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Io que tinha feito, obrigado da necessidade, que era o ter promulgado taes Decretos.

A arguição, feita ao Governo por convocar tarde as Cortês, não e em tudo tão procedente, como se quiz mostrar, porque o Governo não podia prever em toda a sua extensão as difficuldades , que obstaram a que esta Caíiíara se constituísse, sem um mez de discussão sobre as eleições (Apoiado). Um illus-tre Deputado disse que o Governo deveria ter convocado as Cortês um rnez antes, e disse que o podia fazer; eu não o negarei, rnas entendo que nem por isso teria o Governo conseguido que se fizesse a lei dos impostos a tempo, porque tendo ella de ser levada á outra Camará, conforme o artigo 69 da Constituição , e não se tendo esta constituído senão ha 20 dias, com pouca differença, de todo o modo não podia a lei sahir feita, e publicada anles do fim do anno passado (apoiados).

Sr. Presidente ? CQino o 13ill d* indemnidade não e uma approvação do procedimento do Ministério, não e'por tanto dar-lhe animo para novas invasões no poder do Corpo Legislativo, antes pelo contrario é reconhecer que o Governo peccou, o que eu reconheço também , mas que pelas circumstancias de ter pec-cado se lhe não impõe a pena, e se amnistia pores-ta vez que é o que exprime a palavra indemnidade. Se o artigo em discussão fosse somente doutrina, eu Votaria por elle, pois que as suas expressões, podem como tal ser tomadas, mas tendo-se dito que são para censurar o Ministério, e entendendo eu que pela necessidade das circumstancias, em que se vio, não merece essa censura, rejeito o Parecer, e voto pela substituição ultimamente offerecida. (Apoiado) *

O Sr. Alberto Carlos:—-Sr. Presidente, edifficil fallar n'uma questão, que vai tocar n'um caracter, de que todos dizem bem, principalmente quandoaquel-le, que vai fallar, o pertende fazer com franqueza, e sem adulação; mas quando o dever chama o homem a fallar; quando eu o intento fazer sem a menor ide'a de personalidade, sem faltar de modo aJgum ao profundo respeito, que consagro á probidade, e muito apregoada honra do Sr. Ministro da Fazenda, julgo que não me será isso estranhado ; e mesmo porque sou obrigado a cumprir uma promessa, que S. Ex.a de alguma maneira de mim exigiu; porque tendo eu dito na ultima vez que fallei, que S. Ex.a tinha com-luettido faltas, mas faltas de que eu julgava elle era muito susceptível de emendar-se: S.Éx.% redarguin-do a isto, ou disse que as não conhecia, ou respondeu a algumas, que eu mencionei, e que em conferencia particular me tinha ouvido. Eu vou portanto tocar nessas faltas; mas o farei muito brevemente.

O Sr. Ministro da Fazenda: — Se V. Ex.a rnadá licença, eu tenho a dar uma pequena explicação ao Sr. Deputado, se bem me lembro, eu disse — 55 cZis-55 se que eu tenho commettido faltas (e repeti logo) 55 de accordoj muitas tenho eu conimettido, e uma 55 delias, que o Sr. Deputado me annunciou, que « foi o pagar as despegas atrasadas: eu, Sr. Presi-•55 dente, fui o primeiro , que reconheci, e que disse 55 que estava de accordo que tinha commettido rnui-55 Ias falias: o Sr. Deputado parece que estava na 55 idéa de que eu tinha dito -que não sabia quaes 55 eram; pelo contrario eu disse que tinha commetti-55 do muitas. 55

O Sr. Alberto Carlos: — Eu não duvido das boas intenções de S. Ex.% è seguramente creio que nenhum

membro desta Camará as pertende attacar ; entretanto, Sr. Presidente, a infalibilidade não anda vinculada á probidade, e á honra, S. Ex.a estimula-se que qualquer lhe faça uma, ou outra advertência! eu, Sr. Presidente, repito, que ainda antes de conhecer S. Ex.a o Sr. Ministro da Fazenda, não ouvia a ninguém, senão dizer bem da sua probidade; conheci-o pela primeira vez nesta Camará, e até hoje não tenho achado nem o menor facto, que me faça suspeitar o contrario; mas também estou firme na minha idea, que o homem por mais honrado que seja, não é infalível, e não o e com muita especialidade em negócios melindrosos, e complicados; anles nestes a sua mesma probidade muitas vezes o ha de fazer illudir, porque aquelle, que se encosta ao adagio -j— quem mal não o&ra, mal não pensa — a cada passo é cassado naesparrella : eu advirto pois que S. Ex.a tem toda a consciência da sua probidade, mas eu com os meus collegas também a tenho igual, quero ser julgado pelas minhas razões, por meus raciocínios, e pelos meus factos, que eu aqui apresentar, e nunca me escandalisarei, ou tomarei por insulto que m'os esfarrapem, e façam delles o que quizerem : então eu vou tocar algumas faltas, que me parecem reaes no nosso estado, e vou aponta-las a S. Ex.a, para ,que elle medite nellas, e as examine a fundo; porque nomeio dos irmnensos trabalhos, que elle tem, talvez não lhe tenha sobejado muito ternpo para meditar n'ellas.