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SESSÃO N.º 28 DE 8 DE MARÇO DE 1898 481

[ver tabela na imagem]

E porque não havia de ser assim?

De que vem as economias? De alguns empregados extraordinarios da caixa geral de depositos e dos empregados menores da fiscalisação do sêllo? Mas v. exa. bem vê, que essa economia é largamente excedida pelo grande numero de escrivães de fazenda que hão de ser nomeados para os concelhos restaurados! (Apoiados.}

Pergunto eu, sr. presidente, para que serve este systema de retaliações?

Pois não se vê que ellas apensa produzem o afastamento da confiança publica? Cada um governa como sabe, como póde e conforme as circumstancias lh'o permittem.

Eu acredito que ninguem se senta n'aquelles logares, que não seja guiado unica e exclusivamente pelo desejo de bem servir o seu paiz; podem differir os processos de governo, póde mesmo praticarem-se erros, pode não se dispor da energia precisa para se resolver as difficuldades que muitas vezes apparecem, póde não se ter a força cerebral precisa para resolver com rapidez os problemas multiplices que são apresentados á apreciação dos ministros, mas é convicção minha que ninguem prejudica o seu paiz pelo proposito de o prejudicar. (Apoiados.}

Convem, sr. presidente, que acabe este constante systema de retaliações de que o sr. ministro da fazenda faz sua principal gloria!

Acabemos com isto, se querem pôr entraves á descida rapida para o desastre para que caminhamos, se queremos conjurar a degringolade financeira que ameaça subverter e arrastar a nacionalidade portugueza! (Apoiados.)

Sr. presidente, poderia referir-me mais uma vez ao discurso pronunciado pelo sr. ministro da fazenda tão pulverisado pela palavra eloquente, auctorisada e singularmente erudita do meu illustre amigo, o sr. Mello e Sousa, que com armas da melhor lei conquistou no parlamento portuguez um dos seus mais notaveis logares. (Apoiados.}

Mas tendo dito o sr. ministro da fazenda, mais de uma vez, que não encontrára d'este lado da camara cousa alguma a que respondesse, desejo mostrar a v. exa. e á camara, que é, ao contrario de que nos aconteceu, o sr. ministro da fazenda não disse cousa alguma, que não careça de resposta e de correcção. (Apoiados.} Eu repito, não significar com isto menos consideração pelo talento de notavel parlamentar do sr. ministro da fazenda; o que quero significar a v. exa., sr. presidente, é que não ha prodigios de intelligencia que consigam tornar boas as questões más.

Qual foi o argumento principal que o sr. ministro da fazenda produziu?

«Que é preciso um emprestimo que habilite o thesouro durante alguns annos a satisfazer os encargos actuaes, e que é prenso alliviar o dia de hoje á custa do futuro!»