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actos anteriores á administração de que faz parte, entendo que ha rasão sufficiente pelo que acabo de ponderar á camara = por ninguem podér suppor ou imaginar que lai assumpto se discutisse hoje—para se adiar a discussão d'esle negocio até que se discuta o projecto que estava dado para a discussão em primeiro logar. E n'este sentido eu mando para a mesa a seguinte proposta de adiamento. (Leu.)

O sr. Presidente: — A minha rigorosa obrigação era, estando este parecer dado para ordem do dia, e não se tendo discutido o assumpto que fazia a primeira parte, declarar que se passava á discussão da segunda parte. Pião posso saber se os srs. deputados se prepararam ou não para discutir os projectos que se dão para ordem do dia.

O sr. Fontes Pereira de Mello: — Sr. presidente, eu mando para a, mesa a minha proposta de adiamento, mas porque V. ex.ª se dignou fazer algumas observações sôbre a circumstancia de ler annunciado este parecer para ordem do dia, eu peço licença para observar que não tive a pretenção de dirigir a mais leve censura á mesa, porque annunciou que se passava á segunda parte da ordem do dia; mas V. ex.ª mesmo, creio eu, não presumiria que se discutisse o assumpto, relativamente ao sabão, e portanto, V. ex.ª não póde desconhecer as rasões que me assistem para propor o adiamento que proponho. Já digo, não fiz censura nenhuma a V. ex.ª

Leu-se na mesa a seguinte

Proposta.

Proponho o adiamento do parecer n.° 24 até que se discuta o projecto n.° 21. = Fontes. Foi. apoiada.

O sr. Rebello Cabral.............................

O sr. Ministro das Obras Publicas (Carlos Bento): — Quando o illustre deputado e meu amigo o sr. Fontes Pereira, de Mello propoz o primeiro adiamento em consequencia de não estar presente o ministro da repartição a que dizia respeito o projecto de que se tratava, eu não puz objecção alguma; mas agora que se trata de um objecto importante que corre pela repartição a meu cargo, não creio que os argumentos do illustre deputado tivessem a força que parece lhes quiz dar.....como s. ex.ª desejava saber até que ponto eu me tornava solidario com os actos de um collega meu, devo declararão illustre deputado, que eu adopto perfeitamente o parecer da commissão que estava dado para a segunda parte da ordem do dia; e já vê até que ponto me póde considerar prendido n'esta questão. Porém devo igualmente declarar que eu tambem estava inscripto para fallar depois do illustre deputado, e, no meu caso, em maior difficuldade de posição, porque, alem da gravidade da materia, linha que responder a tão distincto orador como é s. ex.ª, mas estava prompto a ir occupar a desvantajosa posição que me devia resultar d'essa discussão, respeitando estas considerações da ordem do dia que são do dominio da camara, a que deixei de ter a honra de pertencer.

Todavia, comprazendo-me por um lado o adiamento, não posso, pelo lado ministerial, deixar de chamar a attenção da camara sobre o empenho que tem o govêrno de que se discuta este objecto quanto antes.

O sr. Fontes Pereira de Mello: — Sr. presidente, longe de mim a pretenção de protelar este debate, nem adia-lo de sorte que d'ahi resultem inconvenientes para qualquer corporação ou individuos que tenham direito á sua conclusão; o que eu desejo, sr.. presidente, é que este negocio se discuta quando todos-estejamos dispostos para o fazer e com essa intenção. N'esta questão não posso apresentar argumentos, não posso senão appellar para a consciencia dos nobres deputados. Se são capazes de dizer que vieram para a camara com o intuito de discutir a questão do credito movel, retiro o meu adiamento e entro no debate.

Eu propuz este adiamento, sr. presidente, porque os meus recursos não se medem com os do nobre ministro. S. ex.ª esta prompto para entrar de improviso n'uma questão tão

grave como esta, eu não o estou; será deficiencia minha, mas, eu não tenho culpa d'isso.

E peço á camara que tome a minha proposta de adiamento por a expressão do sentimento de uma situação contrafeita, em que me acho, desejando por um lado que se discuta este parecer, e por outro achando-me na impossibilidade de tocar a altura de similhante assumpto.

Eu, sr. presidente, não tenho presente um só documento que me possa auxiliar na discussão; não tenho o parecer, não vi ainda os documentos que pedi ao governo, e se me foram distribuidos eu não os tenho na minha algibeira, na minha carteira, nem na minha gaveta. Ora não quero fazer com isto a menor censura á mesa, mas não sou capaz de vir aqui dizer uma cousa que não seja exacta: não vi ainda os documentos, repito, nem tenho em meu poder o parecer; e se a camara espera que se entre immediatamente n'esle assumpto, eu não estou habilitado para o fazer convenientemente, eu, que fui quem ha poucos dias pediu á commissão de infracções que désse o seu parecer sobre esta proposta do governo.

As rasões que eu tenho a dar, sr. presidente, são estas, se a camara apesar das minhas declarações determinar que eu entre no debate, entrarei.

E pondo-se logo á votação a

Proposta de adiamento — foi approvada.

O sr. Rebello Cabral.............................

O sr. A. R. Sampaio: — Vou mandar para a mesa tres representações. A primeira da junta de parochia da freguezia de S. Thiago de Amorim, que pede a esta camara uma lei para que as premicias sejam pagas aos parochos e não ao mosteiro de Santa Clara do Porto.

A segunda é dos professores de instrucção primaria da cidade de Lisboa, que pedem augmento de vencimentos, não tanto por causa da carestia das subsistencias que é transitoria, mas permanentemente em rasão dos tenues ordenados que têem.

A terceira é do cidadão Manuel Rodrigues Teixeira, que foi roubado por occasião dos tumultos populares em Lisboa, que pede a esta camara que faça uma lei de indemnisações, porque tendo a sociedade obrigação de lhe dar segurança, elle foi roubado das suas propriedades por essa occasião.

O sr. Paulo Romeiro: — Mando para a mesa uma representação da municipalidade do Cadaval, que pede a esta camara que quando se tratar da nova divisão territorial o seu julgado seja transferido para a comarca das Caldas da Rainha, aonde lhe convem antes pertencer do que á de Alemquer, a que pertence actualmente. As considerações que se expendem n'esta representação parecem-me de muito pêso e justiça, e por isso peço a V. ex.ª que a mande remetter á illustre commissão de estatistica, para ella a tomar na consideração que lhe deve merecer um negocio de tanta importancia como é sempre o da divisão territorial.

O sr. Victorino de Barros: — Envio para a mesa uma representação dos capellães do exercito, em que pedem para ser equiparados nas vantagens ás classes não combatentes do exercito.

O sr. Dias Grande: — Pedi a palavra, sr. presidente, para declarar que, quando apresentei a minha representação, nas observações que fiz á commissão de estatistica o meu fim unico foi chamar a sua attenção sobre o objecto d'ella, sem que tivesse a menor intenção de lhe fazer censura.

O sr. Mello Soares: — Sr. presidente, não era preciso que o nobre deputado se explicasse para eu saber que a nobreza do seu caracter não comportava uma accusação nem uma insinuação á commissão de administração publica; estava certissimo á 'isso. Sei que s. ex.ª fallou com relação a um parecer da commissão de fazenda, e de nenhum modo queria inculpar a commissão.

Em resposta ao nobre deputado que ha pouco fallou sobre o mesmo assumpto, de o dizer que antes da crise ministerial por que passâmos, tinhamo-nos dirigido ao nobre ministro das justiças e ao illustre ministro do reino pedindo a ss. ex.ª que fossem á commissão, porque a urgencia dos