1 DE JULHO DE 2011
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É que, Sr.ª Presidente e Srs. Deputados, de acordo com o resultado do 1.º trimestre, serão necessários
cerca de 2500 milhões de euros adicionais para que a meta orçamental acordada com os nossos credores
possa ser rigorosamente atingida em 2011. Não pode existir, sob nenhum pretexto, qualquer incumprimento.
Veja-se o estado a que chegou a Grécia e os riscos que essa situação acarreta para a própria Europa. Não
queremos e não podemos ir por aí. Quero, por isso, felicitá-lo, Sr. Primeiro-Ministro, pela coragem e rapidez de
actuação do Governo ao lançar mão das medidas que há pouco acabou de dar a conhecer a todos os
portugueses e que, sendo difíceis, exigentes e impopulares, deixavam, contudo, pouca margem de manobra,
quando se sabe que metade do ano já lá vai…
Sr. Primeiro-Ministro, quero também ouvi-lo aqui, na Assembleia da República, sobre a disposição do
Governo em conseguir conciliar a exigente execução orçamental com que estamos confrontados com a
necessidade de tornar a nossa economia mais competitiva, mais dinâmica, sem a presença de um Estado
tentacular, presente em todas as áreas e sectores de actividade e obstaculizando em muito a vida de todos,
sobretudo daqueles que, em Portugal, querem arriscar e ser empreendedores. Como? Reestruturando o
sector empresarial do Estado e a Administração Pública, concessionando, privatizando, enfim, libertando a
sociedade da «guilhotina» de um Estado omnipresente, que só retira recursos a quem quer produzir, mas
sempre, claro, garantindo que se mantêm os direitos essenciais dos cidadãos, que os mais desfavorecidos
não serão socialmente prejudicados e que a actividade de regulação mostra um Estado forte, que, contudo,
não precisa de ser sobredimensionado.
Para terminar, gostava que informasse todos os portugueses da intenção deste Governo de fazer o País
mudar de vida em todos os sectores de actividade, não deixando nenhum de fora — agricultura, indústria,
serviços —, e nas áreas em que reconhecidamente o País tem maiores debilidades, de que destaco o rigor e a
exigência na educação, a legislação laboral, a justiça, o arrendamento, a política fiscal, entre outros.
É um caminho estreito, muito estreito, aquele de que falo, combinando as gigantescas restrições
financeiras e orçamentais que temos de cumprir, e que é saudável que cumpramos, com a absoluta urgência
de nos tornarmos mais competitivos e atractivos.
Só assim, em nossa opinião, os portugueses poderão ter o direito a recuperar a esperança perdida nos
últimos anos.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Abel Baptista.
O Sr. Abel Baptista (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, saúdo V. Ex.ª nesta primeira intervenção da XII
Legislatura, desejando-lhe um excelente trabalho na Mesa de que tenho orgulho em pertencer.
Sr. Primeiro-Ministro, e junto de V. Ex.ª saúdo todos os Membros do Governo, Sr.as
e Srs. Deputados,
Portugal tem um défice do comércio internacional no que aos produtos alimentares e às bebidas diz respeito
de 3237 milhões de euros, segundo dados de 2010 apresentados pelo INE.
Para um País com capacidade de produção agrícola não é aceitável que se importem 6915 milhões de
euros e se exportem apenas 3677 milhões de euros.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Abel Baptista (CDS-PP): — Sr. Primeiro-Ministro, fiquei satisfeito ao verificar que o Programa do
Governo estabelece como uma prioridade forte a agricultura, a floresta, o desenvolvimento rural e o mar,…
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Em Viana já se está a ver!
O Sr. Abel Baptista (CDS-PP): — … quando assume objectivos estratégicos de aumentar a produção
nacional com vista a contribuir para a auto-suficiência alimentar em termos de valor.
Face aos atrasos do PRODER (Programa de Desenvolvimento Rural), à ameaça de multas do RPU
(Regime do pagamento único) e à revisão da PAC (Política Agrícola Comum), só um forte empenho político do
Resultados do mesmo Diário
e que estão em conformidade com o Memorando de Entendimento acordado com a União Europeia e com o Fundo Monetário
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partidos que subscreveram o Memorando de Entendimento firmado com a União Europeia e com o Fundo
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, com atenção particular ao Partido Socialista, que, enquanto governo, subscreveu um Memorando de Entendimento
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, que trouxe à evidência que o perímetro de apoio ao Memorando de Entendimento celebrado
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que poderemos enfrentar nos próximos seis meses para o resultado dos 5,9% que constam do memorando
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que era previsível: a que consta do Memorando de Entendimento subscrito com a tróica. As medidas previstas
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de ser em muitas áreas copy/paste do Memorando de Entendimento da tróica, não está referida
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de fora o cumprimento do que consta do Memorando de Entendimento. O facto de não haver uma repetição exaustiva
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no Memorando de Entendimento e obrigará também os portugueses à austeridade adicional.
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. O que está no compromisso do Memorando de Entendimento será cumprido por nós e, neste particular, resulta de um acordo
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que Portugal assinou um memorando de entendimento com as instituições europeias. É um memorando
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das medidas inscritas no Memorando de Entendimento mas também no compromisso de ir além do exigido
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no Memorando de Entendimento, que foi subscrito por 85% da representação parlamentar desta Câmara
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