discussão! Eu não o sabia!

O sr. secretario Miguel Osorio: — Foi lido hontem na mesa, depois da votação, antes de entrar em discussão.

O Orador: — Pois bem, sr. presidente, leu-se um projecto que trata de um bill de indemnidade, este projecto foi lido no fim de uma votação grave e importante, não foi impresso, não foi distribuido, ninguem teve conhecimento d’elle, não mediaram os dias que manda o regimento, o. mesmo a carta; alterou-se tudo! Oh, sr. presidente, que pressa têem ss. ex.as d'isto! Pois ss. ex.as não saíu m que toda a camara lhos ha de votar osso bill do indemnidade? Sabem perfeitamente, então não sejam os illustres deputados tão severos com aquelles que não pensem como ss. ex.as

Sr. presidente, aqui têem-se proposto bills do indemnidade, é um facto, mas a rimara não é nem o sr. Avila, nem o sr. Fontes;_ ss. ex.as podem dar-se mutuamente bills do indemnidade, mas nós é que os havemos do discutir o votar.

Sr. presidente, ou não me levantei a favor do adiamento com a intenção de embaraçar a acção do governo, nem tao pouco de lhe rejeitar osso bill do indemnidade: se ou tivesse lido occasião do fallar, ter-mo-ia explicado como podesse o soubesse; não havia de dizer aqui o caracter pessoal de ss. ex.as, que muito respeito, nem havia de me constituir aqui um jacobino e um francez; mas não havia de negar a justiça aos francezes, nem aos inglezes, nem a ninguem; e é muito provavel que concluisse por ser contrario á votarão immediata do bill que se pode, e isto não era nem com o fim opposicionista, nem com um fim que eu creio que alguns aqui têem supposto. Eu estimo que o meu amigo e illustre deputado que apresentou esta proposta dissesse = que as suas intenções foram puras e leaes, e que todos lhe reconhecem, e n'esta conformidade tambem é que eu apresento a minha opinião, vem querer de maneira alguma embaraçar o debate. Eu declaro que votaria pelo bill de indemnidade completo e inteiro se elle se discutisse; na discussão discutiria contra, e provaria como podesse que havia culpa no governo; mas, sr. presidente, muitas batalhas se perdem em que os generaes vencidos merecem coroas de gloria, não fica nunca mal a ninguem soffrer um revez, nem achar-se nas circumstancias melindrosas em que ss. ex.as se lêem achado. Se a camara entende que o bill deve ser votado som se seguirem os tramites que o regimento estabelece, se se entende que sobre isto não devo haver mais discussão, e se deve votar, eu resisto contra todas as pressões, saio e não voto; procedendo-se de outro modo votava pelo bill

É o que tenho a dizer, e peço desculpa á camara por ter occupado a sua attenção por tanto tempo.

O sr. J. J. de Mello: — Eu creio que a discussão não versa nem sobre as intenções do illustre deputado, auctor da proposta, nem sobre os actos parlamentares, que precederam a apresentação do bill, nem sobre se o bill ha de ser votado ou ha de ser primeiro discutido; isso são questões áparte. O que esta em discussão, creio eu, é unicamente uma proposta de adiamento, proposta fundada no não cabimento da proposta do bill de indemnidade, o é este o ponto a que me limitarei.

Eu entendo que não póde ler logar nenhum a proposta de adiamento. Reconhecida a necessidade do bill do indemnidade no discurso da corôa, na resposta da illustre commissão a esse discurso, e na approvação que a camara deu a essa parte da resposta, e que Ibo deu juntamente o governo, o que restava? Restava apparecer o bill de indemnidade. O bill de indemnidade, na minha opinião, podia vir, tanto do ministerio, como da commissão, como de qualquer deputado. Pois se eu entender, como deputado, que o gabinete commetteu um excesso ou um abuso de lei, e quizer apresentar um bill de indemnidade para absolver o ministerio n'essa parte, estou porventura inhibido de o fazer? Não. Por conseguinte o bill podia ser apresentado por qualquer d'estas entidades: um deputado, uma commissão, ou o governo.

Agora direi mais; no caso presente, em que tinha havido precedentemente uma questão internacional, em que se linha altamente declarado a violencia que tinhamos soffrido de uma nação estrangeira, e em que o ministerio pela forra foi obrigado a desviar-se da sua orbita constitucional, eu julgo que é muito mais decoroso saír a iniciativa do centro da representação nacional do que do governo; acho por conseguinte que é esta a occasião mais escolhida e mais propria, para saír o bill de indemnidade do centro da representação nacional.

Mas ou entendo que, apresentado esse bill de indemnidade, não esta ainda decidido se se ha de votar immediatamente; é verdade que me consta que a proposta do illustre deputado diz que se vote immediatamente, mas não sei se acamara tomou uma resolução a este respeito, e entendo que se deverá consultar a camara sobre se se ha do votar ou se se ha de discutir, porque este ponto julgo eu que não esta ainda decidido pela camara.

Entrudo por conseguinte que a proposta de adiamento não póde ter logar nenhum pelos motivos que disse, e que o que deve ter logar é votar-se se se ha de discutir o bill, ou se se ha do votar. como propõe o illustre deputado.

O sr. Pinto Coelho: —Devo começar por declarar que faço inteira justiça ao sr. Casa] Ribeiro e ás suas intenções no acto de apresentar essa proposta; entendo que apresentou a proposta na convicção de que ella ora justa, e que devia ser approvada pela camara, e que nenhum de nós tem mesmo o"direito de lhe suppor má intenção, e se alguem tivesse direito