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Sessão de 24 de Junho de 1919 31

guir manter a honra tradicional no rígido cumprimento dum dever sagrado a que éramos obrigados pela necessária lialdade aos tratados seculares, e para o meu espírito mais plausível e orgulhante pela efectivação do envio de tropas para as planícies taladas dessa generosa e heróica França, fonte inexaurível das largas rajadas do liberdade e de progresso a combater pelos destinos da civilização e da humanidade gravemente ameaçadas pela autocracia alemã, mereceram ao Sr. Penha Garcia essas palavras que no fundo demonstram evidentemente o mais puro germanofilismo.

O seu entusiasmo pelo império militarista que advêm originariamente do ódio à República leva-o a emitir esta afronta:

"Portugal nada teve a ganhar com a guerra... colocando-se ao lado dos aliados conseguiu atrair a cólera e o desejo de vingança da Alemanha...!"

Poder-me hão dizer que Sidónio Pais não teve conhecimento dos factos que acabo de apontar à Câmara e que como vêem são em demasia significativos para demonstrar o desvario tremendo que subiu até a última escaleira do anti-pátriotismo, acarretando-nos os maiores dissabores aliados ao máximo dos desprêsos por parle dos que tinham os olhos fitos em nossas acções mas o que é certo é que nas estreladas esferas imperativas se sabia muito bem que o Sr. de Penha Garcia não representava o elemento que nos orgulhasse lá fora, quer sob o ponto de vista intelectual e sobretudo sob o ponto de vista político, pelo singelo mas flagrante motivo de que era um autêntico monárquico e êstes, no país, desde a hora abroquelante em que os nossos soldados, corações erguidos aos supremos destinos da pátria, olhos postos na estrela do futuro, alargaram seus passos de nossas fronteiras com. destino ao berço dourado da liberdade, essa França de amor e de glória, não foram mais do que uns entranhados germanófilos autores e fautores de todas as protérvias das mais abjectas provas de traição que se têm praticado em Portugal. (Apoiados).

Interessante será salientar-se, Sr. Presidente e Srs. Deputados, que esta propaganda delectéria e criminosa que fez empalideceras tradições orgulhantes da raça, se alargou por todo o país, temerosa e impudicamente quando presidia aos destinos políticos nacionais, em união sagrada, a inconfundível individualidade do Sr. Afonso Costa, e igualmente não será descabido remem orar que a aventura dezembrista, conforme a proclamação dos seus agentes, tendia a arejar a atmosfera política com novos processos de liberdade em contraposição com as tiranias da demagogia vermelha, não reparando que, numa rasgada afoiteza, numa audácia sem limites, a imprenso monarquista espalhava as mais anti-patrióticas doutrinas, insuflando na colectividade, os maiores desânimos por meio duma campanha miseranda da qual há triste exemplo nesse vergonhoso rol de desonra e nessa abjecção suprema de se classificar a nossa comparticipação na guerra tomo o maior crime da história.

Sr. Presidentes tinha um grande anseio em tratar dêste assunto nesta casa do Parlamento, não porque presinta em mim a veleidade de trazer mais brilho ao presente debate mas porque lá fora já se cerziam, em conciliábulos truanescos, conceitos e conclusões de que o assunto estava arrumado, pelo receio de nova aventura que indubitavelmente se prepara, e, embora a certeza houvesse do triunfo dessa nova conjuração, eu jamais afogaria estas palavras, porque, paladino da verdade, em toda a parte a proclamarei com desassombro, para que a justiçados homens se manifeste, clara e franca, sacrificando-me consagrado à conquista das ideas, só em troco da tranquilidade de consciência do dever cumprido. (Apoiados).

Referir e apreciar a liberdade que essa obra nos trouxe, suprema irrisão dum destino madrasto, é relatar a crónica das mais sanguinolentas barbaridades, dos mais chocalescos atentados à consciência que têm despontado, através das idades e em todos os países, nas lutas das paixões. (Apoiados). Pois V. Exas. não se lembram de que o Partido Unionista, que havia prestado toda a sua colaboração a essa obra em início, e que não tardou a abandoná-la por um movimento patriótico, foi gravemente ofendido com o assalto ao seu órgão jornalístico A Luta? Pois não se recordam V. Exas. que os Partidos Evolucionista e Democrático, abraçados na mesma angústia e no mes-