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DIARIO DA CAMARA DOS SENHORES DEPUTADOS

Isto suppõe a elaboração e a approvação, já se vê, dos projectos e orçamentos d’aquella linha, e eu calculo que durante um anno se poderão concluir os projectos definitivos até á Barca d'Alva. Por parte de Hespanha é provavel, e até muito provavel, que o governo procurará dar todo o andamento aos estudos da sua linha que vem ligar-se com a nossa n'aquelle ponto.

Não sei se o sr. visconde de Moreira de Roy ficará satisfeito com estas explicações; mas, em todo o caso, nas circumstancias actuaes, não posso dar-lhe outras.

Peço licença para, antes de concluir, me referir á proposta apresentada pelo sr. Telles de Vasconcellos, para que n'este artigo se declarem como pontos forçados da directriz Celorico e as proximidades da Guarda.

Devo dizer a s. ex.ª, que me parece perfeitamente dispensavel, e até ociosa, esta declaração, e isto por uma rasão muito simples; é porque ninguem, nem engenheiro, nem outra qualquer pessoa, poz ainda em duvida que Celorico devesse ser ponto forçado da directriz do caminho de ferro da Beira Alta.

O sr. Sousa Brandão fez um estudo pela margem esquerda, e a directriz lá ía ter a Celorico; fez o estudo pela margem direita, e lá foi passar. Depois o sr. Cambelles fez outro estudo, e no traçado estudado por este engenheiro Celorico era um ponto forçado da linha; ultimamente o sr. engenheiro Eça, melhorando o traçado do sr. Sousa Brandão, da mesma maneira fazia passar a linha em Celorico.

A linha effectivamente não póde deixar de passar n'este ponto, assim como não póde deixar de passar na Portella da Villa das Naves; são condições fataes do terreno, e por isso entendo que é perfeitamente escusado declarar na lei aquillo que a natureza decreta, e que ainda ninguem poz em duvida.

Peço, pois, ao meu amigo o sr. Telles de Vasconcellos, que me não julgue contrario á sua proposta, mas que me parece inutil inseril-a na lei, pelas rasões que acabo de expor.

Vozes: — Muito bem, muito bem.

Discurso do sr. deputado Osorio de Vasconcellos pronunciado na sessão de 9 de março, e que devia ler-se a pag. 586, col. 2.ª

O sr. Osorio de Vasconcellos: — A hora está muito adiantada: por isso poucas palavras direi.

A proposito da discussão do orçamento do ministerio da guerra veiu a necessidade de considerar a questão cada vez mais instante da organisação do nosso exercito.

Não serei eu que pretenda pôr estorvo á corrente das idéas que a este respeito vão calando no espirito publico. Antes pelo contrario, digo tambem, como acabou do dizer o nobre presidente do conselho, em um discurso que foi ouvido com toda a attenção e respeito, que merecem as altas qualidades de s. ex.ª, bom é que a opinião publica faça convergir todos os seus cuidados, todas as suas attenções para este problema da organisação do exercito, problema da maxima importancia, por isso que com elle está intima e harmonicamente ligada a independencia da patria, a independencia do solo em que nascemos.

Para tratar d'esse problema todas as occasiões são propicias. A questão da opportunidade é o mais insignificante, é o minimo obstaculo que póde impôr-se ao espirito da gente esclarecida e patriotica, que entende que é urgente acautelar eventualidades que podem ser fataes. (Apoiados.)

Os exercitos nas nações civilisadas são hoje um instrumento tão perfeito e tão maravilhoso, tão concatenado e complexo, que se póde dizer que são elles os typos pelos quaes se afere a civilisação de um povo, o adiantamento de uma sociedade politica.

Disse muito bem o sr. presidente do conselho, e estou perfeitamente de accordo, as nações que marcham na vanguarda da civilisação, os povos que têem primaciado na re-